Monthly Archives: junho 2014

Renan garante apoio do PMDB a Dilma
   10 de junho de 2014   │     19:25  │  3

Brasília – O resultado da convenção do PMDB que homologou o nome de Michel Temer  na vice-presidência da República nesse segundo mandato que a presidente Dilma Rousseff pretende cumprir foi uma vitória do senador Renan Calheiros.

Ainda que o percentual de apoio tenha sido menor que para o primeiro mandato, o presidente do Senado preferiu não dar ênfase à questão numérica. 60% dos convencionais aprovaram a dobradinha Dilma-Michel Temer – em 2010 foram 80% dos convencionais.

Os 20% dos convencionais que não repetiram o voto formam o contingente dos inconformados que se opõe a Dilma porque estão insatisfeitos com o tratamento que recebem do governo, ou seja, a contrariedade não tem nada de ideológica.

E os 60% que apoiaram a manutenção da aliança com o PT mostram a dimensão do tamanho da aprovação ao senador Renan, que mais uma vez testou o prestígio de que desfruta.

Não ter repetido os 80% de aprovação na aliança para esse primeiro mandato não significa muita coisa, quando se sabe que o descontentamento no partido é meramente fisiológico, ou seja, nada que uma boa conversa não restabeleça a aprovação de 80% mais à frente.

Na verdade, o grande problema que Dilma vai enfrentar está dentro do próprio PT com o grupo que cobra a solidariedade do governo aos companheiros presos – coisa que a Dilma não vai fazer jamais até porque o Zé Dirceu, por exemplo, era o estorvo do qual se livrou.

Trocando em miúdos: o adversário mais perigoso de Dilma está dentro do próprio PT.

A trama para derrotar a Dilma começa quinta-feira
   9 de junho de 2014   │     9:56  │  10

Brasília – Existe o acordo tácito que impede uma seleção de futebol não europeia de ganhar uma copa do mundo na Europa – a exceção foi o Brasil em 1958, e ainda assim fizeram de tudo para impedi-lo.

Foi assim, em 1958.

Por superstição, o Brasil aposentou o terno de camisa branco traumatizado pela derrota na copa do mundo de 1950 e adotou o amarelo – que vigora até hoje. Ocorre que a cor da camisa da Suécia também é amarela e os suecos fingiram deixar o Brasil jogar com o “terno da sorte”, e só avisaram do contrário às vésperas da partida final.

Foi o maior corre-corre até que o Paulo Machado de Carvalho, que era o chefe da delegação brasileira na copa de 58, teve a ideia de adotar o azul sob o argumento fortíssimo de que era a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil.

O Brasil ganhou a copa e a cor azul passou a ser a segunda opção para o terno de camisa da seleção de futebol.

Mas, de lá para cá nenhuma seleção não europeia venceu uma copa do mundo realizada na Europa e jamais tornará a vencer.

Na copa do mundo vencida pela França deu-se o episódio daquela inexplicável falta de ânimo da seleção brasileira – que capitulou de forma até hoje inadmissível para muitos, com a estranha situação do Ronaldinho Fenômeno.

Estranha, mas apenas para os que são fáceis de serem manipulados. Na vitória da França sobre o Brasil apático e o Ronaldinho acometido de uma indisposição, o lateral Leonardo quase estragou o combinado ao deixar escapar a inconfidência quando disse: se o brasileiro soubesse o que aconteceu de verdade…

Não precisa dizer mais nada; basta não ser idiota irremediável para entender tudo.

Daí, com esse acordo tácito que deixa a Europa para as seleções europeias e a América para as seleções americanas e entre elas o Brasil, o que está escrito é que a seleção brasileira será campeã numa final contra uma seleção do continente – ou seja, jamais contra uma seleção europeia.

Isso é o que está escrito.

Ocorre que este é um ano eleitoral e a oposição está empenhada em ferrar a Dilma – que é candidata a reeleição com vitória certa de acordo com as pesquisas, exceto se ocorrer uma tragédia e para nós brasileiros a tragédia é a seleção brasileira não ser campeã em casa.

Até porque, duas vezes é demais. Basta a copa de 50.

A presidente Dilma terá de redobrar a vigilância porque tudo pode acontecer; no vale tudo da disputa eleitoral pode acontecer de a “síndrome do Ronaldinho Fenômeno” no jogo final contra a França se repetir de forma coletiva nesta copa.

