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Máximo de 21 e mínimo de 19 votos para Dilma na votação do golpe apelidado de impeachment
   11 de maio de 2016   │     1:02  │  41

Brasília – O senador Randolfe Rodrigues antecipou o resultado da votação do golpe apelidado de impeachment, que deverá ocorrer na madrugada dessa quarta 11 para a quinta-feira 12.

Será de no máximo 21 votos e no mínimo 19 votos favoráveis à Dilma e, se for assim, a Dilma estará afastada. A presidente Dilma terá 180 dias para se defender, mas o mais eficiente e imbatível defensor será o tempo – que é o senhor da razão.

É muito tempo para o país que tem pressa.

A aposta é que a falta de legitimidade e o agravante de estar na história como traidor – e ninguém aplaude o traidor -, levará o presidente Michel Temer a sucumbir rápido.

O estopim é quando Temer mexer nas conquistas sociais e anunciar o plano de desestatização total da Petrobras. Imagine privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal! Imagine restringir o acesso à universidade pública!

O senador Randolfe aposta em que, a partir da convulsão social que advirá, o governo possa perder nesses 180 dias pelo menos 9 votos, o que será suficiente para derrotar o impeachment e devolver o governo a Dilma.

Eu não acredito que o Temer ( Michel ) tem como se sustentar. Imagine que o Temer se elegeu deputado federal em São Paulo devido à sobra de votos do cantor Frank Aguiar. Como ele vai conseguir liderar esse governo?

Pois é, o senador Randolfe Rodrigues tem razão: como é que o Temer vai se dirigir à nação para dizer que vai acabar com as conquistas até dos aposentados?

As duas lições de Renan e o recado dos Estados Unidos
   9 de maio de 2016   │     22:13  │  36

Brasília – O (ainda) senador Delcídio do Amaral, ex-PSDB  “free lancer” e que surgiu na Petrobras pelas mãos do então presidente Fernando Henrique Cardoso, se filiou ao PT para poder disputar o governo do Estado do Mato Grosso do Sul com o apoio do na época governador Zeca do PT .

E perdeu.

Mas, o Lula se elegeu presidente e amparou Delcídio, que tinha na Petrobras o Nestor Cerveró, numa dobradinha perfeita. Ao deixar a Petrobras para ser senador, Delcídio emplacou Cerveró no lugar que ele ocupava, ou seja, indicou o sucessor.

E assim Delcídio virou petista.

São as nuances da República brasileira, para a qual é necessária muita paciência e obstinação para entendê-la sem ataca-la.

Para tentar se livrar da cassação do mandato, Delcídio se reaproximou das origens. E, como já vimos, a origem do Delcídio é o PSDB. Por isso, o senador Aloisio Nunes Ferreira foi encarregado de defendê-lo na comissão que trata da perda do mandato de Delcídio.

Em troca, Delcídio corrigiria a delação contra o senador Aécio Neves na Operação Lava Jato dizendo que “ouviu dizer”, quando havia afirmado taxativamente que Aécio recebeu propina. Trocaria a afirmação “recebeu propina” por “ouvi dizer que era para o senador Aécio”.

Mas, a manobra não deu certo. Coube ao senador Renan Calheiros barrar a manobra negando o pedido de Aloisio Nunes para reabrir as investigações contra Delcídio baseando-se na nova denuncia à comissão que o julga no Senado.

Renan comunicou que colocaria o caso Delcídio como prioritário no julgamento no Senado e suspenderia o processo do pedido de impeachment da presidente Dilma. Foi a segunda decisão histórica de Renan nesta segunda-feira 9.

 A primeira decisão foi ignorar o ato do presidente da Câmara, Waldir Maranhão, anulando a votação do impeachment na Câmara e convocando nova votação com direito a cinco cessões antes da votação final. Renan ignorou a decisão do presidente da Câmara.

A semana decisiva com a votação no Senado do pedido de impeachment foi marcada também com a opinião do Departamento de Estado Norte Americano sobre o momento político brasileiro para enaltecer se está tudo dentro do que preceitua a Constituição.

Está?

Como se trata de jogo de carta marcada, o impeachment está para a surpresa assim como o parecer do senador tucano Antônio Anastasia poderia estar para a rejeição. Alguém duvidou que o relatório de Anastasia seria contrário ao impeachment?

Só se fosse imbecil.

Assim como alguém duvida que o golpe já foi dado e falta só se cumprir os trâmites para se dá aparência de legitimidade ao faz de conta que não é golpe?

Maranhão anula votação do golpe na Câmara e surpreende os golpistas
     │     14:51  │  25

Brasília – A decisão do vice-presidente da Câmara, em exercício na presidência, Valdir Maranhão ( PP-MA), anulando o processo de impeachment na Câmara surpreendeu o vice-presidente Michel Temer “despachando” na condição de futuro presidente do golpe.

Temer ligou para o senador Romero Jucá para se inteirar da veracidade da informação sobre o ato anulatório, que somente será publicado no Diário Oficial da Câmara nesta terça-feira 10.

Mas, quem vive o dia a dia do Congresso Nacional e já conhece as nuances da política não se surpreendeu. Vamos, então, informa-los para que entendam os detalhes e começaremos pelo voto de Maranhão contrário ao golpe apelidado de impeachment.

Lembremo-nos que Maranhão, ao declarar o voto contrário ao golpe, fez questão de mencionar o presidente da Câmara e general do golpe apelidado de impeachment, Eduardo Cunha. Como quem diz: sou seu aliado, mas nesse processo não posso segui-lo.

E porque Maranhão não pode seguir Cunha e votou contra o golpe apelidado de impeachment?

