Brasília – O governo cometeu outro erro pueril, porque não se modifica uma proposta antes de começar a negociação.
O presidente Temer, com certeza que mal assessorado, tropeçou nas críticas negativas que o senador Renan Calheiros vem fazendo à proposta de Reforma da Previdência.
Antes de a negociação começar, o governo mudou a proposta e o pior é que estimula às reações, inclusive, no Supremo Tribunal Federal.
O Supremo decretou que as polícias civil, federal e rodoviária federal estão incluídas na lei que proíbe as Forças Armadas de fazerem greve – logo, como exclui-las do direito à aposentadoria especial?
Na modificação feita, o governo propõe que apenas as Forças Armadas e os professores terão direito à aposentadoria especial.
É a velha história de quando a emenda fica pior do que soneto.
As propostas de reformas que estão sendo apresentadas com prazo para aprovação – até o meio do ano -, terão de ser modificadas, mas isso não garante que serão aprovadas no prazo que o governo fixou.
Essas propostas têm a característica de unir a nação contrária, conforme se viu na última manifestação patrocinada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, com baixa adesão.
É o aviso.
Claro, o complô que elegeu Tancredo Neves presidente sobrevive e manterá o Temer até a sangria final. Mas, não é certo que será vitorioso na disputa eleitoral direta prevista para 2018, sem o surgimento do “Sassá Mutema” – que pode estar sendo esculpido em São Paulo voando num cabo de vassoura.