Brasília – No histórico show do John Leno em Nova Iorque, na década de 1970, num dado momento, a Ioko Ono lê um trecho da carta do Adolf Hitler, dirigida ao povo alemão e ao mundo.
Na carta, Hitler diz que as universidades estavam cheias de estudantes.
Um perigo, pois não, porquanto a sentença é lógica: quanto mais o povo instruído, menor a chance de manipulá-lo.
Nos últimos 30 anos o Brasil se dividiu entre o período de sucateamento da educação, com ênfase na degradação do ensino superior gratuito, e o período de expansão do ensino superior gratuito.
E esse período de expansão da educação superior gratuita se deu nos governos Lula e Dilma. Nunca se criou tanta universidade quanto nos últimos 12 anos.
Assim como Hitler pensava, as universidades não devem estar cheias de estudantes, mas seletivamente ocupadas, tal qual a ideia da supremacia da raça ariana preconizada pelo nazi-fascismo.
É um perigo uma nação alfabetizada; facilitar o acesso às universidades é cavar a própria sepultura para os que chegam ao poder sem legitimidade ou, no caso do Hitler, manipulando um trauma devido à derrota na I Guerra Mundial.
A Câmara deve votar nesta segunda-feira a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que também é conhecida como PEC do teto dos gastos ou, para a oposição, PEC da maldade.
A oposição apelidou-a de PEC da maldade porque vai reduzir e limitar o dinheiro para a educação e a saúde pública. Será o fim da era do “País Educador” para advento da nova era onde a educação e a saúde não serão prioridades – a prioridade é esvaziar as universidades, que estão cheias de estudantes?
Não há como o País progredir sem investir maciçamente na educação, que jamais pode ser um negócio fora do estado – exceto para o estado segregado, que ainda cultua a ideia da senzala.
É sério o que está a caminho.
Aliás, a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a correspondentes dá muito bem a dica.
Definição do FHC sobre o governo Temer:
-“Considero o governo Temer uma pinguela, que é algo precário e pequeno, mas se ela ( a pinguela e o governo Temer ) quebrar, você cai no rio e é melhor ir para o outro lado.”
O que terá no outro lado, se a pinguela quebrar?