Monthly Archives: setembro 2013

Quando o médico se confunde com o monstro
   10 de setembro de 2013   │     14:47  │  10

O caso do médico Patrick Henrique Cardoso é emblemático porque desmascara de uma vez por toda a reação da classe médica brasileira ao programa Mais Médico.

Que nunca houve preocupação com a população, isto é fato sabido e notório; que a exigência da revalidação do diploma para os médicos estrangeiros era apenas um biombo, isto também já se sabia.

Só os muito tolos poderiam acreditar na sinceridade dos discursos dos médicos brasileiros contrários ao programa.

E contrários por quê?

Porque vão sair perdendo; não tem mais aquela certeza da oferta ( de médicos ) pouca em contrapartida à procura ( por médicos ) grande.

A  reação nunca foi uma questão ética nem moral; é apenas uma questão econômica, e isso está comprovado nas reações que se seguiram antes de o programa Mais Médico começar.

Vejamos:

Um líder de uma importante entidade médica de Minas Gerais, cuja função é zelar pelo exercício da medicina, declarou que “negará socorro às vítimas de possíveis erros médicos” cometidos, evidentemente, pelos médicos estrangeiros e especialmente os cubanos.

Analisem a gravidade da declaração desse médico que é presidente da entidade de classe em Minas Gerais. Ele antecipou que cometerá o crime de omissão de socorro!

Depois veio a manifestação em Fortaleza, com médicos brasileiros xingando os colegas cubanos. E xingando da forma mais baixa possível; eles aos gritos chamaram os médicos cubanos de escravos.

Baixaria própria de quem tem a medicina como negócio para ganhar dinheiro, antes de salvar vidas.

E agora veio o caso do Patrick Henrique Cardoso, que se inscreveu no programa, foi designado para o Posto de Saúde nº 9 no Novo Gama, trabalhou três dias e sumiu!

Sabe-se agora que está em Chicago passeando.

O mais grave é que o Patrick armou tudo. Na segunda-feira, quando começou o programa Mais Médico, ele deu entrevista no DF TV (Rede Globo) em Brasília dizendo da sua expectativa com o programa.

Mostrava-se disposto e engajado, mas era puro fingimento; era armação, pois o golpe já estava premeditado.

O Novo Gama é um município de Goiás com 120 mil habitantes, no entorno de Brasília. E o posto onde o médico Patrick deveria estar trabalhando fica num bairro pobre – e o Patrick demonstrou que não está preocupado com a saúde de ninguém. Não sei se trata a todos por gentalhas fedorentas e negras, mas pelo mau exemplo deixa a dúvida.

Patrick trabalhou três dias e viajou para os Estados Unidos, e só avisou à chefe do posto na véspera da viagem, tipo assim:

– “Amanhã eu não venho. Tenho uma viagem inadiável”.

E se mandou; os pacientes dele, que ele jurou perante Hipócrates de tratar até o fim, que se lasquem!

E o pior de tudo é que existem milhares de Patricks país à fora, que simplesmente querem que a população que não pode pagar a consulta morra à míngua.

Há os que sequer se contentam com a oportunidade de fraudar o SUS, cobrando cesariana em homens e cirurgia de próstata em mulher.

Só uma coisa conforta: é que, com atitudes iguais a dos doutores Patricks, muita gente que inadvertidamente se colocou contrária ao programa Mais Médico está revendo a posição.

No DF TV desta terça-feira, o âncora Alexandre Garcia foi direto nesse ponto ao condenar o mau exemplo do dr Patrick e ele até lembrou a ironia: o dr. Patrick foi passear em Chicago, exatamente onde o padroeiro é São Patrick.

Saúde, doutor Patrick!  Quanto à vítimas que o senhor deixou aqui para morrerem à míngua, agora é pedir a Deus para tomar de conta. Se tiver tempo, claro, pois afinal Deus não prestou juramento a Hipócrates nem se formou em medicina.

