Brasília – O ex-presidente Lula conversou com a presidente Dilma e saiu da conversa para outra conversa com o vice-presidente Michel Temer. O tema da conversa do Lula com Temer foi para mais uma chance à Dilma.
A insatisfação do PMDB transbordou na Câmara com o presidente Eduardo Cunha, mas o vice-presidente também está insatisfeito. Nos momentos de crise com o Congresso, Temer é chamado para apagar o incêndio, mas depois tudo volta ao que era antes e Temer é descartado.
As queixas contra Dilma surgem a partir da sua onisciência doentia, que rejeita conselhos até dos que podem impedi-la de governar. E o PMDB pode fazer isso.
Lula conversou com Dilma e se prontificou a conversar com Temer e pedir-lhe para segurar o PMDB, em mais uma chance à Dilma.
Acontece que o PMDB está perdendo a confiança na presidente Dilma, que não tem cumprido com os acordos proposta em seu nome pelo Lula. O PMDB está ressabiado e defende o contato direto com a presidenta numa conversa olho no olho.
Para agravar a situação tem a reforma ministerial, que não deve ser tão ampla quanto é necessária nem tão mínima que não possa satisfazer à expectativa.
Brasília – Nunca me pareceu que o real objetivo da Operação Lava Jato era o de passar o Brasil a limpo, até porque a prática vigente na República brasileira sempre foi a de estabelecer os atalhos pelos quais a inciativa privada penetra no serviço público para obter vantagens, negócios. privilégios e se locupletar.
Não há nada que se apurou até agora, na Operação Lava Jato, que não tenha sido feito antes, inclusive, durante os governos militares.
Lembram-se da música do RPM?
O crime da mala/ Coroa Brastel/ …Contrabando/ E um bando de gente importante envolvida…
E no que deu?
Pois é, e no que deu?
Sempre me pareceu que o principal objetivo da Operação Lava Jato é o Lula, e se demorou a chegar nele é devido ao receio da repercussão e também da perda de credibilidade quanto ao real objetivo – que não é passar o Brasil a limpo, mas sujar o Lula.
Vejamos: até hoje, mais de um ano depois, ninguém sabe de quem é o avião que caiu matando o candidato a presidente Eduardo Campos, assessores e tripulantes. De quem é avião? Estão apurando ou encerraram a busca?
Já vimos cão sem dono, mas avião sem dono é a primeira vez e só acontece no Brasil. E acontece sem que haja qualquer esforço para se chegar ao verdadeiro dono do avião sinistrado.
Exceto se alguém acreditar que um avião possa voar por aí sem que se saiba a quem pertence.
E o avião com 450 quilos de cocaína apreendido em Minas Gerais? De quem é finalmente o avião e a cocaína? A tecnologia avançou, é verdade, mas não sei se ao ponto de fazer produzir cocaína num avião.
E assim como o avião que caiu com o Eduardo Campos e equipe, também esse avião da cocaína não está sendo investigado.
Mas, o Lula está. Desde o inicio que fustigam e esmiúçam tudo na busca frenética para chegar no Lula. A dúvida que fica é: o interesse é mesmo o de passar o Brasil a limpo ou impedir que o Lula se eleja novamente presidente da República em 2018?
Brasília – Sem dúvida de que, pela teimosia irremediável, a presidente Dilma cria problemas para ela que deveriam ser evitados se ela ouvisse as vozes da experiência.
Dilma não ouve ninguém e isto tem lhe causado dissabores e aumentado a insatisfação de aliados, incluindo do próprio PT, que já não sabem mais o que fazer.
Ao relegar as vozes da experiência, a presidente Dilma aumenta o abismo entre ela e o Congresso Nacional, especialmente a base aliada.
Há uma crise e isto é inegável. Mas a crise existente não estaria tomando a dimensão que está tomando se Dilma ouvisse as vozes da sensatez.
E as vozes da sensatez apontam para a realidade segundo a qual nenhum governo consegue governar sem o apoio do Congresso Nacional.
As medidas econômicas propostas, por exemplo, jamais serão adotadas na sua totalidade sem o apoio da Câmara e do Senado. Algumas medidas o governo pode adotar por conta própria, mas o aumento de impostos, essa é imprescindível o apoio dos congressistas.
