Monthly Archives: novembro 2016

Está feia a coisa…
   8 de novembro de 2016   │     21:45  │  42

Brasília – Não deu para censurar as imagens dos policiais civis, militares e bombeiros engrossando a manifestação dos servidores civis contra a proposta do governador do Rio de Janeiro, que aumenta para 30% a contribuição social descontada nos vencimentos e soldos.

Os policiais civis se vestiram de preto, os policiais militares se vestiram de azul e os bombeiros se vestiram de vermelho. Os manifestantes foram para a Assembleia Legislativa, que estava guarnecida pela tropa da PM, mas a tropa da PM aderiu à manifestação e deixou que entrassem na Assembleia.

Está feia a coisa no Rio de Janeiro.

No Rio Grande do Sul, o governador pediu ao ministro da Justiça para renovar a permanência da Força Nacional no Estado – renovar e ampliar o efetivo -, porque também está feia a coisa no Rio Grande do Sul, onde os vencimentos mensais dos servidores civis e militares estão atrasados e a violência se alastrou.

As viaturas da polícia estão servindo de delegacias itinerantes, porque as delegacias fixas estão superlotadas – e também está feia a coisa, no que se refere à segurança pública, em todo o País. Não há mais cidade sem registros alarmantes no que se refere à violência, daí a coisa está feia também em todas as cidades.

Mas, onde mesmo a coisa não está feia? Não há lugar para exceção e o País enfrenta a situação caótica com o número de vítimas da violência que supera o número de vítimas da guerra na Síria.

E não há esperança de melhora.

Com os cortes nos programas sociais, a redução na oferta de empregos e a queda na renda familiar a tendência é o quadro se agravar. E parecendo prevê as pioras, o presidente Temer não quis se comprometer com expectativas de melhoras e empurrou para o ministro da Fazenda, Henrique Meireles.

O ministro Meireles nos garante aí para o segundo semestre do próximo ano -, disse referindo-se à expectativa de melhoras na economia.

A travessia até lá é que parece cheia de agouros…

Moro convoca Temer e Lula para depor como testemunhas do Cunha
   7 de novembro de 2016   │     21:06  │  42

Brasília – Não dava mesmo para livrar o Temer e convocar o Lula e entre rejeitar ambos e convocar os dois, o juiz Sergio Moro optou pela segunda opção – que é na verdade a justa.

Se ambos foram citados como testemunhas de defesa pelo ex-deputado Eduardo Cunha, então ambos teriam de ser mesmo convocados, até para proporcionar ao réu o pleno direito de defesa.

Essa é a lógica da justiça, mas tem o detalhe: o que o Cunha armou, quando citou o Temer e o Lula como testemunhas? Que recado está camuflado aí?

A resposta é a dúvida atroz. O que estava se passando na cabeça do Cunha?

Temer e Lula não precisarão ir a Curitiba e vão depor por meio de vídeo conferência. Mas, isso não faz diferença.

O ex-presidente da Câmara conduziu o processo que levou à derrubada da ex-presidente Dilma, enquanto negociava com a ex-presidente Dilma o apoio para se livrar do processo de cassação do mandato por quebra do decoro.

O jogo dubio levou os três deputados do PT, que garantiriam os votos para livrá-lo da cassação a mudarem de ideia. A Dilma entendeu que seria traída e os três deputados do PT votaram contra o Cunha.

Nesse jogo político, com os golpes baixos, o que conforta é saber que os golpes fazem parte do processo aqui e alhures! Basta acompanhar as baixarias na campanha eleitoral nos Estados Unidos e tem lá a “coincidência” de que, em São Paulo e em Belo Horizonte, os prefeitos se elegeram com o mesmo discurso discriminatório do Donald Trump.

O avanço do PC do B no Maranhão e a revolta dos jovens
     │     0:27  │  33

Brasília – Enquanto a direita comemora a derrota imposta ao PT nas eleições municipais este ano, a esquerda comemora a vitória do PC do B no Maranhão e a ocupação de escolas pelos jovens contrários à PEC 241.

A Proposta de Emenda Constitucional 241, mais conhecida como “PEC da morte”, parece fato consumado por imposição do governo Temer, que tem maioria para aprová-la.

