Monthly Archives: dezembro 2014

O empresário mineiro e o 3º turno da eleição
   16 de dezembro de 2014   │     11:25  │  21

Brasília O Brasil já vai à guerra/ Comprou um porta-aviões/ Um viva pra Inglaterra/ De 82 bilhões? Ah, ah! Mas que ladrões/ Comenta o Zé Povinho/ Governo varonil/ Coitado, coitadinho/ Do Banco do Brasil/ Ah, ah! Quase faliu.

( Em tempo: o autor é o Juca Chave e isto aconteceu no final da década de 1950, no governo do Juscelino Kubitschek)

– Vamos fazer contrabando/ Vou montar um novo bando/ Vou dizer como é que é/ Brasileiro de malícia/ Deve ser contrabandista/ Quem apanha da polícia/ É estudante ou comunista.

( Outra pérola do Juca Chaves, no começo da década de 1960, quando a Capital Federal ainda era no Rio de Janeiro)

E para os mais jovens temos a “Alvorada Voraz” do RPM. Eis a estrofe supimpa!

O caso Morel
O crime da mala
Coroa-Brastel
O escândalo das jóias
E o contrabando
E um bando de gente
Importante envolvida…

( Diga aí!)

A propósito da “indignação nacional” que alguns demonstram sem passar a convicção de que estão mesmo indignados e não revoltados com o resultado da eleição,  na segunda-feira o jornalista Kennedy Alencar, do SBT, entrevistou o presidente da Vale do Rio Doce, o mineiro Murilo Ferreira, e perguntou-lhe sobre o que achava das denúncias de desvio de dinheiro da Petrobras.

E sabem o que ele respondeu? Ele respondeu que ainda “era menino” e já ouvia falar de desvio de dinheiro público e citou a construção de Brasília, Tucuruí e a Ponte Rio-Niterói. Só não ouviu falar que a Polícia Federal estava investigando e a Justiça punindo.

Essa é a diferença. Hoje, se apura o que nem na ditadura militar foi permitido apurar e muito menos impedido que se praticasse – o que é pior.

A indignação que se vê diante dos fatos sem dúvida deploráveis não é a indignação dos justos e dos probos, mas dos revoltados com o resultado das urnas que nos livrou do Aécio NEVER, digo, Neves.E

Ah! As ações da Petrobras estão caindo e a Bolsa de Valores de São Paulo foi obrigada a paralisar o pregão, e quando o retomou as ações caíram novamente.

Culpa da Petrobras que não entregou o balancete do ano… – é o que dizem os abutres do 3º turno.

É não. O prazo para entregar o balancete é até janeiro de 2015 e as ações da Petrobras estão caindo porque os árabes, para combaterem os iranianos e o xisto betuminoso norte-americano, decidiram baixar o preço do barril de petróleo.

E o crescimento pífio da economia brasileira?

Também é reflexo da crise mundial; não apenas o Brasil, mas todos os países vão crescer menos do que projetaram para 2014.

No mais, é conversa de perdedor revoltado.

Com 105 mortos, os policiais protestam por mais segurança
   15 de dezembro de 2014   │     10:28  │  5

Brasília – Seria cômico se não fosse trágico: policiais civis e militares do Rio de Janeiro fincaram 105 cruzes nas areais de Copacabana simbolizando o números dos colegas que foram assassinados até sábado, 13, e pediram segurança.

24 horas após o protesto na praia, mais um policial foi assassinado e o número subiu para 106.

Os números da tragédia são resultado de várias combinações de fatores que se entrelaçam há anos, para formar esse quadro trágico que parece não ter fim.

Ao mesmo tempo em que contabiliza baixas, a polícia do Rio de Janeiro também contabiliza transgressões graves. É igualmente a polícia mais corrupta e assassina, o que promove a dúvida atroz sobre a causa real da tragédia.

No centro da discussão colocou-se a remuneração baixa, mas ainda que isto seja verdadeiro, não deve ser usado como argumento para explicar o número da tragédia. A polícia de Brasília, por exemplo, é uma das dez mais bem pagas do mundo e a violência na Capital Federal também é alta.

Só para se ter uma ideia, de fevereiro até a noite ( 21 horas ) deste domingo 11 postos policiais foram incendiados e mais de 1,5 mil veículos foram roubados na Capital Federal. Isto elimina a discussão sobre a questão salarial, porquanto há algo mais além do baixo salário, que vem comprometendo a segurança da sociedade.

O que é? Eis a questão.

Há ainda os que alegam que faltam policiais, que é preciso contratar mais policiais, etc., e não é bem isso. A questão não é quantidade e sim qualidade.

A questão é também o rigor e o peso da justiça para punir ágil e exemplarmente os agentes da lei que roubam e matam. O policial que cumpre pena e depois volta a trabalhar normalmente como se nada tivesse acontecido não só afronta a sociedade, como contamina a instituição.

E, infelizmente, é isto o que se tem visto.

Nessa guerra do sem-fim, onde muitas das vezes o policial e o bandido se confunde, as exceções estão sendo eliminadas por um motivo ou outro, isto é, eliminadas pelo desestimulo diante da conclusão de que não vale a pena se arriscar, ou eliminada a bala igual a esse número da tragédia do Rio de Janeiro com 106 policiais mortos e uma corporação, civil e militar, protestando nas ruas pedindo mais segurança.

Chegamos ao fundo do poço.

A pirotecnia natalina e o consumo consciente
   14 de dezembro de 2014   │     12:36  │  0

por Aprigio Vilanova*

É fato que a crise de abastecimento de água na região Sudeste é um problema grave. Claro que o período de estiagem contribuiu para o agravamento da situação, mas o efeito natural não pode ser utilizado como muleta para explicar o desabastecimento.