Outra questão fundamental é a desconfiança sobre as ações do governo no que se refere ao enxugamento da máquina pública, que conta com 39 ministérios e 10 deles inúteis e desnecessários.
O que se comenta é que o governo fará uma maquiagem ou, no linguajar rastaquera, trocará 6 por meia dúzia. Com a sociedade e especialmente o Congresso Nacional vigilante quanto a reforma, o arremedo de reforma pode ampliar o abismo.
Ou seja: o Congresso não aprovará nada que o governo propõe para o ajuste fiscal, antes do governo provar que cortou mesmo todas as gorduras.
Cabe refletir o que disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na TV Globo, logo após a entrevista do ministro da Fazenda, Joaquim Levy:
Sobre a hesitação do governo em reduzir o exagerado número de ministérios, ao mesmo tempo que impõe sacrifícios à sociedade:
– É como fazer operação sem anestesia. Não dá.
Sobre a onisciência da presidente Dilma:
– Tem que ouvir. Tem que saber ouvir e olhar para o mundo e não ficar nessa visão estreita.
E dessa vez o governo não pode se queixar dos agouros do ex-presidente FHC, porque ele até que foi elegante e republicano ao se dizer otimista:
– Eu acredito ( no Brasil ). Já vivemos tantas coisas…vamos sair dessa sim. Eu acredito.
Pelo visto, o que falta é a presidente Dilma entender que, sozinha, ou ouvindo apenas o ministro do Gabinete Civil, Aloísio Mercadante, ela caminha na direção de aprofundar o abismo.
Brasília – Pronto! Agora o Brasil está rebaixado para a Série B no campeonato mundial dos Países sem risco para os torcedores – no caso, os investidores.
O Brasil foi rebaixado à Série B.
São três institutos internacionais especializados de arbitrarem esse jogo do campo financeiro internacional, mas apenas um deles decidiu rebaixar o Brasil à Série B.
Pelo alarde feito na mídia, elegendo o rebaixamento como manchete, ninguém parece querer saber que são três institutos internacionais e um deles decidiu pelos outros dois.
O escore ficou assim: 1 voto para o rebaixamento e 2 votos pela manutenção da confiança no Brasil, mas valeu para a mídia o escore invertido, ou seja, quando 1 é maior do que 2.
É inegável as dificuldades que o governo enfrenta para fechar as contas públicas, assim como é sabido que a presidente Dilma enfrenta os problemas que ela poderia ter evitado se tivesse ouvido e acatado as sugestões do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
O governo passa à nação a informação de que tateia. São muitas as propostas, enquanto a mais ansiada pelo conjunto da sociedade não veio ainda à prática. Trata-se da reforma ministerial.
A reforma do Estado, por assim dizer.
Enquanto isso, a mídia criou o clima que alimenta os golpistas. Afinal, se a vitória por 1 a 2 foi possível às manchetes, tudo o mais será possível.
Brasília – Está nas redes sociais o cartaz que diz já ter lido e ouvido se pedir a volta dos militares, do Lula e até do Sarney; mas ninguém viu ou leu cartaz pedindo a volta do Fernando Henrique Cardoso.
Por que será?
Herdeiro de um bem que não produziu ( Plano Real ), o FHC chegou à Presidência da Republica porque o jornalista Antônio Brito não aceitou o convite do presidente Itamar Franco para ser o candidato dele ( Itamar) a presidente.
Brito disse que o seu plano era ser governador do Rio Grande do Sul.
A Presidência da República caiu no colo de FHC de graça. Nos oito anos que passou no governo, FHC promoveu o desmonte do estado.
A Companhia Vale do Rio Doce, dona da riqueza mineral ( exceção do petróleo ) no subsolo nacional foi praticamente doada à iniciativa privada, assim como a Telebrás e a Rede Ferroviária.
O ensino público superior foi criminosamente sucateado e por um triz, o governo FHC também não doou a Petrobras.
Parêntesis: a ameaça à Petrobras continua e volta e meia ela volta, como é o caso recente da proposta do senador José Serra para revogar a lei que garante à empresa o controle de 30% da produção.
A proposta de Serra ( leia-se: a proposta do PSDB ) é fazer com a Petrobras o que se fez com a Companhia Vale do Rio Doce.
Ao se constatar que, nas manifestações, ninguém pede a volta do FHC a conclusão é óbvia: a memória nacional não sofre de tanta amnésia assim e isto é um alento.