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Vamos derrubar a Dilma? É a sua última cartada…
   8 de dezembro de 2015   │     22:23  │  5

Brasília – Assim mesmo, igual à situação na qual o jogador tem de decidir pela cartada à base do tudo ou nada, a oposição embalada pela ira do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está levando o País para o impasse histórico entre todos os absurdos que marcam a história da República.

O grave disso é que o País está órfão de líder e o que tem na praça é exatamente o que se pretende dizimar. Trata-se do Lula.

Esse é o raciocínio da oposição porque ela sabe que não tem o quadro à altura de empolgar o País e levantar a nação. Essa constatação torna o impasse histórico surreal, porquanto na história da República em todo levante tinha um líder carismático.

E o líder carismático disponível na praça é o Lula, gostem dele ou não.

Então, eu fico a imaginar o diálogo da presidente Dilma com o vice-presidente Michel Temer, que foi marcado para a manhã desta quarta-feira e a sós.

E a aí, Michel, tudo bem?

– Tudo bem, Dilma. E você, tudo bem?

Comigo tudo bem. E com você, tudo bem também?

– Tudo bem.

Pô, Michel, vamos parar com isso de tudo bem, tudo bem porque não está tudo bem.

– Tudo bem, Dilma. Quero dizer: concordo com você, Dilma.

Pois então preste atenção, Michel…

Esperamos que seja uma conversa produtiva e que realmente venha a ocorrer, porque o vice-presidente anda viajando muito a São Paulo.

Na última cartada do jogador, o risco do tudo ou nada não tem consequências. O fundamental é arriscar.

Nesse quadro político inusitado na história da República, o vácuo que se estabeleceu no processo de alternância do poder é mesmo complicado. Isso, sem falar que nunca, na história da República, um grupo político ficou tanto tempo no poder sem ter dado um golpe. Ou seja: pelo voto livre, o Lula levou o PT a bater o recorde histórico.

É preciso entender que o impeachment é o caminho mais curto e mais cômodo de tomar o poder, mas o poder usurpado é frágil e logo se deteriora.

Por que Temer evitou a conversa olho no olho com Dilma?
     │     0:13  │  14

Brasília (Atualização) A presidente Dilma está aguardando que o vice-presidente Michel Temer tenha com ela a conversa olho no olho, que deve nortear os grande homens e, sobretudo, os grandes políticos.

A carta que Temer escreveu não surpreendeu pelo conteúdo, mas pelo portador anônimo. Dilma esperava que Temer viesse, ele em pessoa física, lhe apresentar as razões do rompimento, mas não se deu assim.

Pensando bem, essa é a República que nos legaram.

Quando o Tancredo Neves sugeriu ao presidente Getúlio Vargas que desse outro golpe e fechasse o Congresso Nacional, Getúlio respondeu que “os tempos eram outros” e o golpe não seria assimilado interna e externamente.

Getúlio optou por se matar.

A morte de Getúlio transferiu o golpe, que só veio a acontecer em 1964, numa conjuntura internacional amplamente favorável depois de os Estados Unidos terem conhecido lições duras durante a aventura na Coréia.

Foi no auge da chamada guerra fria.

Os tempos mudaram e o Brasil também mudou; os golpes agora são dados com aparência de legitimidade e ganharam o apelido de impeachment. O vice-presidente Michel Temer conhece esses meandros, mas se entregou a uma aventura arriscada para o seu currículo de vencedor.

Temer ânsia ser presidente da República e o chamado “núcleo duro” do governo percebeu isso, daí tê-lo alijado das reuniões de cúpula. Mas, Temer está meio confuso e deixou isso claro na carta endereçada à Dilma.

Resumindo e interpretando a carta ficou assim: você não gosta de mim; você não me chama para conversar…

Com mais de 70 anos de idade, Temer nunca viu tão perto a chance de chegar à presidência da República. Mas tem o risco de o que ele vê ser uma miragem.

A proposta do impeachment não leva em conta as implicações internacionais que acarr5etaria porque se trata de uma vingança. Vingança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, por ter sido abandonado pelo governo na luta para escapar da cassação, e vingança da oposição por ter perdido a eleição.

Mas, voltando ao desabafo do Temer, soa mais como hesitação acerca da posição que tomou. Primeiro mandou o ministro Elizeu Padilha, que ele indicou, pedir demissão. Depois escreve a carta que se resume no você não gosta de mim, mas o Eduardo Cunha gosta.

E agora está se esquivando de se encontrar com a presidente Dilma para uma com versa olho no olho, que é o mínimo que se espera de quem realmente tem algo para cobrar e oferecer.

 

 

 

 

Michel Temer conspira, Aécio Neves transpira e a Dilma respira
   7 de dezembro de 2015   │     15:03  │  5

Brasília – Na República proclamada devido a uma dor de cotovelo incurável, a oposição golpista quer empurrar para 2016 os trâmites do golpe apelidado de impeachment.

E por que a oposição golpista quer empurrar o golpe para 2016?

Porque até agora os arautos do golpe apelidado de impeachment são fichas sujas ou representam o retrocesso ao que de mais temerário pode existir. E ainda, porque o golpe não empolgou.

Imagine o deputado Paulinho da Força como arauto da moralidade e “musa” do impeachment?

Isto, se não bastasse ter sido o impeachment acatado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aos 89 minutos do segundo tempo quando percebeu que o governo o abandonou na luta desesperada para escapar da cassação por quebra de decoro parlamentar!

