Brasília – Não adianta derrubar o boi antes da faixa; na vaquejada é assim – o boi tem de cair dentro da faixa, senão o vaqueiro não pontua.
Tinha graça, então, a presidente Dilma renunciar. Para a oposição que quer vê-la e ao Lula sangrarem dentro da faixa presidencial, a pontuação maior é o impeachment.
O impeachment no Brasil é o apelido que eles arranjaram para camuflar o golpe, mas no caso da Dilma, se ela renunciar agora e eles não resolverem o problema da economia, a opinião pública sentirá saudade da Dilma e do Lula.
Não basta, então, derrubá-los porque o fundamental e torna-los inelegíveis por oito anos. Se não for assim, o plano urdido em São Paulo e disseminado pelo país perde o sentido.
Eles não querem que a Dilma renuncie e a Dilma já disse que não renunciaria, o que os deixou eufóricos.
Nesse imbróglio político, só está faltando um cadáver. É preciso rezar forte para que não surja um cadáver, porque o confronto está se tornando inevitável.
Tomara que ninguém se deite no caixão eternamente.
Na década de 1950 o cadáver foi o do major da Aeronáutica, que levou Getúlio Vargas a se suicidar. Isola, isola e isola três vezes, mas um cadáver levaria a Dilma a renunciar a presidência.
Só uma coisa é certa: que está feia a coisa, isso está.