Monthly Archives: agosto 2015

Dia 16 a elite ariana volta às ruas chiques pela última vez
   10 de agosto de 2015   │     17:43  │  44

Brasília – O dia 16 será o “Dia D” para a oposição golpista e, para o governo, será o dia que vai ser definitivamente sepultado o cadáver das urnas da eleição presidencial passada.

O protesto convocado para o dia 16, já se sabe, vai reunir a mesma elite, mas não no número do primeiro protesto realizado em março e abril, em datas de triste memória nacional, porque lembram a ditadura instalada no dia 1º de abril de 1964.

Contra o que é mesmo que eles vão protestar no dia 16?

Contra a presidente Dilma Rousseff ou contra a volta iminente do Lula em 2018?

Contra a crise não é porque a crise é internacional e como o Brasil faz parte do mundo, obviamente, que está sendo atingido assim como Portugal, Espanha, França, Itália…

E os Estados Unidos e a China, igualmente afetados. Isto, sem falar na Grécia, que quebrou.

Dir-se-á que o protesto é contra o desemprego. Mas, o desemprego é mundial, com Dilma ou sem Dilma as consequências são inevitáveis. Mente quem diz que poderia fazer diferente.

Afinal, o protesto do dia 16 é contra o quê e quem?

É contra o negro que obteve direitos historicamente lhe negado? É contra a empregada doméstica que ganhou direitos historicamente surrupiados? É contra a igualdade que garantiu ao negro se sentar na poltrona do avião ao lado da elite ariana? É contra o Programa Mais Médicos, que trouxe para o Brasil os sacerdotes da Medicina, que operam milagres e vivem exclusivamente da saúde e não da doença?

Ou é contra o ensino universitário público que se expandiu?

Finalmente, o protesto do 16 é contra o quê mesmo?

Felizmente, as vozes sensatas da nação já redirecionaram os seus gritos em defesa da estabilidade política. A elite ariana, que age irresponsavelmente porque acredita que pode retroagir e extinguir as conquistas sociais obtidas nos últimos 12 anos, continua sonhando com o golpe e acreditando que de tanto as madames baterem panelas poderá reverter o resultado soberano das urnas.

Ledo engano. A elite ariana nem panela sabe bater!

Mas, vão assim mesmo às ruas no dia 16. Só um detalhe: não vale bater panela nos bairros chiques da elite ariana, nem nas sacadas e janelas dos apartamentos chiques.

Quanto à classe média baixa e a classe pobre, estas não batem panelas porque as panelas estão ocupadas com o arroz e o feijão que, nunca, na história deste país, abundou tanto nos lares brasileiro.

A revolta dos cínicos
   8 de agosto de 2015   │     15:42  │  47

Brasília – A economia vai mal, a inflação se aproxima dos 10%, a cotação do dólar está alta e o desemprego está aumentando.

Os cínicos esquecem de dizer que Portugal, Espanha, França e a Itália estão em crise; os cínicos esquecem de dizer que a economia chinesa está desacelerando e que a Grécia quebrou.

Os cínicos são os cínicos e, no maior cinismo, defendem o impeachment da presidente Dilma apenas porque foram rechaçados nas urnas e não admitem a derrota legítima.

Os cínicos alegam que a diferença de 3 milhões de votos não é diferença e omitem que 30 milhões de eleitores não foram votar e outros 5 milhões anularam o voto.

Os cínicos batem panela e pregam o impeachment de uma presidente legitimamente eleita, porque os cínicos são os cínicos, que acreditam na imprensa venal e golpista.

Os cínicos se apegam às mentiras que a VEJA pública e não levam em contra a retratação da VEJA, nem entendem que o Brasil é um País onde a imprensa pode mentir à vontade.

Os cínicos são os cínicos.

Os cínicos não veem que as operações policiais em curso tem endereço certo e os cínicos acreditam que todas as mazelas nacionais são maus feitos do Lula, da Dilma e dos aliados.

