Brasília – O senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, não disse ter rompido com o governo Temer, mas os recentes pronunciamentos com críticas negativas às ações governamentais suscitaram ilações acerca.
Renan é o líder do PSDB no Senado, que tem 22 senadores; Temer é o presidente licenciado do PMDB, mas o Temer é o bibelô do PSDB – que armou o desmonte social, com as reformas da CLT, da Previdência, etc., mas transferiu o ônus para o PMDB.
Em 2018, o PSDB vai negar que promoveu o desmonte social e colocar a culpa no PMDB.
Nas críticas feitas, o foco de Renan são as medidas econômicas propostas e que, na sua avaliação, vão gerar mais problemas econômicos e sociais, no lugar de resolvê-los.
– “Corte de gastos; elevação de impostos, vão drenar energia de uma economia que não consegue se levantar” – previu o senador.
De fato, a propaganda do governo anunciando a recuperação da economia serve à psicologia, mas não reflete a economia. Ao contrário do que a propaganda diz, o desemprego está aumentando – são 13,7 milhões de desempregados oficiais; 20 milhões somando-se a informalidade, prestadores de serviços, terceirizados, etc.
O senador fez a leitura avançada e visualiza problemas sérios para o governo resolver, mas observa que não é por falta de aviso.
Renan definiu o governo Temer como “errático” e advertiu de que a Reforma da Previdência, conforme foi enviada ao Congresso Nacional, não passa, ou seja, será necessário fazer profundas modificações – o que o PSDB não admite.
O senador disse que Temer vai errar sozinho.
Temer já despachou o ministro da Casa Civil, Elizeu Padilha, para ir ao encontro de Renan, depois de Renan ter recusado dois convites para ir ao Planalto. O senador e o ministro se reuniram duas vezes na semana passada, no gabinete de Renan, mas o senador se negou a apoiar as reformas propostas sem alterações.
– “Corte de investimentos públicos; reoneração da folha de pagamento; aumento de impostos; terceirização geral, tudo isso vai drenar as energias de uma economia que não consegue se levantar” – completou o senador Renan.