A decisão dos governadores do Nordeste e mais os governadores do Rio de Janeiro e de Minas Gerais contrários ao golpe deu a arrefecida nos golpistas. Além disso, em 2016 tem eleição municipal e as composições já firmadas teriam de ser refeitas.

Outra questão fundamental é que, no caso do golpe apelidado de impeachment, o vice-presidente Michel Temer não pode e não deve assumir a presidência da República porque é parte integrante da chapa da Dilma.

Diz-se que Temer não pode e não deve assumir baseado na honestidade do juiz. Ou seja: qualquer decisão favorável à posse do Temer é imoral e ilegal.

Aliás, no pedido de cassação da presidente Dilma o PSDB inseriu o Michel Temer até porque o eleitor não vota para vice; o eleitor vota no candidato a presidente, governador e prefeito, e o vice é apenas o apêndice da chapa.

Mas, o que está preocupando a oposição golpista é a falta de apoio principalmente por parte dos governadores. E anda tem a questão da falta de um líder capaz de mobilizar a opinião pública.

E se falta líder na oposição, sobra falsos líderes. Imaginemos num mesmo palanque Eduardo Cunha, Paulinho da Força, José Agripino, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso e Roberto Freire pregando o golpe!?

Governador lança movimento contra o golpe
   6 de dezembro de 2015   │     18:54  │  8

Brasília – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), lançou o movimento contra o golpe apelidado de impeachment contra a presidente Dilma.

O ex-ministro Ciro Gomes e o principal mandatário do PDT, Carlos Lupi, compareceram à manifestação e apoiam o movimento contra o golpe.

Basta ver os lados para entender que o movimento golpista tem o apoio do que pior existe na política. E para defender o golpe foi escalado o depurado Paulinho da Força.

Os extremos se repulsam veementemente. De um lado o Paulinho da Força e do outro lado Ciro Gomes, o que por si só já mostra nitidamente o confronto entre o mal e o bem.

O clima é esse, de confronto. O vice-presidente Michel Temer, que está ansioso para assumir a presidência, torce para que a ação de impugnação da chapa Dilma-Temer não seja acatada pela justiça, daí se aliar ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

É que o PSDB pediu a impugnação da chapa completa, o que é o correto, porque ninguém vota no vice, e a posse do segundo colocado – que, não por coincidência, é o candidato do PDSB Aécio Neves.

O presidente da Câmara conseguiu o que queria, que era desviar o foco contra as pesadas acusações contra ele.

A semana promete novos capítulos, principalmente porque não se sabe até quando o presidente Eduardo Cunha permanecerá impedindo o Conselho de Ética de se reunir e decidir sobre o futuro dele – que, pelo histórico da Câmara, leva à cassação de quem faltou com a verdade.

Dilma acaba com a chantagem e vai para o confronto com Cunha
   2 de dezembro de 2015   │     22:44  │  30

Brasília – A quarta-feira, 2, começou tensa para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Passava das 11 horas quando ele recebeu a informação de que os 3 deputados do PT no Conselho de Ética iriam votar favoráveis a abertura de inquérito contra ele.

Cunha se virou numa fera enjaulada.

Ele tem dormido em lugares diferentes e não conversa ao telefone. Anda cismado até mesmo no gabinete e teve de despachar emissários para conversar com os deputados do PT, mas de nada adiantou.

O Conselho de Ética é formado por 21 deputados e até a manhã desta quarta-feira, 2, Cunha contava com 12 votos somando os votos dos 3 deputados do PT. Só depois das 11 horas é que ele soube da reviravolta.

Isto significa dizer que o Conselho de Ética, por 12 votos a 9, deverá aceitar a denuncia contra ele. Para se vingar, Cunha mandou espalhar que iria aceitar o pedido de impeachment na expectativa de que o Palácio do Planalto convencesse os 3 deputados do PT a faltarem à reunião do Conselho de Ética que decidirá sobre o pedido de cassação.

O resultado ficaria 9 a 9, mas Cunha tinha a certeza de que poderia reverter pelo menos 1 voto a seu favor e se livraria do processo.

Foi a própria presidente Dilma quem decidiu não ficar mais como refém de Cunha nem das suas chantagens. Dilma foi para o pau, como se diz, e o PT vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Cunha – que se confunde com pirraça, com vingança.

No discurso para falar sobre o pedido de impeachment contra ela, Dilma deixou o recado claro quando disse:

Não sou suspeita de desvio de dinheiro público e não tenho depósitos suspeitos no exterior. Meu passado e meu presente atestam a minha dignidade. (sic)

A fala de Dilma foi igual a tapa na cara de Cunha, que é acusado de desviar dinheiro público e de ter depósitos bancários suspeitos no exterior.

O pedido de impeachment assinado por um ex-ministro do governo do PSDB e por um fundador do PT que sonhava em ser embaixador e foi preterido pelo então presidente Lula, e por isso deixou o partido, confere à decisão de Cunha aceitando o pedido a condição de pirraça que o Supremo Tribunal Federal deve rejeitar para restaurar a moralidade pública.

Até porque, ato contínuo à decisão de Cunha, o Congresso Nacional aprovou por maioria esmagadora a revisão da meta fiscal do governo para fixação de déficit e o amparo das pedaladas. Ou seja, a motivação do pedido de impeachment perdeu a sustentabilidade jurídica e se tornará vazia.