Brasília – Tem uma pesquisa circulando por aí, realizada por um tal de Sensus, mas é fajuta. Nem o próprio candidato Aécio Neves acreditou no resultado, porque numa disputa no segundo turno jamais alguém se elege com percentual superior a 10% dos votos.
A verdadeira pesquisa, que será divulgada nesta segunda ou terça-feira pelo Datafolha, mantém o empate técnico e escrevam aí: a candidata Dilma melhorou a posição em relação a pesquisa anterior.
Desde o primeiro turno das eleições presidenciais a grande mídia bombardeou os eleitores com uma enxurrada de pesquisas. A divulgação era feita quase que diariamente, por vezes mais de uma pesquisa no mesmo dia.
Mas veio o segundo turno e com ele o sumiço das pesquisas. A imprensa não fala mostra mais os números do segundo turno. As pesquisas eleitorais sumiram da mídia, a imprensa silencia sobre os dados.
O primeiro turno reafirmou a falta de credibilidade destes institutos, a ida de Aécio Neves para o segundo turno era possibilidade descartada pelos institutos de pesquisa.
Acontece que a grande mídia brasileira revela seu caráter dissimulado, por mais que não assuma abertamente o apoio ao candidato tucano, isso fica evidente até para os leitores mais desavisados.
O problema é que as pesquisas eleitorais não devem estar agradando a grande mídia, qual é motivo para o silenciamento?
*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG
Brasília – Quando eu vejo o Aécio Neves eu me lembro do Tancredo Neves e quando eu me lembro do Tancredo Neves eu penso no general Figueiredo – que se recusou a conversar com o Tancredo, a pedido deste, às escondidas, para tramar o golpe da Nova República.
O Tancredo se reunia às escondidas com o general Golbery, no escritório deste, no Rio de Janeiro, e pedia-lhe para convencer o general Figueiredo a recebê-lo secretamente em Brasília e o Figueiredo, que era um homem de bem, não admitia.
– Não sou homem de me esconder, Golbery – respondia o Figueiredo.
Mas o Tancredo não desistia e tentou o último lance, que foi arrancar uma declaração do Figueiredo favorável a candidatura dele à presidência da República. Foi daí que surgiu aquela resposta célebre e histórica que o Figueiredo imortalizou:
– Tancredo?! Never! (nunca, jamais)
Grande Figueiredo…
Na eleição presidencial este ano, o risco de o país ser entregue ao Aécio me remete ao poeta Silvio Rodrigues com a célebre serpente com a qual ele sonhava e matava, mas lhe aparecia outra maior.
Ou seja: se um dia tivemos o general Figueiredo para nos defender do mal, hoje o mal reaparece maior e com faro de pitbull.
Penso só, agora, no repórter que vota no Aécio ao entrevistar o Tiririca, que foi reeleito à Câmara Federal por São Paulo, com mais de 1 milhão de votos.
– Tiririca, foram os nordestinos que elegeram você?
– Não. Foram os abestados.
– Então por que você não se candidatou no Nordeste?
– Porque lá não tem abestado.
É o que se espera, Tiririca, porque me parece que tem abestado no Nordeste que vai votar no Aécio Neves. Já pensou?
Brasília – Como um governo avaliado por 43% dos entrevistados como “ótimo e bom”, e por 31% com “regular”, pode perder a eleição?
Das três, uma:
1) Os adversários vão manipular o chip das urnas eletrônicas.
2) Os adversários vão trocar as urnas.
3) Os adversários vão implodir as urnas.
Fora dessas três possibilidades, ainda que absurdas, não há explicação para a presidente Dilma não se reeleger.
Ora vejam: o candidato Aécio Neves conseguiu arrancar a declaração de apoio da Marina Silva, mas não conseguiu os votos que ela obteve – senão, o escore estaria folgado em seu favor.
E não está; pelo contrário, a peleja está empatada. E como há o complô midiático nacional em favor do Aécio, o correto é imaginar que os resultados das pesquisas estão sendo manipulados contra a Dilma.
Aliás, já apareceu um instituto de pesquisa que colocou o Aécio com a vantagem de 17 pontos, mas como nem o próprio Aécio acreditou, a fraude foi abafada.
Convenhamos que pegou mal, pois evidenciou-se o complô para manipular os número e iludir os incautos.
Vamos somar 43% de aprovação como “ótimo e bom” com 31% de “regular” e teremos 74% de aprovação para o governo Dilma. Se o parâmetro é 100, então apenas 26% reprovam o governo Dilma.
É ou não?
A não ser que estejam fazendo os cálculos em Matemática Moderna, onde existe conjunto vazio e conjunto unitário, a chance de a Dilma perder a eleição depende única e exclusivamente de um golpe.
Tipo assim: alguém, sorrateiramente, troca os chips dos computadores da Justiça Eleitoral. E isto, convenhamos, pode acontecer.
Ou então, existe conjunto vazio, papai Noel, mula sem cabeça e nota de 3 reais.
Brasília – Li um texto da professora e jornalista alagoana Rossana Gaia que, pela lucidez e inteligência, sintetiza tudo o que o candidato Aécio Neves fará caso chegue à presidência da República.
No debate promovido pela Band o Aécio disse que vai “sanear” os bancos públicos ( Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e BNDES) e a Rossana Gaia com muita propriedade e inteligência levantou a questão: “sanear significa privatizar?”
Pois é; atenção muita atenção bancários do BB, da Caixa, do Banco do Nordeste e do BNDES, o perigo está solto e lhes ameaça, e aos seus familiares.
Mais que isto, ameaça mais de um século de história.
O Aécio está aí para colocar em prática o que o Fernando Henrique Cardoso não teve tempo de fazer, para a desgraça nacional, que era acabar com os bancos oficiais, sobretudo o Banco do Brasil.
Lembrem-se de que o ministro da Educação do FHC era um prospero proprietário de uma “usina de produção de diploma de nível superior”, também conhecida como universidade privada, que levou a universidade pública à bancarrota.
Agora, vem o Aécio anunciar que vai “sanear” o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o BNDES. “Sanear”, em “tucanês fluente”, significa vender? É isso?