por Aprigio Vilanova*
O encontro de Congados da festa do divino nas ruas seculares de Mariana é um espetáculo de fé, sincretismo, miscigenação e resistência. É como voltar aos tempos do Brasil colonial e mergulhar no período da escravidão.
O Congado é a expressão viva da luta de resistência dos negros escravizados em Minas Gerais. O sincretismo no Congado tem raízes bantu dos impérios portugueses do Congo, Angola e Moçambique, onde o cristianismo já exercia influencia.
O sincretismo esta presente dentro do Congado na adoração a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia. A tradição se mantém há séculos em Mariana. Os grupos saem em procissão em direção a Igreja da Arquiconfraria de São Francisco dos Cordões.
Ao chegar a Igreja os grupos entram pela porta principal e saem pela lateral, um a um, tocando seus tambores, pandeiros, violões, acordeons e cantando músicas de um português brasileiro com marcada contribuição do tronco linguístico bantu.
*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG