Independência ou morte! Mas tem diálogo e podemos conversar
   7 de setembro de 2013   │     18:00  │  1

Vamos dizer que tudo começou com D João VI, para se fazer justiça ao pai. A independência começou com o pai quando criou o Reino do Brasil em 1815.

E também quando revogou o decreto de 1785 proibindo a instalação de teares e manufaturas no Brasil.

Ah, sim; ele também criou o Banco do Brasil.

Quando Napoleão foi derrotado e expulso de Portugal, a  burguesia portuguesa deu o golpe para derrubar a junta que governava o país e impôs uma nova Constituição – que fixou prazo para D. João reassumir o trono.

Para Portugal era D. João, para o Brasil D. João VI.

E lá se foi ele reassumir o trono, deixando o filho Pedro como regente. Uma vez em Lisboa e pressionado pela burguesia portuguesa, que já temia ver um dia Portugal como colônia do Brasil, ele foi obrigado a revogar alguns dos decretos que havia assinado no Brasil.

Várias regalias que a colônia havia adquirido foram extintas de uma canetada só, na tentativa da burguesia portuguesa de recuperar o “status quo” perdido durante a invasão de Napoleão.

Felizmente era tarde demais; a Inglaterra já havia entendido que era mais fácil comercializar diretamente com a colônia e decidiu eliminar o intermediário – no caso, Portugal.

E os portugueses que chegaram pobres no Brasil e haviam enriquecidos, já não se importavam tanto assim com a corte e pressionaram Pedro a ficar.

Fica! Fica! Fica!

Fico! Atendeu Pedro.

E ficando, Pedro se tornou o primeiro imperador. No dia 7 de setembro de 1822, depois de uma viagem cansativa à casa da amante em São Paulo e acometido de diarreia, enquanto apeou para se aliviar no mato decidiu que, além de ficar, ele iria cortar todos os laços que ainda ligavam a colônia à corte.

Independência ou morte!

Portugal quis reagir e a Inglaterra interveio com uma proposta tentadora. A ocupação francesa havia devastado Portugal, cujas finanças estavam foram de controle e os meios de produção arruinados. E o que fizeram os ingleses?

Os ingleses ofereceram um empréstimo de 2 milhões de libras, que Portugal não precisaria pagar, pois quem iria pagar era o Brasil – e este era o preço da Independência.

Foi tipo assim:  independência ou morte, mas podemos conversar…

Portugal topou e o Brasil, que não tinha opção, também topou. E como o Brasil não tinha economia para ser independente, somou mais 2 milhões de libras e fechou o negócio em 4 milhões de libras – e assim começou a história da dívida externa brasileira.

Do surgimento do Império, em 1822, até a proclamação da República, em 1889, são 67 anos. E dos 4 milhões de libras no primeiro empréstimo, em 1822, quando o Império acabou 67 anos depois o Brasil estava devendo 68 milhões de libras!

Mas acredito que valeu.

 

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