Monthly Archives: dezembro 2016

O Brasil é o único país onde o crime compensa, mas só para uma categoria de brasileiros
   5 de dezembro de 2016   │     11:02  │  22

Brasília – A ministra Carmem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, pediu ao presidente Michel Temer para convencer o presidente do Senado, Renan Calheiros, a não colocar em votação o projeto que penaliza o abuso de autoridade.

Isso é o que se comenta nos bastidores do Congresso Nacional.

Quer dizer, então, que as autoridades do Poder Judiciário devem continuar cometendo abusos impunemente. É isso mesmo ou entendi errado?

Em que país pode se admitir a prática de abuso de autoridade? Exceto nas republiquetas corruptas, as autoridades podem abusar dos seus direitos impunemente; pode mandar matar e desviar dinheiro impunemente.

Mas, só nas republiquetas corruptas. Num país sério, todos são iguais perante a lei e não há regalias nem privilégios.

No Brasil não é assim. A sociedade paga 16 milhões e 400 mil reais por ano para manter 49 juízes que cometeram crimes e não foram punidos, mas aposentados compulsoriamente.

É um absurdo que se mantém intocável. A conta alta que a sociedade paga só tende a crescer e a reação contrária ao projeto que pune o abuso de autoridade mostra que não há interesse em acabar com os absurdos.

Fica a perguntar: como alguém tem a coragem de lutar para manter esses privilégios absurdos? Como alguém pode se colocar favorável à manutenção da prerrogativa de abuso de autoridade num país onde existe a prática estúpida para privilegiar autoridade?

No Brasil do “sabe com quem está falando” e das famosas “carteiradas”, a manutenção do privilegio para abuso de autoridade parece algo natural quando, na verdade, é uma imoralidade.

O Brasil é o único país onde o crime compensa, desde que quem o pratique integre essa casta colocada acima do bem e do mal; a casta que pode punir e não pode ser punida, ainda que tenha praticado crimes hediondos.

Deixa ver se entendi: juízes defendendo o abuso de autoridade, é isso? Misericórdia…
   4 de dezembro de 2016   │     13:25  │  38

Brasília – Nos protestos deste domingo 4, dois fatos chamaram a atenção porque só é registrado no Brasil:

1)Promotores, procuradores e juízes do Paraná saíram às ruas contra a punição para quem pratica abuso de autoridade.

Mas, será isso mesmo o que se viu nas manifestações? Promotores, procuradores e juízes defendendo o abuso de autoridade?

É isso mesmo?

Em que outro país, promotores, procuradores e juízes saem às ruas pedindo que se mantenha o direito de praticar abuso de autoridade, mas, só e somente só para eles?

O servidor público que comete abuso de autoridade é punido de acordo com a lei, exceto se não for promotor, procurador ou juiz, pois estes estão livres para praticar abuso de autoridade quantas vezes quiserem e contra quem quiserem.

Não é uma coisa absurda, essa? Uma coisa que de tão absurda se confunde com o cinismo? Logo aqueles servidores mantidos pela sociedade para fazerem cumprir com a lei, esses mesmo, se colocam acima da lei, acima do bem e do mal!

Eita Brasilzinho de sacanagens…

2)Os protestos financiados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo para favorecer ao PSDB e devolver o Brasil à elite paulista, esconderam o estandarte do carnaval da tragédia nacional, ou seja, o pato.

Cadê o pato da FIESP? Alguém viu o pato?

Já sei. Eles esconderam o pato porque temem que já se tenha descoberto que, no frigir dos ovos, quem vai pagar o pato são esses que estão nas ruas defendendo as regalias para uma casta absurdamente beneficiada, seja pelos faturamentos, seja pelas regalias que o colocam acima do bem e do mal.

É preciso separar o joio do trigo. Uma coisa é defender a Operação Lava Jato, outra coisa é manter os privilégios absurdos, sejam de ordem financeira, sejam pela manutenção da pratica de abuso de autoridade para promotores, procuradores e juízes.

O que ficou claro e cristalino, mais uma vez, é que essas manifestações são na verdade a antecipação da campanha eleitoral para favorecer o PSDB na eleição presidencial de 2018. Não é coincidência, porque coincidência não existe, que o quartel-geral da manifestação seja a FIESP.

