Monthly Archives: agosto 2015

Por que as viúvas do Aécio estão sumindo?
   17 de agosto de 2015   │     15:41  │  17

Brasília – A cada protesto que as viúvas do Aécio convocam tem menos viúvas nas ruas. Por que as viúvas do Aécio estão sumindo?

A própria presença do senador Aécio Neves nas manifestações não foi consensual; o PSDB se dividiu quanto à presença do senador nas manifestações, mas ainda assim o Aécio insistiu e foi.

A ideia dessas manifestações é passar a imagem de neutralidade partidária, mas não dá para esconder. As manifestações em março e abril, convocadas para datas de triste memória na História do Brasil, deixou claro que o que se pretende na realidade é o golpe.

Combater a corrupção, punir os culpados, investigar, denunciar e processar são apenas detalhes e a prova, mais uma vez, está no grito de guerra dos manifestantes em defesa do impeachment.

A presidente Dilma acompanha as manifestações de olho nas presenças. E a cada manifestação tem menos gente, até minguar.

Além de menos gente, são asa mesmas pessoas, nos mesmos bairros das mesmas ruas onde a elite ariana predomina. Ou seja: não tem povo nas manifestações das viúvas do Aécio e isto tranquiliza o governo.

Até parece que negro e pobre são proibidos de ir à manifestação. Mas, não é assim; o pobre não vai porque está muito bem, obrigado, e negro também não vai porque nada tem a fazer em festa de arianos.

Aliás, se a presidente Dilma tem apenas 7% de apoio popular segundo as pesquisas, esperava-se que na manifestação de domingo estivessem presentes, no mínimo, o mesmo número de pessoa da manifestação de março passado.

Qual o quê? Tem cada vez menos gente.

As viúvas do Aécio estão minguando e resta saber agora se estão minguando por desilusão ou se por premonição em relação a 2018, quando o PSDB deverá escolher entre o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador José Serra, qual é o candidato a presidente da República.

O Serra é franco atirador; se perder a eleição volta para o Senado. Já o Aécio, se perder a eleição para presidente ficará sem mandato.

Nas, expliquem aí: por que as viúvas do Aécio estão sumindo dos protestos? Por que a Dilma, que tem apenas 7% de aprovação do eleitorado, segundo as pesquisas, está conseguindo fazer essas manifestações minguarem de gente a cada convocação?

Chove, chuva de meteoros
   13 de agosto de 2015   │     23:46  │  7

Chuva de meteoros Perseidas Fotos: Aprigio Vilanova

Chuva de meteoros Perseidas Fotos: Aprigio Vilanova

Portaria do Parque Estadual do Itacolomi

Portaria do Parque Estadual do Itacolomi

pico_itacolomi_2015 074 pico_itacolomi_2015 084 pico_itacolomi_2015 100 pico_itacolomi_2015 112Por Aprigio Vilanova*

A madrugada de quinta (13) foi testemunha do espetáculo cósmico a chuva de meteoros Perseidas. Nenhuma novidade ao falar em chuva cósmica, esta por exemplo, acontece todo ano, entre os meses de julho e agosto, mas desde 2007 não coincidia com fase minguante da lua.

Esta coincidência ajudou a observação do fenômeno pois a luz da lua não ofuscou o céu, foi um prato cheio para os que optaram por apreciar a chuva. A passagem do dia 12 para 13 é o pico da chuva de meteoros, com expectativa de até 100 meteoros por hora. A Perseidas são fragmentos do cometa Swift-1862 que se desintegrou e a terra atravessa os destroços deste cometa uma vez por ano.

É verdade que a região norte do planeta foi a mais propicia para a observação, mas para os que moram abaixo da linha do equador o espetáculo foi garantido e, o melhor, a olho nu. Os especialistas sempre sugerem buscar lugares isolados da iluminação artificial dos aglomerados urbanos.

Sabendo disso e de outras informações um tanto quanto desnecessárias, tipo: a hora que os astrônomos diziam começar a chuva, partimos em direção ao parque estadual do Itacolomi, região central de Minas Gerais, num grupo de oito pessoas a fim de apreciar e registrar o fenômeno.

O Pico Itacolomi tem 1772 metros, faz parte da Serra do Espinhaço e serviu no inicio da colonização portuguesa como referência geográfica  para localizar as cidades de Ouro Preto e Mariana para a exploração de ouro. O nome tem origem no tupi e significa “menino de pedra” itá (pedra) e kunumi (menino) era uma espécie de filho da montanha.

A caminhada prevista era de três horas e para isso o ritmo teria que ser acelerado para chegarmos a tempo de escolhermos o local que ficaríamos e montarmos nosso acampamento. Começamos a subida do pico às 18 horas, céu limpo com o crepúsculo avermelhado.