Parte do país está em horário de verão e a intenção da medida é justamente diminuir o consumo de energia elétrica. Mas o horário de verão coincide com o período natalino e aí o caldo entorna.

A explosão de luzes enfeitando as cidades para celebrar o natal é, no mínimo, uma irresponsabilidade. Em tempos de racionamento de água e consumo consciente a pirotecnia natalina urge ficar fora de moda.

Mas o fato é que não ficará tão cedo, a julgar pelo estado de coisas que vivenciamos. Em Mariana (MG) a prefeitura gastou R$ 2 milhões com iluminação, é um desperdício de dinheiro público.

* graduando pela Universidade Federal de Ouro Preto – MG

Corrupção faturou 1 trilhão de reais, até agora
   12 de dezembro de 2014   │     12:20  │  12

 Brasília – De 1960 até 2014 a corrupção no Brasil faturou 1 trilhão de reais!

– Como é que é? De 1960 até hoje?

Isso mesmo: de 1960 até hoje. Mas, se quiser pode ir mais para trás. No Império, Pedro II extinguiu o órgão que ele criou para combater a seca no Nordeste porque o desvio de dinheiro público atingiu nível insuportável.

Na Primeira República, os que hoje exaltam o Rui Barbosa, não sabem ou fingem não saber que ele protagonizou o primeiro escândalo financeiro do Brasil República.

Chamou-se Encilhamento.

Rui Barbosa estimulou a emissão de ações de empresas que não existiam e quando os investidores foram resgatar a aplicação descobriram que eram vítimas de um golpe.

E o Rui Barbosa, como não poderia deixar de ser, se mandou. Escafedeu-se!

É verdade que a corrupção é bíblica e nenhum país está 100% livre dela, nem mesmo a Suécia, que ocupa o 1º lugar em lisura e honestidade – mas não é 100% honesta.

E os Estados Unidos, que muitos acreditam ser o parâmetro da honestidade ocupa qual lugar no ranking mundial dos honestos? Ocupa o 16º lugar.

Nem mesmo os que andavam com Jesus eram honestos. Imagine Judas, que Jesus convidou para andar com Ele porque conhecia de contabilidade e sabia lidar com dinheiro, quando foi tentado a traí-Lo no que estava pensando?!…

Estava pensando, obviamente, em se arrumar com as moedas fáceis.

Corrupto e covarde é igual a coceira de macaco, que nunca se acaba.

Daí, Jesus também é o protagonista de outra lição ao transformar a água em vinho só para satisfazer a vontade de Pedro – que era pescador e pingunço, mas O negou três vezes.

Para os que pensam que a corrupção é recente ou invenção desse ou daquele governo, a lição está na Bíblia – além dos compêndios de história.

Dilma chora, Aécio ri e o Bolsonaro esfola
   10 de dezembro de 2014   │     15:20  │  13

Brasília – As três últimas semanas foram intensas para o Congresso Nacional e o motivo é o terceiro turno da eleição, que o senador Aécio Neves promove todas as vezes que aparece no Senado, igual o que aconteceu na terça-feira.

O Aécio apareceu no Senado e os 60 manifestantes, inclusive aquela velhinha serelepe, lá estavam no “apitaço” na Chapelaria, que é o acesso principal ao Congresso Nacional.

Felizmente, o Aécio tem aparecido pouco no Congresso porque a poeira ainda não baixou e ainda há os que imaginam a possibilidade de virar o jogo e reverter o resultado soberano das urnas.

Mas, pensando bem, do ponto de vista da sobrevivência do sonho de chegar à Presidência da República é até compreensível que se posicione assim; o Aécio sabe que, em 2018, o candidato do PSDB é o Geraldo Alckmin.

E o Aécio era todo sorriso. Evidentemente que o sorriso disfarçava a preocupação diante da certeza de que chegar à presidência se tornou mais difícil. Digamos que impossível, pelo menos como candidato do PSDB, com dois nomes na sua frente – se não for o Alckmin será o José Serra.

Em 2014, Aécio…NEVER! Pelo menos como candidato do PSDB ele não será.

E enquanto o Aécio sorria, a presidente Dilma chorava ao receber o relatório final da Comissão da Verdade, que apurou os crimes praticados durante os governos militares. A diferença entre o sorriso do Aécio e o choro da Dilma é a mesma entre o falso e o verdadeiro.

O riso do Aécio contem ângulos da falsidade; o choro da Dilma contém emoção e saudade de quem viu e vivenciou como protagonista direta da história.

Trocando em miúdos: o choro da Dilma é a lágrima da história; o sorriso do Aécio é a gargalhada do deboche.

Mais ou menos assim.

E para fechar as três semanas agitadas no Congresso Nacional, teve mais um espetáculo promovido pelo deputado federal Jair Bolsonaro, que não se entende com a deputada Maria do Rosário.

Não é a primeira vez que os dois se confrontam, mas no embate desta terça-feira o que mais irritou o Bolsonaro foi que a Maria do Rosário falou tudo o que queria e ele ouviu sem direito a aparteá-la, e quando finalmente chegou a sua vez de falar e não viu a Maria do Rosário no plenário, ele perdeu a compostura.

Não vou ficar aqui para ouvir estuprador falar… disse a Maria do Rosário, ao se retirar do plenário.

E assim vai terminando a semana, e praticamente o ano legislativo, com o choro da Dilma, o riso do Aécio e o esfolamento do Bolsonaro.