Monthly Archives: novembro 2016

Sem poder votar no “Cacareco”, o eleitor se absteve ou anulou o voto
   1 de novembro de 2016   │     15:38  │  37

Brasília – Ainda hoje, 55 anos depois, nenhum vereador brasileiro por mais votos que tenha obtido conseguiu ultrapassar a votação dada ao “Cacareco”.

Detalhe: o “Cacareco” não era humano e sim um rinoceronte, que estava em São Paulo e foi o vereador mais votado no Rio de Janeiro na eleição de 1959.

Deu-se o seguinte: o zoológico paulista pediu o rinoceronte emprestado ao zoológico carioca, mas não queria devolvê-lo. Os cariocas se revoltaram com a “moleza” das autoridades do Rio de Janeiro em exigir a devolução do rinoceronte, batizado de “Cacareco”, e votaram nele para vereador.

É o vereador mais votado da história da eleição brasileira até hoje.

Na época o eleitor escrevia o nome do candidato; se fosse hoje, com o voto eletrônico, o protesto seria a abstenção ou voto branco e nulo.

As eleições municipais este ano repetiram o protesto em favor do “Cacareco”, com o crescimento geométrico das abstenções, votos brancos e nulos, que mais uma vez registraram número recorde.

No Rio de Janeiro, as abstenções com os votos brancos e nulos suplantaram a votação do prefeito eleito Marcelo Crivella; e o mesmo aconteceu em São Paulo com a eleição do prefeito João Dória.

Ambos perderam para as abstenções, votos brancos e nulos, que é esse candidato incógnito que tem aparecido em crescimento a cada eleição desde 2006.

E entre esses não estão apenas as classe rica e média alta, que optam pelo lazer, mas a classe média remediada que se desencantou.

O pobre que votou no João Dória fê-lo pela expectativa de melhora que o encanto gera, assim como o crente que votou no Crivella se encanta pela expectativa de salvação – ainda que ninguém até hoje tenha provado que se salvou.

A outra parte que votou no Crivella repetiu o voto “Cacareco”, ou seja, o voto de protesto carioca.

Crivella promete manter o Carnaval e a parada gay no Rio de Janeiro, fevereiro e março…
     │     2:07  │  11

Brasília – A eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro teve dois significados:

1)O alto índice de ausência de eleitores o que, somado aos votos brancos e nulos, ultrapassaram a votação do prefeito eleito.

2)O prefeito eleito, Marcelo Crivella, é pastor ligado à Igreja Universal.

Sendo o Rio de Janeiro a vitrine cultura do País e palco de festas consideradas profanas, como o prefeito-pastor vai se comportar?

Crivella disse em entrevista ao SBT que não iria cortar as verbas para o Carnaval e a parada gay.

O resultado das eleições municipais este ano trouxe essa particularidade, afinal, o fato mexe com a idiossincrasia do carioca, no que se refere ao  Carnaval, e com o movimento mundial em prol da liberdade sexual.

Resta saber se o Crivella vai entregar a chave do Carnaval ao rei Momo ou se designará um representante.

O problema do Crivella é com o Rio de Janeiro, mas o problema do alto índice de abstenções, votos brancos e nulos, esse é da conta da classe política como um todo.

A eleição não consagrou apenas a derrota do PT, mas também a derrota da classe política diante da escalada crescente das abstenções – que passou de 19 milhões na eleição anterior para 21 milhões de eleitores este ano.

O Rio de Janeiro sem o Carnaval é igual a Las Vegas sem os cassinos. E a parada gay é um movimento que reúne milhões de pessoas no mundo.