Que Ela faça o que puder pelos pobres se direito à saúde.

Collor previu ataques contra a Petrobras
   9 de setembro de 2013   │     17:31  │  6

No ano passado, quando ainda era o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional, o senador Fernando Collor propôs estender ao exército os royalties do petróleo que é pago só à marinha no percentual de 7%.

E pediu para o governo investir nas forças armadas, citando como justificativa os projetos de expansão da produção de petróleo, inclusive, em águas profundas – que é o caso do pré-Sal.

Não é, pois, de se estranhar as notícias sobre a espionagem dos Estados Unidos sobre a Petrobras. As revelações que estão aparecendo agora apenas reforçam a desconfiança e confirmam a  certeza de muitos que não tinham como comprová-la.

Sabe-se muito bem que o mundo foi gerido pelas chamadas “sete irmãs” – a Stand Oil, a Shell, a Esso, a Texaco, etc. – que promoveram guerras na disputa pelo controle do petróleo. E sabe-se do poder do cartel petrolífero, que é capaz  de promover crises internacionais. Basta querer.

Em Alagoas mesmo, a história do petróleo está manchada de sangue humano. O genial Monteiro Lobato, outro que lutou para provar que o Brasil tinha petróleo, ao ver o primeiro poço jorrando na Bahia desabafou:

– “Sinto vontade de afogar nesse óleo todos aqueles que negavam a existência de petróleo no Brasil”.

E não podemos esquecer que a lei 2004, que instituiu o controle do petróleo brasileiro, foi fruta de uma manifestação das ruas.

O problema não é os Estados Unidos bisbilhotarem a Petrobras, porque só os muitos ingênuos podem imaginar que isso não acontece; o problema é a advertência do Collor para se garantir a posse desse bem nacional.

-“O Brasil é um país de índole pacífica, mas temos de mostrar que estamos preparados para defender os nosso território e as nossas riquezas” – alertou Collor, ainda no ano passado.

E o problema é que não está. O exército, a marinha e a aeronáutica estão sucateadas e ainda tem os “rosas-choques” acometidos de faniquitos contra o projeto do submarino nuclear brasileiro.

O culpado de tudo foi Moisés, diz Juca Chaves
   8 de setembro de 2013   │     0:05  │  0

A humanidade surgiu entre os Rios Tigres e Eufrates, e de onde veio eu não sei; só sei que surgiu lá e ergueram as três primeiras cidades do mundo: Nippur, Uruk e Eridu.

Nós devemos muito aos árabes. Mas muito mesmo, pois imagine que 4 mil anos antes de Cristo os egípcios já sabiam que a estrela “Sírio” demora exatos 365 dias para tornar a aparecer antes de o Sol despontar.

Quem foi que ensinou a eles? Não sei; só sei que eles descobriram isso. 

Os algarismo, a pólvora, o álcool, a álgebra, a química, a engenharia, a arquitetura, a montaria…enfim, a base de tudo o que podemos desfrutar hoje no cotidiano veio deles – os árabes.

Se hoje, em pleno século 21, ainda debatemos pela irrigação da lavoura, o que dizer então dos árabes que já haviam drenado o Nilo e irrigado as lavouras 4 mil anos antes de Cristo!?

Mas os árabes só se desenvolveram como povo, a partir de quando se juntaram numa religião, mais precisamente o Islamismo.

Antes, eles viviam em tribos nômades – e alguns ainda vivem.

A história do árabe atual se dá a partir do Islã, ainda que muitos deles se tenham divididos entre “mudejar” ( mulçumano convertido ao cristianismo ); “moçarabe” ( descendentes dos árabes cristãos da Espanha); e “muladi” ( que renegaram o cristianismo).

A peleja deles com os judeus é antiga e o mundo ocidental, na verdade, por conhecer a capacidade intelectual e a disciplina rigorosa temem os árabes.

Para dominá-los é preciso dividi-los.

