Monthly Archives: abril 2017

Temer tropeça nas críticas de Renan
   7 de abril de 2017   │     22:20  │  106

Brasília – O governo cometeu outro erro pueril, porque não se modifica uma proposta antes de começar a negociação.

O presidente Temer, com certeza que mal assessorado, tropeçou nas críticas negativas que o senador Renan Calheiros vem fazendo à proposta de Reforma da Previdência.

Antes de a negociação começar, o governo mudou a proposta e o pior é que estimula às reações, inclusive, no Supremo Tribunal Federal.

O Supremo decretou que as polícias civil, federal e rodoviária federal estão incluídas na lei que proíbe as Forças Armadas de fazerem greve – logo, como exclui-las do direito à aposentadoria especial?

Na modificação feita, o governo propõe que apenas as Forças Armadas e os professores terão direito à aposentadoria especial.

É a velha história de quando a emenda fica pior do que soneto.

As propostas de reformas que estão sendo apresentadas com prazo para aprovação – até o meio do ano -, terão de ser modificadas, mas isso não garante que serão aprovadas no prazo que o governo fixou.

Essas propostas têm a característica de unir a nação contrária, conforme se viu na última manifestação patrocinada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, com baixa adesão.

É o aviso.

Claro, o complô que elegeu Tancredo Neves presidente sobrevive e manterá o Temer até a sangria final. Mas, não é certo que será vitorioso na disputa eleitoral direta prevista para 2018, sem o surgimento do “Sassá Mutema” – que pode estar sendo esculpido em São Paulo voando num cabo de vassoura.

Futuro do PSDB em 2018 depende da prisão do Lula por “crime” sem prova
   6 de abril de 2017   │     16:29  │  95

Brasília – O PSDB corre contra o tempo para impedir que o Lula seja candidato a presidente em 2018.

Para isso, os tucanos têm contado com um aliado importantíssimo, que é o juiz Sergio Moro, que pode decretar a prisão do Lula mesmo sem as provas dos crimes que lhe imputa, mas apenas baseado na “convicção”.

A mesma “convicção” que, absurdamente transformada em elemento de prova, levou o juiz a decretar a prisão de uma inocente – que foi constrangida e ficou cinco dias encarcerada, mesmo mostrando que não era a pessoa que estava sendo investigada.

São os absurdos que se comete porque, no Brasil, não existe a lei para punir o “abuso de autoridade”. E essa é uma lei importantíssima para acabar com a casta brasileira que se coloca acima do bem e do mal.

Depois de toda a perseguição da Operação Lava Jato e de todo o bombardeio da mídia, os adversários e especialmente o PSDB não entendem como o Lula pode permanecer liderando as pesquisas para a disputa presidencial no ano que vem.

Daí a aposta agora é no Moro – aliás, o pai do juiz Sérgio Moro é o fundador do PSDB no Paraná e os tucanos esperam a solidariedade.

No mês que vem, Moro vai ouvir Lula no processo sobre o tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal não conseguiram nenhuma prova de que os imóveis pertencem ao Lula, mas como na Operação Lava Jato não tem precisado provar as denúncias, basta ter “convicção”, não será surpresa se for decretada a prisão do Lula.

O problema é que, mesmo nas hostes tucanas, há divergências. O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, por exemplo, é contra a trama para prender o Lula. É contra porque não há fundamentação jurídica e o objetivo da prisão não é a aplicação da lei por eventual contravenção, mas única e exclusivamente impedi-lo de disputar a eleição presidencial.

Talvez essa aberração explique a hesitação, mas o desespero do PSDB quanto à possibilidade real de não eleger o presidente da República em 2018 levará os tucanos a praticarem qualquer aberração.

Aliás, o prefeito de São Paulo, João Dória, que alguns incautos seguem como quem segue o ilusionista circense, é a carta que os tucanos têm escondida para ludibriar a nação. E o Dória, que se esmera em postar foto ao lado do amigo-juiz Sérgio Moro, já comunicou que vai visitar o Lula na cadeia.

Ou seja: o Dória não é juiz da Lava Jato, mas já sabe até o desfecho da sentença do Moro contra o Lula.

O filme sobre a Lava Jato contará a história ou a estória?
   5 de abril de 2017   │     21:35  │  35

Brasília – Quanto custou o filme sobre a Operação Lava Jato? Quem pagou? É verdade que foi usado dinheiro público, para pagamento de diárias, combustível etc., na produção da película?

Sabe-se a priori que se a película se centrar apenas num lado da mesma moeda, para mostrar só um partido e proteger outro, estará fadada à desmoralização porque na arca da Lava Jato estão dos os partidos.

E, ainda, que a película mostre o gênesis para que se possa entender o holocausto. Exemplo: o pai do Eike Batista opera no ramo de mineração desde 1964. Isso mesmo: 1964, quando o marechal Castelo Branco o nomeou para a Companhia Vale do Rio Doce.

