Brasília – O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, promoveu uma boca-livre para a dupla comemoração: a desocupação da residência oficial da Presidência da Câmara e a nova residência oficial que vai ocupar, com quatro quartos, dependência de empregada e biblioteca.

A nova residência de Cunha é um apartamento funcional que foi todo reformado ao gosto dos novos moradores.

Quem foi ao “regabofe” promovido por Cunha garante que ele estava tranquilo e confiante de que não será cassado, “mas nem a pau, Juvenal”.

E por que o Cunha tem tanta certeza disso?

Porque o Cunha é uma bomba que anda, respira e pensa e o mais preocupado, caso  ele toque fogo no chio dessa bomba, é o presidente interino-permanente Michel Temer.

Foi o Temer que aconselhou Cunha a renunciar demovendo-o da ideia de não o fazê-lo, conforme ele próprio reiterou várias vezes. Com a renúncia, Temer avaliou que ele desviaria o foco e facilitaria o esquema para salvá-lo da cassação.

Não é que o Temer tenha consideração nem gratidão pelo Cunha, mas porque a língua do Cunha, se ele abrir a boca e confessar o que sabe, causará um estrago que somente a convocação de nova eleição presidencial poderá reunificar o País.

Assim como causa estranheza e muita estranheza que o juiz Sérgio Moro, mesmo diante das provas robustas e irrefutáveis que tem em mãos, ainda não tenha decidido sobre o escândalo da mulher e da filha de Cunha flagradas com 1 milhão de dólares na Suíça.

E o mais interessante é que elas confessaram ao juiz que foi o Cunha quem as presentou com 1 milhão de dólares.

Quem foi ao “regabofe” promovido pelo Cunha garante que ele está muito seguro do acerto que fez para se salvar. Pelo acerto, o que se comenta é que a “força tarefa” para impedir a cassação dele já programou a contrapartida à frustração nacional.

Ou seja: a presidente Dilma será cassada e o Cunha será salvo, mas não é em nome de Jesus, que ele próprio envolveu na Operação Lava Jato, e sim em nome do terror que ele irradia quando ameaça contar tudo e derrubar todo mundo caso ele, a esposa e a filha sofram qualquer constrangimento.

E como, até agora, todos estão ilesos, livres e soltos, recomenda-se acreditar no que está a vista.