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Renan lembra que não existe delito de opinião e pede bom senso às instituições republicanas
   9 de junho de 2016   │     18:03  │  5

Brasília – Não se pode comparar os casos que envolvem o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-senador Delcídio do Amaral, com os casos que envolvem o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da República, José Sarney.

Cunha e Delcídio tramaram contra a Operação Lava Jato; Renan e Sarney apenas opinaram sobre os métodos utilizados para obtenção das provas dos crimes praticados mediante a chamada delação premiada.

A delação premiada é um instrumento universal de provas, mas no Brasil ele adquiriu característica própria que o fragilizou e, em certos casos, até o inviabilizou juridicamente dando brecha para que seja desconsiderado na instância judicial superior.

Isso é consequência do modelo de investigação no País, que parte do princípio de que se prende para investigar quando o correto e justo é investigar para prender.

Todos conhecemos a história do Al Capone, que o Ministério Público norte-americano pelejou para vê-lo preso devido aos crimes de homicídios, contrabando e subornos, mas em vão. Al Capone só foi preso devido ao flagrante de sonegação fiscal.

No episódio do pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Renan, Sarney, Cunha e Jucá as separações dos casos são nítidas e o pedido do procurados somente se justifica pela pirraça.

Janot não gostou de ter sido chamado de “mau caráter”, o que é do seu direito, mas a atitude que tomou acaba por justificar o juízo que lhe fazem. Quando o agente público em função de tamanha relevância age por pirraça, as instituições se apequenam.

No caso do ex-senador Delcídio teve o flagrante de um plano de fuga de um acusado, inclusive com a promessa de ajuda financeira, para silenciá-lo numa investigação criminal. No caso de Cunha idem, pois são escancaradas as suas manobras para se livrar da cassação por quebra do decoro parlamentar.

São dois casos completamente diferentes.

E como o senador Renan colocou com muita propriedade, não existe delito de opinião. Ninguém pode ser punido por expressar a sua opinião, gostem ou não da opinião expressada, pois se trata de um direito inalienável na democracia.

Renan pediu bom senso às instituições da República.

E tanto é assim que, durante os governos militares, como não havia – e não deve haver -, brecha na lei para enquadrar os crimes de opinião, então foi criado o Ato Institucional nº 5 e o Decreto-Lei 477 exclusivo para punir estudantes e professores que manifestassem opiniões consideradas subversivas.

Uma excrecência, sem dúvida.

O que o senador Renan manifestou foi a opinião dele, pessoal, numa conversa pessoal e reservada e que se sabe agora se tratou de uma armação com o agente público arquitetando a armadilha para forçar a confecção de provas.

E, o mais grave, usando como instrumento uma pessoa investigada e completamente acuada. Por si só as provas coletadas não têm validade porquanto grosseiramente manipuladas.

A situação dramática que o País atravessa exige dos agentes públicos equilíbrio e racionalidade. Pergunta-se agora: quem vazou a informação à imprensa se o pedido de Janot estava há duas semana com o ministro Teori Zavaski sem que ele o comentasse com ninguém?

Ora, se o ministro Teori não comentou com ninguém; se apenas o ministro Teori e o procurador Janot sabiam do pedido, então quem vazou à imprensa?

O vazamento é gravíssimo porque implica na tentativa de desmoralizar o Supremo Tribunal Federal. E só existe um meio de o Supremo reafirma a sua posição e se impor pelo respeito à Corte, que é descobrir e punir severamente a fonte delatora.

Fatura do golpe irrita Temer e Dilma tem prova de fogo nesta 5ª feira
   8 de junho de 2016   │     10:50  │  20

Brasília – “Então vote para a Dilma voltar” – disparou o Michel Temer depois de analisar a fatura do golpe apelidado de impeachment.

A pressão por cargos e regalias no governo é cada vez maior.

Na Câmara o golpe foi comandado pelos evangélicos, que agora dominam o governo, e Temer não teve sequer o poder de escolher o seu líder – que escolheu o líder do governo na Câmara foi o presidente afastado Eduardo Cunha.

A ministra da Mulher, que agora foi apelidada de secretária, Fátima Pelaes, também é evangélica e responde a processo por ter inventado uma ONG para poder desviar R$ 4 milhões em emendas no Orçamento da União.

Cunha também está pressionando Temer para salvá-lo da cassação por quebrar do decoro parlamentar. Do mesmo que exigiu da Dilma o apoio para salvá-lo da cassação, Cunha encurrala Temer – que não tem saída.

O tempo está passando e até agora não há nenhum resultado positivo capaz de demonstrar o novo rumo do governo. O temor de que a sociedade se frustre está deixando Temer inquieto.

A insatisfação se generaliza. No senado, de acordo com o placar do Estado de S. Paulo e que é publicado diariamente, a votação do golpe apelidado de impeachment é o seguinte:

São favoráveis 37 senadores.

São contrários 18 senadores.

Estão indecisos 7 senadores.

Não respondem 19 senadores.

No total são 81 senadores e a presidente Dilma precisa de apenas 9 votos para reassumir a presidência.

O temor de Temer é que o tempo conspire contra ele, por isso foi apresentada a proposta para antecipar a votação do golpe apelidado de impeachment. A rejeição da proposta, o que implica em estender a votação final no Senado para agosto, deixou o Temer nervoso e impaciente.

A expectativa agora é quanto a viagem da Dilma em avião de carreira. Temer proibiu que ela viajasse para Campinas-SP no avião da FAB.

A viagem será nessa quinta-feira 9 e se a receptividade for positiva, ou seja, a Dilma for bem recebida a bordo o termômetro para o golpe apelidado de impeachment marcará o apoio abaixo de zero.