E assim vem a história deste os primórdios mais remotos da própria história da humanidade, e algumas vezes repetindo cenas tão pretéritas que muitos nem se dão conta.

Por exemplo: o que se passa hoje com a Síria, onde um governante tenta sufocar uma rebelião a ferro e fogo, e por isso sofre a ameaça de invasão do Ocidente, parece repetição.

Imaginem que, cerca de 200 anos antes de Cristo, um rei chamado Antíoco governou a Síria e sufocou uma rebelião a ferro e fogo. Depois,  atacou os vizinhos, e armou um exército naval para invadir a Grécia; e só capitulou diante dos romanos.

Hoje a cobiça está no subsolo e não é preciso mais sair por aí conquistando terras. E a gente só pode entender o que se passa no Oriente se olharmos para o subsolo – com exceção das Colinas de Golã, que é onde está a água que sacia a sede de todos, inclusive judeus.

E ao olhar para o subsolo eu me lembro da piada que o músico satírico Juca Chaves, que é judeu, contou sobre a peleja da sua raça com os árabes.

– “A culpa toda foi do Moisés, que levou os judeus para um lugar que não tem petróleo”.

Está explicado, grande Juca Chaves. E pode sair de lá o primeiro tiro para a terceira guerra mundial.

Independência ou morte! Mas tem diálogo e podemos conversar
   7 de setembro de 2013   │     18:00  │  1

Vamos dizer que tudo começou com D João VI, para se fazer justiça ao pai. A independência começou com o pai quando criou o Reino do Brasil em 1815.

E também quando revogou o decreto de 1785 proibindo a instalação de teares e manufaturas no Brasil.

Ah, sim; ele também criou o Banco do Brasil.

Quando Napoleão foi derrotado e expulso de Portugal, a  burguesia portuguesa deu o golpe para derrubar a junta que governava o país e impôs uma nova Constituição – que fixou prazo para D. João reassumir o trono.

Para Portugal era D. João, para o Brasil D. João VI.

E lá se foi ele reassumir o trono, deixando o filho Pedro como regente. Uma vez em Lisboa e pressionado pela burguesia portuguesa, que já temia ver um dia Portugal como colônia do Brasil, ele foi obrigado a revogar alguns dos decretos que havia assinado no Brasil.

Várias regalias que a colônia havia adquirido foram extintas de uma canetada só, na tentativa da burguesia portuguesa de recuperar o “status quo” perdido durante a invasão de Napoleão.

Felizmente era tarde demais; a Inglaterra já havia entendido que era mais fácil comercializar diretamente com a colônia e decidiu eliminar o intermediário – no caso, Portugal.

E os portugueses que chegaram pobres no Brasil e haviam enriquecidos, já não se importavam tanto assim com a corte e pressionaram Pedro a ficar.

Fica! Fica! Fica!

Fico! Atendeu Pedro.

E ficando, Pedro se tornou o primeiro imperador. No dia 7 de setembro de 1822, depois de uma viagem cansativa à casa da amante em São Paulo e acometido de diarreia, enquanto apeou para se aliviar no mato decidiu que, além de ficar, ele iria cortar todos os laços que ainda ligavam a colônia à corte.

Independência ou morte!

Portugal quis reagir e a Inglaterra interveio com uma proposta tentadora. A ocupação francesa havia devastado Portugal, cujas finanças estavam foram de controle e os meios de produção arruinados. E o que fizeram os ingleses?

Os ingleses ofereceram um empréstimo de 2 milhões de libras, que Portugal não precisaria pagar, pois quem iria pagar era o Brasil – e este era o preço da Independência.

Foi tipo assim:  independência ou morte, mas podemos conversar…

Portugal topou e o Brasil, que não tinha opção, também topou. E como o Brasil não tinha economia para ser independente, somou mais 2 milhões de libras e fechou o negócio em 4 milhões de libras – e assim começou a história da dívida externa brasileira.