Todos são iguais perante a lei. Certo? Errado. No Brasil não é assim que funciona…
   2 de dezembro de 2016   │     22:26  │  83

Brasília – Dois exemplos, em inúmeros outros exemplos espalhados pelo país do Oiapoque ao Chuí, desmentem o conceito mundial segundo o qual todos são iguais perante a lei.

No Brasil não é assim que funciona; no Brasil existe uma categoria que está à margem desse conceito universal.

Os dois exemplos são:

1)No Espirito Santo, um juiz foi denunciado por ser o mandante do assassinato de outro juiz que estava investigando a venda de sentença na comarca.

Sabe qual foi a punição para o juiz acusado de mandar matar o colega? Sabe não? Ele foi “condenado” a receber uma aposentadoria que dizem chega a 33 mil reais por mês.

2) Numa cidade do Nordeste um integrante do Ministério Público dirigindo embriagado invadiu a parada de ônibus e matou uma jovem.

Sabe qual foi a punição para ele? Sabe não? Ele foi “condenado” a receber uma aposentadoria superior a 20 mil reais por mês.

Diga aí: todos no Brasil são iguais perante a lei?

Agora seja…

Esses dois exemplos recentes, por si só, justificam o projeto do Senado para fazer valer o conceito – e princípio -, universal segundo o qual todos são iguais perante a lei.

E não dá para entender a reação contrária de integrantes da Magistratura e do Judiciário ao projeto do Senado, que aplica o conceito – e princípio -, universal que coloca todos – todos! – em igualdade de condições diante da lei.

O tratamento dado aos que cometem crimes tem que ser rigorosamente igual para todos, sem distinção de cor, sexo e, sobretudo, posição social. A lei que vale para o favelado deve ser – em tem que ser – rigorosamente igual a lei aplicada para jornalista, médico, engenheiro, desembargador, promotor, juiz, general, almirante, brigadeiro e marinheiro.

Portanto, é estranha essa reação de integrante da Operação Lava Jato ameaçando abandonar as investigações em represália à proposta do Senado, que se destina, justamente, a garantir a aplicação da lei que eles dizem defender.

Tanto o juiz Sergio Moro, quanto os promotores da Operação Lava Jato cometeram erros gravíssimos. O juiz pediu desculpas pelo erro que cometeu;o Ministério Público do Paraná nem isso – simplesmente fingiu que ninguém se tocou.

Ora, ora, ora. Num país onde o promotor e o juíz fazem pressão para se manterem imune a aplicação da lei, só pode ser definido assim:

Não é um país sério.

Procurador elogia Dilma e o país se embala ao samba do crioulo doido…
   1 de dezembro de 2016   │     9:53  │  52

Brasília – A mídia censurou a parte da entrevista do procurador Deltan Dallangnol, onde ele elogiou a ex-presidente Dilma por dar total apoio à Operação Lava Jato e criticou o governo Temer por fazer o contrário.

A mídia tradicional ainda não aprendeu que existe a Internet, que está acima de todos os outros meios de comunicação, inclusive a televisão, e continua insistindo em editar as entrevistas para censurar as revelações mais contundente.

Dallagnol citou diretamente a ex-presidente Dilma elogiando-a por ter apoiado a ação do Ministério Público Federal de Curitiba. Ele não citou diretamente o nome de Temer, mas disse que “o governo (atual) “tenta impedir as investigações” e prejudica o trabalho do Ministério Público.

A censura da mídia não impediu o panelaço realizado em todo o país na noite da quarta-feira 30, nem vai impedir a manifestação convocada pelas redes sociais para domingo em favor da Operação Lava Jato.

Gente! A República brasileira dos golpes e que surgiu devido a uma dor de cotovelo do marechal Deodoro está por um triz. Ela virou o samba do crioulo doido, onde se pode ver de tudo um pouco: traição, covardia, corrupção e manobras escusas.

Tudo junto e misturado.

O mais grave é que a mídia tradicional ainda não se tocou de que não pode mais manipular a opinião pública. Daí se assiste a essa inversão dos valores: antes, a mídia convocava a população a sair às ruas; hoje, a mídia é quem vem às ruas para cobrir uma manifestação que ela ( a mídia ) censurou e tentou omitir.

Antes, a opinião pública era pautada pela mídia; hoje, quem pauta a mídia é a opinião pública.