Olha que história bonita: o pai do Eike Batista começou no governo Jânio Quadro, foi mantido no governo João Goulart e foi salvo da prisão, com o golpe de 1º de abril de 1964, pelo marechal Castelo Branco.

Acusaram o pai do Eike Batista de ser comunista, por ter servido ao governo João Goulart, mas o Castelo Branco com autoridade de marechal o salvou e ainda o colocou para comandar a Vale do Rio Doce.

Será que a película sobre a Lava Jato se aprofunda no enredo ou isso não vem ao caso?

De qualquer forma, vamos aguardar a película porque, no mínimo, ela servirá para mostrar se há manipulação dos fatos policiais. Ou seja, mostrará se existe na moeda – digo: na película -, duas faces.

Porque moeda sem duas faces é falsa.

Senador Renan rompe com o “governo de Eduardo Cunha”
     │     6:33  │  40

Brasília – Preso em Curitiba desde o ano passado, o ex-presidente da Câmara e ex-deputado Eduardo Cunha indicou o ministro da Justiça e o líder do governo no Congresso.

Além disso, tem influenciado o governo Temer à distância e ainda que na prisão.

Cercado por jornalistas, o senador Renan Calheiros dissertou sobre o quadro político montado pelo governo e anunciou que, com o governo do Eduardo Cunha ele já rompeu; “vou aguardar o próximo” (governo) – disparou o senador.

A insatisfação de Renan com o governo Temer tem preocupado o Palácio do Planalto, que teme a adesão de outros senadores. Em 2018, a maioria dos senadores terá de enfrentar novamente as urnas.

– “O PMDB vai ter de patrocinar as reformas vindas do Planalto sem discutir?” – indagou Renan.

-“Se continuar assim” – prosseguiu –“vai cair o governo para um lado, e o PMDB para o outro. É uma questão política; não é pessoal”.

E inspirado na seleção brasileira de futebol, recomendou:

-“O Brasil está cobrando que o governo parece mal escalado. Como está ( o governo ) parece a seleção do Dunga. Queremos a seleção do Tite”.

O governo adiou o anuncio da recriação do Ministério dos Portos, que ressurgirá para agradar ao Senado, mas o senador Renan garante que não está pleiteando ministério.

Na República dos absurdos, só falta o TSE mandar separar o inseparável
   4 de abril de 2017   │     22:14  │  6

Brasília – Quando o Tancredo Neves faleceu o Sarney não poderia assumir a presidência da República, mas assumiu.

Rasgaram a Constituição e empossaram o Sarney, mesmo ele sendo o vice-presidente do fato que ainda não havia gerado direito, porque o Tancredo faleceu antes de prestar juramento e ser oficialmente empossado presidente.

Isso só é possível no Brasil, porque a história da República é recheada de contradições. Aliás, até a Bandeira Nacional é colorida de contradições, pois simboliza a República, mas as cores verde e amarela homenageiam a Monarquia.

Essas contradições só ocorrem na República brasileira, que surgiu de uma dor de cotovelo do marechal Deodoro, o que o levou a não aceitar o senador gaúcho Silveira Martins para substituir o Ouro Preto.

O senador Silveira Martins tomou a namorada de Deodoro, a baronesa de Triunfo, quando o marechal governou o Rio Grande do Sul, e de volta ao Rio de Janeiro na condição de comandante do Exército ele se vingou proclamando a República para impedir que o rival substituísse Ouro Preto.

Evidente que outros fatos contribuíram para a proclamação da República, mas a história da República esdruxula brasileira não ficaria à altura sem esses detalhes inusitados.

A REPÚBLICA DAS EMENDAS PIORES QUE O SONETO

Como justificar o movimento para separar a chapa DilmaTemer, mesmo sabendo-se que se trata de proposta absurda, porque a chapa é indivisível? Na chapa vota-se para presidente, governador e prefeito; ninguém vota para vice, porque o vice é o apêndice inseparável da chapa.

Só há uma justificativa: na República brasileira tudo pode.

A melhor saída, para não se desmoralizar mais uma vez a lei, é o Tribunal Superior Eleitoral rejeitar o pedido de cassação da chapa. Porque separar ou desmembrar a chapa DilmaTemer, para punir a Dilma e livrar o Temer, desmoraliza as instituições.

No falecimento do Tancredo Neves a lei mandava empossar o presidente da Câmara para que, no prazo de 30 dias, ele convocasse nova eleição. Ocorre que se fosse seguido o que diz a Constituição, o Paulo Maluf se elegeria presidente da República.

Mas, agora, qual o “risco” que se corre?

Ademais, a palavra final quem dará é o Supremo Tribunal Federal, caso provocado para dirimir dúvidas,  e o Supremo não costuma dirimir dúvidas em prazo inferior a dois anos, tempo suficiente para o governo acabar.