Os cínicos já esqueceram que um instituto de pesquisa divulgou a vitória do Aécio Neves baseado numa pesquisa de boca de urna criminosamente inventada.

Os cínicos vão às ruas disfarçados num protesto, cujo verdadeiro objetivo é tomar o poder de quem legitimamente o ocupa, apenas porque os cínicos não admitem as seguidas derrotas e sabem que serão novamente derrotados.

Os cínicos são os cínicos e o resto é…

Cínicos também.

A mentira da VEJA e a panela que a madame nunca lavou
   6 de agosto de 2015   │     22:59  │  48

Brasília – No apartamento chique do bairro nobre ouviu-se a ordem do dia, digo, da noite dada à empregada doméstica Maria, que obviamente estava na cozinha:

– Maria, ô Maria! Me trás uma panela aí, urgente! Anda logo, Maria!

E a Maria, sem entender nada, perguntou à patroa ariana que jamais pegou numa panela, o que ela ia fazer com a panela. Sem resposta, Maria cumpriu a ordem.

Mas, no lugar de ir à cozinha, a patroa ariana foi à janela do apartamento chique do bairro nobre e, desengonçada porquanto não tem intimidade com panela, começou a batê-la.

E a Maria, lá com ela, a pensar: gente rica tem cada invenção!…

E foi assim mais um panelaço da raça ariana, onde negro não entra, para protestar porque o pobre brasileiro tem direitos trabalhistas e o negro, que só andava de pau-de-arara, agora pode andar de avião.

O protesto é só por isso e diz-se que é só por isso, porque apesar de ser o mínimo que a classe pobre e os negros obtiveram nos últimos anos, para os arianos é uma afronta dividir a poltrona do avião com “essa gentalha” que antes era tratada no chicote sem nenhum direito. Só deveres.

Depois, a patroa ariana foi assistir o jornal na televisão para se vê na sacada do prédio no bairro da elite batendo panela. E foi aí que a Maria ouviu a notícia de que a VEJA pediu desculpas ao senador Romário, por ter mentido sobre o dinheiro que ele não tem depositado na Suíça, mas a VEJA denunciou que Romário tinha R$ 7,5 milhões lá no banco suíço.

E é mentira.

Ôxi, patroa, essa revista não é a mesma que a senhora lê? E a revista escreve mentiras, é?

– Vai lá pra cozinha, Maria. Saia daqui. Isso não lhe diz respeito!

E a Maria, humilhada pela patroa ariana que bate a panela que nunca lavou, se recolheu aos costumes, digo, à cozinha, sem mais uma vez entender a patroa, que lê uma revista que escreve mentiras e bate panela que nunca lavou.

A prisão do preso que estava preso e a bomba esquecida
   5 de agosto de 2015   │     16:41  │  19

Brasília – A bomba que estourou no Instituto Lula, em São Paulo, deve cair no esquecimento. Trocando em miúdos: nada será apurado.

E por que não será apurado?

Não sei; só sei que nada deve ser apurado e se é assim a conclusão é a de que não há interesse em se apurar.

Várias especulações e ilações estão sendo feitas e, entre elas, a de que a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu “abafou” o caso, digo, a bomba.

Não acredito que a prisão de um preso que já estava preso tenha ocorrido exatamente com o objetivo de desviar a atenção da bomba.

Não acredito, mas há quem acredite.

Assim como, pela exclusividade das ações da Operação Lava Jato, que tem se direcionado apenas para o PT e aliados dá margem a indagações várias.

Por que apenas o PT e aliados estão sendo investigados na Operação Lava Jato, se há denúncias contra outras figuras da oposição?

Assim como, o projeto do senador José Serra “privatizando” a Petrobras, e que foi apresentado concomitantemente com a Operação Lava Jato dá margem às especulações sobre o conluio entreguista contra a empresa.

