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Os 5 martires da República brasileira dos golpistas
   4 de fevereiro de 2016   │     0:11  │  17

iBrasília – Com quantos golpes se faz uma República? Essa é a pergunta difícil de responder, porque se for a República brasileira ninguém pode responder.

De 1889 até hoje são mais de 20 golpes; há até golpe dentro do golpe.

Também é interessante o fato de os melhores presidentes dessa República brasileira dos golpes terem sido perseguidos.

São eles: Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, João Goulart e, agora, o Lula.

Os quatro guardam entre si a identidade política coincidente, por terem  se aproximado das classes consideradas inferiores.

Getúlio se matou, Juscelino sofreu uma oposição radical e Goulart foi apeado do poder mediante o golpe sórdido recheado de traição e covardia.

Por isso é difícil responder com quantos golpes se faz uma República, porque o exemplo brasileiro é sui generis.

O PRIMEIRO GOLPE

O marechal Deodoro deu o golpe e derrubou Pedro II, depois o Floriano Peixoto deu o golpe e derrubou Deodoro.

Na primeira eleição livre para presidente da República, Floriano não conseguiu impedir a eleição de Prudente de Moraes nem dar o golpe e derrubá-lo. Mas, Prudente de Moraes escapou de morrer graças ao ato heroico de um major que se pôs à frente e recebeu o tiro disparado por um cabo – que estava em forma, durante a solenidade militar de recepção aos combatentes de Canudos.

Detalhe: o cabo era alagoano.

O CAFÉ SEM LEITE

O presidente Washington Luiz rompeu com a aliança São Paulo-Minas Gerais para se suceder no poder, mas para dar o golpe e tomar o poder a oposição necessitava de um fato de repercussão nacional capaz de levar à comoção.

E esse fato aconteceu com o assassinato de João Pessoa, um crime passional que foi transformado em fato político para oferecer o estopim do golpe. Derrubaram o Washington Luiz.

Veio a era Getúlio Vargas, que se divide entre a censura política e as conquistas sociais.  E também pelo avanço industrial concomitante com o populismo. Getúlio também foi apeado do poder, em 1945, mas voltou eleito e consagrado pelo povo.

O populismo de Vargas deu munição para a oposição tramar a sua derrubada, até força-lo a se matar.

MUDANÇA DA CAPITAL

O governo de Juscelino Kubistchek foi marcado pela mudança da Capital do País para Brasília, uma cidade construída na prancheta e transportada para a realidade em tempo recorde. Perder a condição de Capital do País aguçou a ira dos cariocas, que empreenderam a campanha virulenta contra Juscelino.

Sem mais argumento para combater a ideia que se materializava, a elite chegou ao ridículo de profetizar que o Lago Paranoá não iria encher. Quando encheu, Juscelino escreveu ao mais ácido dos seus opositores, o Gustavo Corção, só para dizer: “Caro Gustavo. Encheu.”

CAIU, CAIU1 1º DE ABRIL

A eleição de Jânio Quadros deixou a elite em alerta. Jânio também tinha forte apelo populista, ainda que um populismo tresloucado.

E quando Jânio apresentou o pedido de renuncia pensando que não iriam aceitar e ele voltaria fortalecido, estava pavimentado o caminho para o golpe de 1º de abril de 1964.

As turbulências no governo João Goulart eram como ataques programados visando a preparação para o golpe.

Todavia, os tenentes que na década de 1930 apoiaram a derrubada do presidente Washington Luiz eram, na década de 1960, generais. Acima deles havia dois marechais: Castelo Branco e Costa e Silva, e, como antiguidade é posto, os dois foram os primeiros presidente pós golpe.

Em 1969 os generais deram o golpe no golpe e assumiram o poder.

OS MARTíRES DA REPÚBLICA BRASILEIRA DOS GOLPISTAS

Sucederam, então, como verdadeiros mártires da República brasileira dos golpistas, os seguintes presidentes: Washington Luiz, Getúlio Vargas, Juscelino Kubistchek, João Goulart e o Lula.

Eles guardam entre si a identificação com a política voltada para o social e a expansão industrial. Não é por acaso que a Petrobras está na berlinda nessa trama para pegar o Lula e impedi-lo de voltar à Presidência da República em 2018.

Afinal, não se deve esquecer que se trata da República Brasileira dos Golpes, com mártires e algozes.

O recado duro de Renan, em via indo e voltando
   2 de fevereiro de 2016   │     16:47  │  5

Brasília – Ao mesmo tempo em que comunicou que o Congresso Nacional “não vai se comportar igual ao Titanic rumo ao iceberg”, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou claro que também o Congresso Nacional não vai abrir mão das suas prerrogativas e voltou a defender a reforma na estrutura do Estado.