Do surgimento do Império, em 1822, até a proclamação da República, em 1889, são 67 anos. E dos 4 milhões de libras no primeiro empréstimo, em 1822, quando o Império acabou 67 anos depois o Brasil estava devendo 68 milhões de libras!

Mas acredito que valeu.

 

Quando o CSA entrava em campo. Faz tempo, ó!
   6 de setembro de 2013   │     18:00  │  0

Primeiro ele se chamou de Floriano Peixoto em homenagem ao seu criador, de igual nome e um halterofilista que era sobrinho do marechal que ficou conhecido como “de ferro”.

Floriano Peixoto Futebol Clube, que estreou num campo que havia no Farol onde hoje é a Praça do Centenário e venceu por 2 a 1.

Mas depois virou CSA.

O Centro Sportivo Alagoano ganhou um terreno do industrial e benemérito Gustavo Paiva e se instalou no Mutange, onde fez história. E quantas histórias.

Foi o primeiro time de futebol alagoano a “exportar” um jogador para o “Sul Maravilha” e daí para a seleção brasileira que pela primeira vez foi campeã do mundo.

Infelizmente, como é a idiossincrasia do alagoano ter inveja eterna do conterrâneo que faz sucesso, o Dida não tem nenhuma homenagem para ele nem no Estado natal, nem no CSA.

O CSA foi também o primeiro time no Nordeste a “exportar” um diretor de futebol. Trata-se do coronel Nilo Floriano Peixoto, sobrinho neto do fundador do time, e que no final da década de 1960 se tornou dirigente do Corinthians paulista.

Isso mesmo; de presidente do CSA para diretor do Timão, um feito que vai demorar muito para deixar de ser inédito.

O CSA já chegou a vender todo o trio principal da sua defesa para o Náutico de Recife. O goleiro Lula, o lateral Gernan e o zagueiro-central Zé Luiz. E o Lula foi o goleiro daquele Náutico que encantou o Brasil com Nado, Bita, Salomão, Nino, Vicente, Fraga, Lala…

O Lula foi vendido depois para o Corinthians paulista e foi titular do Timão.

Em troca, o Náutico mandou para o CSA um ataque completo saído da sua base: Deda, Neco, Jair e Fernando. Desses quatro, dois ficaram: Deda e Jair, e este último foi jogar na Colômbia e por lá ficou.

Tem ainda: Tonho Lima, que foi para o São Paulo; o Arcanjo, que foi para o América de Rio Preto; o Paranhos, que também foi para o São Paulo; e o Machado, que foi para o Galícia da Bahia.

Tempo bom quando o CSA era o CSA do Roberto Mendes, que fazia de tudo no clube; até técnico foi. Tempo do Clóvis; do Silvio Mário, que jogava com a elegância de um Falcão; o Erick, o Charuto, o Ratinho, o Duda, o  Giraldo, o Canhoteiro, o Chumbinho, o Jurinha, o Sinval, o Tadeu…

E tinha também os que vieram do CRB: o goleiro Batista, os zagueiros Bernardo e Chita, o volante Paulo Nylon e até o Canhoto – que fazia gol como quem faz cesta no basquete.

E os gaúchos: Ênio Oliveira, Maurício, Djair, Torino, Luiz Felipe; os cariocas Pinga, Paulo Sérgio, Wendel, Cyro, Rommel e Nei Conceição.

Até o Ditão, zagueiro do Flamengo!

Zé Galego, Flávio, Boleado, Zé Claudio, Marinho, Deda, Carlinhos, Paulo Patriota, Ítalo, Bewilson, Neu, Eromir, Orizon, Gereba, Bibiu, Manoelzinho, Jorge Siri, Chico, Peu, Otávio,  Batoré, Soareste,  Zé Preta…

Seu Antônio e dona Maria!

Dá saudade, mas é bom saber que o CSA já foi um time um dia! E, quem sabe, tornará a sê-lo outro dia desse…