No Maranhão, onde imperou por muitos anos a oligarquia Sarney, a vitória do PC do B começou em 2014 com a eleição do governador Flávio Dino e se ampliou na eleição municipal este ano.

Os estudantes que estão ocupando as escolas foram despertados, assim como os eleitores do Maranhão reagiram contra a oligarquia Sarney. O momento é de despertar e não adianta desocupar as escolas porque o fundamental é estancar a ira santa.

Dos 217 municípios do Maranhão, 48 serão administrados pelo PC do B.

A vitória pontual no Maranhão pode não pesar no grosso do resultado global, que registrou a vitória do PSDB e do PMDB, mas é o sinal de que a esquerda resistirá aos ataques.

Aliás, até mesmo o PT, que foi o grande derrotado dessa eleição, pode ressurgir tão forte quanto se fez. O maior desafio para quem está no poder é exatamente não proporcionar essas brechas.

E como fazer isso com a PEC 241 cortando investimentos sociais? O discurso de que o governo do PT quebrou o País está se diluindo à medida em que o governo concede reajustes de vencimentos a determinadas e aumenta despesas.

A pesquisa onde 57% dos brasileiros acham que bandido bom é bandido morto
   3 de novembro de 2016   │     23:25  │  51

Brasília – A pesquisa sobre a opinião dos brasileiros acerca da violência crescente e generalizada no País é o reflexo do caos urbano, que se alastra para o meio rural.

Não há mais lugar seguro.

De acordo com a pesquisa, 57% dos brasileiros entrevistados concordam  com a sentença segundo a qual “bandido bom é bandido morto”.

Sim, mas qual bandido?

Apenas o preto, o pobre e o favelado ou todos, sem exceção?

No Brasil, o criminoso com nível superior tem direito a prisão especial, quando deveria ser o contrário; quem tem nível superior não deveria cometer crime porque conhece a lei.

Isso me faz lembrar o episódio narrado pelo ex-reitor da Universidade federal de Alagoas, o médico Nabuco Lopes, que era general reformado e fez curso no exército norte-americano.

Ele contou que numa folga saiu para passear em Nova Iorque com um oficial médico do exército dos Estados Unidos, que se distraiu e “queimou” a faixa de pedestre.

Acostumado no Brasil, onde impera o recurso da “carteirada”, o general Nabuco sugeriu ao amigo que se identificasse para o guarda e o amigo americano se recusou com a observação:

É pior. Eu sou oficial e não posso desrespeitar a lei.

A violência no Brasil também está associada ao excesso de leis que acabam sendo seletivas, ou seja, não alcançam a todos indistintamente até para se cumprir o lema de que a Justiça é cega.

A guerra urbana no Rio de Janeiro e em São Paulo, só se diferencia da guerra urbana em outras capitais pelo tamanho da população. Mas, 57% da população defendem que “bandido bom é bandido morto”.

O ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Maria Beltrame, jogou a toalha e teve a coragem de reconhecer ser impossível acabar com o tráfico.

E é verdade.

Mas, 57% dos brasileiros acham que “bandido bom é bandido morto” porque pensam que vai resolver o problema. Esses bem que poderiam conhecer o cubano Silvio Rodriguez para entender a serpente do sonho: eu mato e me aparece outra maior.

Por que o Cunha citou o Temer, o Lula e o Delcídio como testemunhas dele?
   2 de novembro de 2016   │     20:08  │  50

Brasília – Vamos raciocinar? É fácil.

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha citou o presidente Michel Temer e mais o ex-presidente Lula e o ex-senador Delcídio do Amaral como testemunhas de defesa dele.

Por que?

Alguém sabe?

Pois eu sei. É porque o Temer recebeu dinheiro da propina que o Cunha arrecadava, o Lula é porque não sabe de nada e o Delcídio do Amaral é porque é o operador da propina no governo Fernando Henrique Cardoso.

Foi um recado sutil do Cunha, em forma de defesa. É como quem manda avisar: “estou de olho nos senhores”, principalmente, os senhores Temer e Fernando Henrique Cardoso.

É como quem diz assim: tirem-me dessa ou detono todo mundo!

Mas, será que o juiz Sergio Moro vai aceitar a proposta do Cunha? Igual a São Tomé, tenho cá com meus botões as minhas dúvidas.

Eu acho que o Moro não vai aceitar. E vocês, o que acham?