E aí, o que está escrito para acontecer com bastante antecedência, que é a seleção brasileira será campeã numa final contra a Argentina, não acontecer de fato porque o acordo tácito será quebrado.

Por ironia do destino, só o temor da reação popular no caso de o Brasil perder novamente uma copa do mundo em casa vai salvar a Dilma.

Porque até o Ronaldinho Fenômeno já pulou do barco e agora apoia o Aécio Neves.

Do Congo o Congado
   8 de junho de 2014   │     22:23  │  0

por Aprigio Vilanova*

O encontro de Congados da festa do divino nas ruas seculares de Mariana é um espetáculo de fé, sincretismo, miscigenação e resistência. É como voltar aos tempos do Brasil colonial e mergulhar no período da escravidão.

O Congado é a expressão viva da luta de resistência dos negros escravizados em Minas Gerais. O sincretismo no Congado tem raízes bantu dos impérios portugueses do Congo, Angola e Moçambique, onde o cristianismo já exercia influencia.

O sincretismo esta presente dentro do Congado na adoração a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia.  A tradição se mantém há séculos em Mariana. Os grupos saem em procissão em direção a Igreja da Arquiconfraria de São Francisco dos Cordões.

Ao chegar a Igreja os grupos entram pela porta principal e saem pela lateral, um a um, tocando seus tambores, pandeiros, violões, acordeons e cantando músicas de um português brasileiro com marcada contribuição do tronco linguístico bantu.

*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG

A CIA vai te seguindo
   7 de junho de 2014   │     4:34  │  2

Por Aprigio Vilanova*

Em tempos de espionagem global promovida pela arapongagem americana, a Central Intelligence Agency (CIA) criou uma conta pública no micro blog Twitter, o @cia. A postagem na página oficial veio em tom irônico: “Não podemos confirmar nem desmentir que este é o nosso primeiro tweet”, publicou ontem (6/6), no @cia.

O site da CIA confirmou a autenticidade da página através de um comunicado “Esta semana, a CIA expandiu a sua presença nas redes sociais com o lançamento de contas oficiais no Twitter e no Facebook. Siga-nos no Twitter @CIA e no Facebook para acompanhar as últimas atualizações”.

Com isso a central entra de vez nas redes sociais. É certo que havia anos que a CIA relutava em aderir a tal exposição, mas a relutância acabou.  A CIA já possuía contas no Youtube e no Flickr. Agora é fato, a CIA continua seguindo.

*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG

 

 

Quando a sociedade cansar das injustiças, como ficará?
   5 de junho de 2014   │     18:24  │  6

Brasília – Um médico rico é cúmplice na morte do próprio filho menor de idade, que foi enterrado vivo no Rio Grande do Sul; e em São Paulo, um publicitário e a advogada esposa dele mataram o zelador do prédio onde moravam – e depois tocaram fogo no corpo.

São dois casos que seriam tratados como “escabrosos” se os envolvidos não fossem bandidos de gravata e capital – que nunca se dão mal; o caso do médico rico do Rio Grande do Sul falta pouco para cair no esquecimento e já, já ele estará na rua.

E o mesmo vai acontecer com o publicitário-bandido e a esposa cúmplice. É assim porque tem sido assim com a lei que faz essa diferenciação entre bandido pobre – que só tem deveres; e bandidos ricos – que tem muitos direitos.

São essas as nossas leis e mudá-las é difícil, para não dizer impossível, porquanto implica em mirar no espelho onde se projeta essa sociedade num país cheio de leis que não tem servido para nada – sequer para intimidar.

Há uma clara distinção entre quem pode e quem não pode praticar crimes, e tudo se desenrola em meio ao cinismo do fingimento da lei – que não se aplica a todos, pois tem havido sempre os que se colocam acima dela e são inimputáveis.

O que as autoridades não perceberam, ou fingiram que não perceberam, é que está havendo uma reação barulhenta das ruas. Por enquanto, essa reação se restringe a fechar ruas e revogar o direito soberano de ir e vir das pessoas.

Por enquanto a reação está nisso, mas não tardará que se descubra que se pode ir além de se interditar ruas e se ocupar prédios públicos. Não está muito longe o dia em que a sociedade cansada dos privilégios indevidos vai procurar fazer a justiça funcionar sem discriminação.