Porque Maranhão deve obediência ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), com quem esteve no final de semana, e voltou convencido de que deveria anular a votação do golpe apelidado de impeachment devido a erros na condução do processo.

Erros graves.

Aliás, erros que a Organização das Nações Unidas (OEA) condenou em relação ao processo no Peru e no Equador. E por que o Brasil repetiu os erros? Porque o impeachment é golpe urdido única e exclusivamente porque Cunha perdeu o apoio do PT no Conselho de Érica e não conseguiu barrar o processo contra ele que pode leva-lo à cassação.

Cunha culpou a presidente Dilma. E como o processo é uma vindita de Cunha, por isso é golpe e não impeachment.

Basear-se num parecer do Miguel Realle Júnior para fundamentar o pedido de impeachment é a mesma coisa que se basear no parecer de um padre ou pastor para decidir sobre o candomblé. É que Miguel Realle Júnior é filiado ao PSDB.

A decisão de Maranhão leva a se refazer todo o processo na Câmara e isto implica na devolução do processo pelo Senado.

Mas, nada é de se estranhar numa República que foi proclamada devido a uma dor de cotovelo do marechal Deodoro, o mesmo que, uma semana antes, havia assinado uma Ordem do Dia a todos os seus comandados orientados para defenderem a Monarquia porque “ruim com ela (Monarquia), pior sem ela”.

Só assim é que se pode entender a República brasileira dos 20 golpes, desde 1889 até hoje.

A semana promete. Mas, boa coisa não é…
   8 de maio de 2016   │     20:45  │  14

Brasília – A semana será decisiva para a presidente Dilma e por isso recheada de emoções, algumas delas falsas porque vêm da carta marcada – que é o golpe apelidado de impeachment.

Na verdade, a trama do golpe começou com a goleada de 7 a 1 que a seleção brasileira de futebol tomou da Alemanha.

Quem me disse isso? Ninguém. É uma conclusão particular, pois só assim se consegue entender o que está em curso no país e os motivos.

Nunca, na história desse país, um mesmo grupo político conseguiu permanecer por mais de dez anos no poder. E esse grupo político é liderado pelo Lula, que elegeu quem ele quis para sucedê-lo e se transformou no maior lideres político do país.

A semana vai mostrar o rumo do futuro incerto de um governo com rejeição maior que a presidente que será golpeada.

Para adotar as medidas duras que virão Temer terá de abrir o canal de ligação com os movimentos sociais e os sindicatos. E esse canal está hermeticamente fechado.

A semana será decisiva porque, se o Senado concluir favoravelmente à admissibilidade do pedido de impeachment e a presidente Dilma for afastada, há quem garanta que ela não volta. Mas, há também os que condicionam o futuro da presidente às reações das ruas.

Se essas reações dos movimentos sociais conflagrarem as ruas, Temer não vai conseguir se sustentar na presidência.

A semana promete e boa coisa não é…

Por que demoraram tanto para afastar o Eduardo Cunha? Você sabe me dizer?
   5 de maio de 2016   │     13:58  │  38

Brasília – O pedido para afastar o deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal em dezembro do ano passado.

O pedido tinha o crivo de urgente, urgentíssimo. Mas, demorou cinco meses para ser atendido e, ainda assim, mediante liminar.

Os cinco meses de demora foram suficientes para Cunha promover o golpe apelidado de impeachment, naquele espetáculo circense, onde os palhaços se confundem no ridículo – uns dedicando o voto ao marido prefeito-corrupto, preso na manhã seguinte; outros às esposas e esquecendo a concubina e assim por diante.

E, também, tempo suficiente para Cunha impedir o Conselho de Ética de julgá-lo por ter mentido sobre as contas bancárias que mantém ilegalmente na Suíça.

Mas, não pensem que o poder de Cunha foi abalado; a mulher e a filha dele comprovadamente envolvidas no desvio de dinheiro para as contas bancárias secretas na Suíça permanecem longe do alcance da lei do juiz Sérgio Moro, que, no entanto, conseguiu atingir uma inocente presa injustamente depois de ter sido confundida com outra pessoa.

Há ainda o fato de que o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), substituto de Cunha na presidência da Câmara, é a cópia fidelíssima do presidente afastado e só faz o que Cunha quer e determina.

Ou seja: no lugar do seis coloca-se meia-dúzia.

Como coincidência não existe, que sirva então de parâmetro para entender o golpe apelidado de impeachment o seguinte: a embaixadora Lilian Ayalde, que estava no Paraguai quando prepararam o golpe e derrubaram o presidente Fernando Lugo, hoje está no Brasil.

O complicador para o golpe no Brasil é que o futuro presidente do golpe, Michel Temer, tem a rejeição de 63% dos brasileiros que defendem a saída da presidente Dilma, mas também o desaprovam.

Como alguém com uma rejeição tão alta vai poder implementar as medidas duríssimas contra a sociedade, tipo acabar com o FIES e os programas sociais?

Como vai poder reduzir o tamanho do estado se os que votaram favoráveis ao golpe já apresentaram a fatura do apoio, que se traduz em ministérios e na manipulação da máquina pública?

Esse é o complicador.

O golpe já está consolidado e chama-se golpe porque a fundamentação da ação é baseado em crimes que todos praticaram, inclusive Temer e o relator Antônio Anastasia, que no seu relatório comentou sobre os crimes que ele sabe muito bem como praticá-los pois os praticou quando foi governador de Minas Gerais.

A justiça seletiva está levando ao impasse, mas dá o golpe está sendo fácil; difícil vai ser os dias seguintes quando se promover o desmonte do estado social e se convulsionar as ruas.