Monthly Archives: março 2016

O ódio que foi às ruas é o mesmo que levou Getúlio Vargas ao suicídio
   14 de março de 2016   │     23:13  │  25

Brasília – Como a história se repete em forma de tragédia, o que se assiste no país com essas manifestações de ruas é que o abismo está por um triz.

É só continuar empurrando.

A mesma ideia que fomentou o mal contra o presidente Getúlio Vargas persiste como germe indestrutível, que contamina gerações.

No lugar do Getúlio colocaram o Lula.

Isso independe do mérito das denúncias de enriquecimento ilícito que impõem ao Lula até por suposições, porque eles também acusaram Getúlio de enriquecimento ilícito.

Vem aí a comprovação da máxima, segundo a qual a história só se repete em forma de tragédia. E o país está a um triz da tragédia.

A manifestação promovida no domingo (13) pela Federação das Indústrias de São Paulo tem dois significados:

1) Exibe o rompimento definitivo com o governo.

2) Reverencia o cinquentenário da decisão para o golpe de 1º de abril de 1964.

É mais que o recado; é a própria exibição às escancaras da decisão de derrubar o governo a qualquer custo.

Ao mesmo tempo, o governo parece oferecer os motivos – que se transformam em munição.

O componente preocupante e que alguns  não estão levando em consideração, é que tudo isso está acontecendo sem que a classe política tenha alternativa, e a classe política não tem alternativa porque não tem liderança nacional.

Há esse vácuo.

E esse vácuo levou à ira contra o Lula, que é o único líder político, goste-se dele ou não, com um eleitorado fiel e militante.

Na manifestação promovida viu-se nitidamente o desprezo nutrido contra as instituições, incluindo o Supremo Tribunal Federal, para pregar que bastaria a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro.

Olha só o tamanho do abismo a que chegamos.

O pior é que, apesar dos absurdos, nada é para de todo espantar numa República que foi implantada devido a uma dor de cotovelo do marechal Deodoro.

Essa dor de cotovelo tem sido eterna na história da República brasileira, pois só assim se pode justificar o ódio que alimentou a manifestação de domingo, 13.

No protesto da Fiesp, só a raça ariana golpista participou
   13 de março de 2016   │     17:58  │  46

Brasília – Ufa! Ainda bem que não houve o confronto e, aqui pra nós, foi uma festa com os arianos bebendo água importada e champanhe para se refrescar do calor na Capital Federal.

Nada de novo no front, pois eram os mesmos de sempre. Nenhum negro, nenhum pobre, porque em festa de arianos – ou de quem se acha ariano -, negro e pobre só aparece para empurrar o carrinho de bebê ou servir a água e a champanhe.

A manifestação patrocinada pela Fiesp, a poderosa Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, juntou a elite ariana numa festa de rua que ela não acostumada a participar. E aí, o dado positivo porque a elite ariana golpista finalmente conheceu a rua a pé.

Mas, não é de agora que essa elite ariana golpista atrasa e conspira contra o Brasil. A elite ariana golpista levou Getúlio Vargas à morte, quando espalhou que Getúlio promoveu o maior escândalo de corrupção da história.

Depois, a elite ariana golpista humilhou Juscelino Kubistchek dizendo que promoveu z  maior corrupção da história; em seguida humilhou João Goulart dizendo que Goulart promoveu a maior corrupção da história do país.

Não é novidade, portanto, o que a elite ariana golpista está fazendo com o Lula e a Dilma e, de quebra, com os aliados deles.

Explica-se, assim, o fato de não ter negro nem pobre na manifestação da elite ariana. Aliás, eu nunca vi uma Bahia tão ariana quanto essa Bahia que apareceu ba festa do golpe convocada pela Fiesp.

O caixão está pronto e agora só falta o cadáver. E de quem será a culpa?
   11 de março de 2016   │     8:51  │  29

Brasília – O pedido de prisão do ex-presidente Lula, feito pelo Ministério Público paulista, não surpreendeu porque todos sabem que o alvo dessa operação policial-judicial midiática desencadeada há mais de dois anos é o Lula.