A postura de Renan, durante a solenidade especial no Congresso Nacional com a presença da presidente Dilma Rousseff, motivou o elogio da senadora Lúcia Vânia:

– “De todos os discursos eu gostei mais do discurso do presidente do Senado, Renan Calheiros. Ele foi perfeito” – elogiou a senadora.

A solenidade foi marcada pela manifestação mal-educada e agressiva comandada pelos deputados golpistas, entre eles, e obviamente que não poderia deixar de sê-los, estavam os deputados Jair Bolsonaro e Paulinho da Força, que são aliados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que tem bronca pessoal com o governo.

Mas o recado de Renan recolocou o Congresso Nacional no lugar que ele deve permanecer, como guardião do equilíbrio republicano. Já houve na história atos covardes que macularam o Congresso Nacional, igual ao que ocorreu no golpe em 1964, quando foi decretada a vacância do cargo de presidente da República com o presidente João Goulart em território nacional e no pleno gozo dos seus direitos constitucionais.

No episódio desta terça-feira, 2, com o posicionamento firme do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, os fantasmas dos covardes que levaram Getúlio Vargas à morte, que macularam a honra de Juscelino Kubistchek e golpearam pelas costas João Goulart, ainda que teimem em continuar assombrando, não vão encontrar guarida.

Testemunha nega que a Arca de Noé pertencia ao Lula
   1 de fevereiro de 2016   │     15:19  │  20

Brasília – Pelo andar dos acontecimentos, só está faltando investigar se a Arca de Noé pertencia ao Lula.

Só assim, com humor brasileiro, é que se pode suportar mais de dois anos de uma investigação que a cada dia parece confirmar a suspeitas sobre o verdadeiro alvo – e o verdadeiro alvo deve ser mesmo o Lula.

Até já definiram que se trata do maior escândalo da história da República. Mentira.

É mentira porque o maior escândalo da história da República brasileira quem patrocinou foi o Rui Barbosa, quando foi ministro da Fazenda.

O maior escândalo da história da República brasileira chamou-se de “Encilhamento” e consistiu na venda de ações de empresas que não existiam. Quando a bomba estouro, o Rui Barbosa se mandou para a França.

Há também o fato de que o escândalo na Petrobras, que ora serve de objeto de investigação, começou no governo Fernando Henrique Cardoso. E por que não investigam a origem?

Pois é, por que?

A ausência de resposta só alimenta a suspeita sobre o real objetivo da investigação atual, que tem mais de dois anos de bombardeio midiático. Todos os dias e todas as noites a pauta da imprensa é a mesma.

Ou seja, tem que ter alguma matéria sobre a Operação Lava Jato. Até parece que se segue o ditado segundo o qual água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

É para bater porque o objetivo é investigar ou impedir a volta do Lula em 2018? Eis a questão, cuja dúvida se robustece diante da longevidade de uma investigação que só está faltando mesmo apurar se a Arca de Noé pertencia ao Lula.

Já lhe deram um iate e de um iate para uma arca é só navegar na imaginação.

 

Por que a Operação Lava Jato corre risco?
     │     7:44  │  10

Brasília – Contabilizando 22 fases e ostensivamente focada no PT e seus aliados, a Operação Lava Jato corre o risco de cair no vazio.

Simples assim: não há nada do que foi denunciado, que não tenha sido praticado desde a proclamação da República.

Ou seja: a relação política-empreiteiro é praxe.

Ainda que isso não queira dizer que não possa ter havido desvio de dinheiro, o que causa estranheza é a inédita ação pela qual se pretende mostrar que há ineditismo.

Tudo isso deixa evidente o objetivo de se atingir o ex-presidente Lula para evitar que ele volte à presidência da República e entre para a história por se eleger três vezes.

É a impressão que fica.

Não há um governo, um só, que não tenha se relacionado com empreiteiras e deixado brechas para ser investigado. Até mesmo os governos militares, que não se submetiam ao referendo popular, deixaram brechas para serem investigados.

E por que os outros governos não foram investigados? Porque nenhum ofereceu o “risco” de se sucederem indefinidamente no poder.

Exemplo: os 8 anos de Lula, mais 8 anos da Dilma, mais 8 anos de Lula

Isso deu origem à verdadeira “força tarefa” para, numa demonstração inédita de defesa da moralidade e dos bons costumes, camuflar o real objetivo – que é impedir o recorde.

E nesse esforço hercúleo e desesperado se tem protagonizado casos que seriam cômicos, se não fossem trágicos, tais quais: o iate da família do Lula – que na verdade é uma canoa de alumínio; e o tríplex do Lula – que na verdade não é dele.