Brasília – Como a história se repete em forma de tragédia, o que se assiste no país com essas manifestações de ruas é que o abismo está por um triz.
É só continuar empurrando.
A mesma ideia que fomentou o mal contra o presidente Getúlio Vargas persiste como germe indestrutível, que contamina gerações.
No lugar do Getúlio colocaram o Lula.
Isso independe do mérito das denúncias de enriquecimento ilícito que impõem ao Lula até por suposições, porque eles também acusaram Getúlio de enriquecimento ilícito.
Vem aí a comprovação da máxima, segundo a qual a história só se repete em forma de tragédia. E o país está a um triz da tragédia.
A manifestação promovida no domingo (13) pela Federação das Indústrias de São Paulo tem dois significados:
1) Exibe o rompimento definitivo com o governo.
2) Reverencia o cinquentenário da decisão para o golpe de 1º de abril de 1964.
É mais que o recado; é a própria exibição às escancaras da decisão de derrubar o governo a qualquer custo.
Ao mesmo tempo, o governo parece oferecer os motivos – que se transformam em munição.
O componente preocupante e que alguns não estão levando em consideração, é que tudo isso está acontecendo sem que a classe política tenha alternativa, e a classe política não tem alternativa porque não tem liderança nacional.
Há esse vácuo.
E esse vácuo levou à ira contra o Lula, que é o único líder político, goste-se dele ou não, com um eleitorado fiel e militante.
Na manifestação promovida viu-se nitidamente o desprezo nutrido contra as instituições, incluindo o Supremo Tribunal Federal, para pregar que bastaria a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro.
Olha só o tamanho do abismo a que chegamos.
O pior é que, apesar dos absurdos, nada é para de todo espantar numa República que foi implantada devido a uma dor de cotovelo do marechal Deodoro.
Essa dor de cotovelo tem sido eterna na história da República brasileira, pois só assim se pode justificar o ódio que alimentou a manifestação de domingo, 13.