Há mais de 500 dias se investiga a Petrobras e até agora o que existe de concreto é a interpretação dos investigadores, que acham isso e aquilo, e por acharem isso e aquilo, pedem a prisão para esclarecerem as dúvidas quando o justo seria esclarecer a dúvida para pedir a prisão. Ou não.

Isto, sem falar nas informações que vazam seletivamente para atingir quem a autoridade deseja atingir por pirraça ou vingança.

Assim como, no caso das omissões, se deseja proteger e blindar quem se pretende proteger e blindar.

Não se sabe onde essas apurações e operações pretendem chegar, mas, diante da seletividade das ações, se pode fazer ideia e concluir que, antes de se pretender apurar os possíveis maus feitos, o objetivo é fazer os alvos sangrarem sem a certeza de que há dolo ou culpa.

Por que tanto arrodeio, se o alvo é o Lula?
   3 de agosto de 2015   │     22:49  │  34

Brasília – A verdadeira história da República brasileira a gente já conhece e, só para recordar, a República brasileira foi proclamada na tarde do dia 16 de novembro devido a uma dor de cotovelo incurável do marechal Deodoro da Fonseca.

E a independência do Brasil, no dia 7 de setembro?!

Ah, a independência do Brasil foi comprada por 2 milhões de libras esterlinas. Deu-se o seguinte: quando Portugal quis reagir contra o “grito” de Pedro I, a Inglaterra, que estava cobiçando o Brasil, interferiu. Portugal estava arruinado financeiramente e devendo à Inglaterra – estava devendo e não tinha como quitar a dívida.

Aí, os ingleses propuseram que Portugal aceitaria a independência do Brasil e, em troca, o Brasil pagaria a dívida de Portugal. Beleza.

Mas, como o Brasil iria pagar 2 milhões de libras esterlinas se era uma colônia sem autonomia, ou seja, não possuía finanças?

Aí entrou a engenhosidade inglesa, que emprestou 4 milhões de libras esterlinas para o Brasil começar a vida como país independente. Só, que o Brasil recebeu a metade porque os ingleses descontaram os 2 milhões de libras esterlinas que Portugal lhe devia.

A dívida externa brasileira começou assim, no dia 7 de setembro de 1822, com a independência.

A República que surgiu em 1889 e que foi produto de uma dor de cotovelo, encerra igualmente uma história de traição a Pedro II que, não por coincidência, foi embarcado num paquete chamado Alagoas. É verdade que Deodoro não queria proclamar a República e duas semanas antes havia assinando a Ordem do Dia para os militares mandando que reagissem à onda republicana.

– Ruim com ela (Monarquia), pior sem ela – escreveu Deodoro.

A dor de cotovelo fê-lo esquecer que devia tudo a Pedro II e à Monarquia, que salvou seu pai da morte, e assim nasceu a República brasileira com o vírus da traição que tem resistido na história do País.

A sociedade está assistindo agora a mais longeva operação contra maus feitos na República que, não por acaso, envolve o partido e o grupo político que mais tempo se demorou no poder desde 1889. Os 8 anos de Lula somados aos 8 anos que, em tese, a presidente Dilma terá de cumprir no mandato é o recorde histórico no Brasil, que conheceu a República Velha, a República Nova e a Nova República – e todas elas com os mesmos vícios e o mesmo vírus da traição.

Mais de 500 dias da Operação Lava Jato, com dezenas de presos que foram soltos e presos novamente, a impressão que se tem é a de que o trabalho é árduo e as oitivas intermináveis, mas tudo para se chegar no objetivo que se tenta disfarçar – que é pegar o Lula, senão, o Lula volta ao poder.

Não é redundância afirmar que a prisão do preso que estava preso, que não por coincidência foi chefe do Gabinete Civil do presidente Lula, materializa a suspeita de que o preso, na verdade, é o atalho para se chegar no preso que se quer ver preso a qualquer custo.

Aliás, já houve quem dissesse no Congresso Nacional que a Operação Lava Jato está muito perto de chegar no Lula. Só não se entende é o motivo de se fazer tanto arrodeio.