 

 

Renan considera pedido de procurador-geral como abusivo e estranha não ter sido ouvido
   7 de junho de 2016   │     12:32  │  10

 

Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros, considerou como “abusivo” o pedido de prisão dele feito pelo procurador-geral da República. Renan lembrou que sempre se colocou à disposição da justiça para prestar todos os esclarecimentos e estranhou o pedido do procurador para afastá-lo do Senado sob a acusação de estar colocando obstáculos à Operação Lava Jato.

Na íntegra, a nota divulgada pelo presidente do Senado:

“A Presidência do Senado Federal emitiu nota pública nesta terça-feira (7). Eis a íntegra da nota:

Apesar de não ter tido acesso aos fundamentos que embasaram os pedidos, o presidente do Congresso Nacional reitera seu respeito à dignidade e autoridade do Supremo Tribunal Federal e a todas às instituições democráticas do País. O presidente do Senado está sereno e seguro de que a Nação pode seguir confiando nos Poderes da República.

O presidente reafirma que não praticou nenhum ato concreto que pudesse ser interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça, já que nunca agiu, nem agiria, para evitar a aplicação da lei. O senador relembra que já prestou os esclarecimentos que lhe foram demandados e continua com a postura colaborativa para quaisquer novas informações.

Por essas razões, o presidente considera tal iniciativa, com o devido respeito, desarrazoada, desproporcional e abusiva. Todas as instituições estão sujeitas ao sistema de freios e contrapesos e, portanto, ao controle de legalidade. O Senado Federal tem se comportado com a isenção que a crise exige e atento à estabilidade institucional do País.

A Nação passa por um período delicado de sua história, que impõe a todos, especialmente aos homens públicos, serenidade, equilíbrio, bom-senso, responsabilidade e, sobretudo, respeito à Constituição Federal.

As instituições devem guardar seus limites. Valores absolutos e sagrados do Estado Democrático de Direito, como a independência dos poderes, as garantias individuais e coletivas, a liberdade de expressão e a presunção da inocência, conquistados tão dolorosamente, mais do que nunca, precisam ser reiterados”.

É mais fácil aprender japonês em Braile, do que o Michel Temer pacificar o País
   6 de junho de 2016   │     19:47  │  12

Brasília – A declaração do Michel Temer dizendo que não temia bandidos seria trágica se não fosse cômica.

Trágica porque o alienígena pode imaginar que o Temer está enfrentando ameaças de morte devido à sua postura digna, leal e honesta. Como não está, então a declaração é cômica.

É cômica porque foi a orientação do marqueteiro, que o mandou repetir a frase e bater na mesa naquele gesto que a Psicologia atribui aos fracos – que desejam se impor no grito.

Só que o grito do Temer é muxoxo.

Com 7 ministros denunciados nas operações do Ministério Público/Polícia Federal, para entornar o caldo, tem o recado do ministro do Gabinete Civil, Elizeu Padilha, mandando os denunciados deixarem o governo.

É de se aconselhar: cala a boca, Padilha.

No meio dessa confusão toda, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, está viajando pelo mundo, mas não é para vender a nova imagem do Brasil e incrementar a economia. Pasmem todos, o Serra está viajando para tentar convencer o mundo de que não houve um golpe no Brasil.

Em vão.

Só a imprensa brasileira trata o golpe como impeachment. A imprensa internacional, em todos os Continentes, alardeia que houve um golpe; alardeia que destituíram uma presidente legitimamente eleita apenas por pirraça eleitoral e nada mais.

Para um homem com quase 80 anos de idade, pode parecer difícil entender os posicionamentos do Temer. Mas, isso tem uma explicação científica: é a Síndrome do Velhinho Transviado – que é aquele velhinho que não teve infância e, na velhice, passa a agir como adolescente.

Temer sabe que não conseguirá pacificar o País e aonde ele for, do Oiapoque ao Chuí, enfrentará protestos – que vão se agigantar quando cortar os benefícios sociais e arrochar a economia.

Na mais recente aberração praticada por Temer  está a proibição para a presidente Dilma viajar pelo País. E por que o Temer quer impedir a Dilma de viajar?

Porque o Temer sabe que o seu governo é ilegítimo.

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, tem razão: só existe uma maneira para se pacificar o País, que é convocar nova eleição presidencial.

Isso porque, como canta o magistral Djavan, é mais fácil aprender o idioma japonês em Braile, do que o Temer pacificar o País. E sem pacificação ninguém consegue governar nem a própria casa.

 

 

 

Delator diz que deu R$ 5 milhões para o Michel Temer. E agora, José?
     │     14:49  │  13

Brasília – O diálogo do delator da Operação Lava Jato, Léo Pinheiro, com o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, não deu manchete.

Mas existe e é arretado.

No diálogo telefônico, o Cunha pergunta ao Léo Pinheiro pelos R$ 5 milhões e ele responde que entregou ao Michel Temer.

E por que entregou ao Temer?

Léo Pinheiro explica que o Temer ficou de arranjar a concessão do Aeroporto de Guarulhos, que por enquanto ainda permanece com a OAS.

Quem também estão citados na delação de Léo Pinheiro são os ministros, apelidados de secretários, Gedel Vieira e Moreira Franco, igualmente beneficiados com as propinas.

Se para o bom entendedor meia palavra basta, então está explicado porque o Temer tem sete ministros denunciados em operações da Polícia Federal.

E explica também porque o ministro das Relações Exteriores, José Serra, está andando mundo afora tentando explicar que o impeachment não é golpe.

Mas, convenhamos, assim não dá, como diz o “grande estadista” Fernando Henrique Cardoso, o gênio mundial que se aposentou aos 32 anos de idade.

Tem jeito?