O que surpreendeu é o pedido de prisão ter sido apresentado às vésperas de uma manifestação programada e anunciada com bastante antecedência e que vai colocar novamente nas ruas os blocos dos que gritam fora Lula, fora Dilma e fora PT.

O pedido do Ministério Público paulista está sendo considerado até mesmo pela oposição como o estopim da bomba. É o mesmo que oferecer o caixão antes do cadáver, e se aparecer o cadáver quem deve ser responsabilizado?

No Congresso Nacional já apontaram os promotores paulistas, signatários do pedido de prisão às vésperas da manifestação, como responsáveis pelo que possa acontecer de grave. E já há quem diga que, independentemente da decisão da juíza em aceitar ou não o pedido de prisão, as consequências serão imprevisíveis.

Sem dúvida que faltou o que o extraordinário Chico Buarque de Holanda já sugeriu certa vez, que é alguém para, num momento desse, alertar que “vai dar merda”.

Seja como for, não será por falta de aviso. O bom senso e a responsabilidade que o cargo confere recomendam nesse momento muita prudência. O Ministério Público paulista não podia oferecer o estopim sabendo, como todos sabem, que os ânimos estão acirrados.

E, o mais grave, às vésperas de uma manifestação.

Torce-se para que o cadáver não apareça e que todos voltem incólumes para casa. Mas, pelo que já se ouviu e leu, o confronto está estabelecido.

Quem vai pedir a Dilma para renunciar o mandato?
   10 de março de 2016   │     16:19  │  17

Brasília – A manifestação programada para domingo (13) pode ser a senha para a presidente Dilma decidir o seu futuro à frente do governo, e também para o PMDB decidir se permanecer dando sustentação ao governo.

Na quarta-feira, depois de se reunir com Lula para o café na sua residência oficial e à tarde com a presidente Dilma, o senador Renan foi à noite ao jantar promovido pelo senador Tasso Jereissati com os notáveis do PSDB no Senado.

Os senadores Aécio Neves e José Serra estavam presentes no jantar promovido por Jereissati e todos se mostravam ansiosos para conhecer a posição de Renan acerca da grave situação política do país por conta da fragilidade do governo.

O senador Renan colocou a sua posição destacando que o momento exige equilíbrio e serenidade, mas é evidente que todos estão considerando a manifestação convocada para domingo (13) como o teste final para o governo.

Isso, sem falar no risco de confronto. O fato de a direção do PT ter desistido da manifestação que havia convocado para o mesmo dia não garante que o risco do confronto tenha sido de todo alijado. Torce-se para que a manifestação transcorra sem traumas, mas é evidente a preocupação.

Pela primeira vez discute-se a renúncia da presidente Dilma, o que implica na convocação de eleição direta uma vez que a renúncia se daria antes de completar a metade do mandato. A proposta de renúncia da presidente foi posta; agora resta encontrar quem vai leva-la até Dilma.

Por que o Aécio estava tão nervoso?
   9 de março de 2016   │     18:32  │  17

Brasília – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) ocupou a tribuna do Senado no final da tarde desta quarta-feira (9) para, aparentemente, se defender por ter sido citado pelo senador Delcídio do Amaral na deleção premiada que ele ( Delcídio ) fez na Operação Lava Jato.

Trocando as palavras e sem esconder o nervosismo, Aécio convocou “os homens e as mulheres” para “a manifestação pacífica” programada para domingo, 13, data de aniversário da decisão para o golpe de 1º de abril de 1964, há exatos 52 anos.

Na tarde desta quarta-feira (9) uma equipe de jornalistas estrangeiros esteve no Senado para entrevistar o senador mineiro e candidato derrotado à presidência da República. Não se sabe se o nervosismo de Aécio tem algo a ver com a delação de Delcídio ou as perguntas dos jornalistas estrangeiros.

A dúvida permanece diante da certeza de que tem algo de estranho no ar. Ou talvez não. Vamos aguardar.