“Olha o céu com o por do Sol avermelhado, isso é sinal de que a noite será fria” alertou a estudante de Turismo Barbara Guimarães. A noite e a madrugada seriam realmente frias com termômetro marcando 11°, mas com o vento da montanha e a umidade do ar de 98% a  sensação térmica era muito abaixo disso.

O evento cósmico é algo de surpreendente, ver aqueles meteoros rasgarem o céu é mesmo espetacular. A madrugada inteira de um bailado cósmico em tons alaranjados, avermelhados, azulados , esverdeados, a depender da composição preponderante de cada astro. Valeu a pena a subida desgastante da trilha do Itacolomi.

*graduando em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG

Quem vai vencer a peleja entre Botafogo e Tirafogo?
     │     23:00  │  41

Brasília – Num gesto surpreendente pela rapidez, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, desengavetou as prestações de contas dos ex-presidentes Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Lula, que nunca tiveram prioridade de apreciação, e colocou-as em votação.

Ufa! Até que enfim! Pensa o pueril.

Mas, será que de uma hora para outra e apenas movido pelo sentimento da responsabilidade constitucional o Eduardo Cunha tomou a decisão? Ou tem na decisão inédita na República, exceto quando o objetivo é atingir o adversário, algo de encurralar a presidente Dilma?

É público e notório que o presidente da Câmara não engoliu até hoje nem se conforma jamais com a denúncia de que recebeu 5 milhões de dólares de propina. Cunha acredita piamente que o seu nome vazou a partir do Gabinete Civil do Palácio do Planalto e quer se vingar.

E parece não lhe importa se a vingança ameace a República, o governo e a estabilidade política.

Tudo parece conspirar contra o governo legitimamente eleito nas urnas, quando o PSDB insiste em vencer a eleição no tapetão e apela insistentemente na tentativa de mudar o resultado soberano das urnas mediante o “golpe dos recursos”.

É recurso disso e daquilo, que são impetrados sem nenhum constrangimento. Deve ser porque está na cultura política brasileira dar golpes e reverter o resultado das urnas. Em 1930 foi assim e em 1950, quando Getúlio Vargas voltou, eles deram o jeito para que se matasse.

O suicídio de Vargas prorrogou por 10 anos a trama do golpe militar-civil, que só veio a acontecer no dia 1º de abril de 1964 e, quando finalmente o golpe foi dado, o grupo golpista já estava dividido no meio militar. Depois do general Costa e Silva veio o triunvirato que logo escolheu o general Emílio Garrastazu Medici, que escolheu o general Ernesto Geisel para sucedê-lo

Mas, não foi fácil para o Geisel escolher o sucessor e impô-lo, porque o ministro do Exército, Sylvio Frota, disse que era o general mais antigo e cobrou o compromisso militar segundo o qual antiguidade é posto. E o Geisel manteve a indicação do general João Batista de Oliveira Figueiredo.

Tal qual se constata agora, com os posicionamentos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a reação de Sylvio Frota por pouco não levou ao confronto armado entre o próprio Exército. Ao saber que Geisel optou por Figueiredo, o ministro convocou a Brasília todos os comandantes de Exército para comunicar-lhes que iria tomar posse como presidente da República de qualquer maneira.

Só não contava que o Geisel descobriu e mandou recepcionar no aeroporto todos os comandantes que desembarcassem em Brasília e os levassem para uma reunião com ele, no Palácio do Planalto. E assim foi feito, de modo que, quando os comandantes chegaram para a reunião com o ministro Frota, já tinham assinado conjuntamente o documento apoiando a escolha de Figueiredo.

E assim é a República brasileira, que é obrigada a conviver com os fantasmas dos golpistas, só para seguir a essência da sua fundação, que se deu por um golpe no dia 16 de novembro de 1889. E se isto não bastasse, um golpe movido pela dor de cotovelo do marechal Deodoro.

A parte sensata da República está capitaneada na atitude do presidente do Senado, Renan Calheirtos, que pressentindo o abismo iminente e se levantou em defesa da República, como ele faz questão de enfatizar, e é isto o que o País precisa.

Mente quem diz que a economia vai mal porque o governo agiu mal. Ainda que não se possa tirar a responsabilidade do governo, o fato maior é que a economia está mal porque há uma crise internacional e omite-se isto por conveniência golpista.

Não há nada do que está sendo feito para melhorar, que outro governo pudesse fazer melhor. Enganam-se os que pensam o contrário e mentem quem diz que se a Dilma sair do governo tudo vai melhorar. E esses mentirosos formam o grupo dos cínicos, que se reproduzem por osmose na história da República que surgiu de uma do de cotovelo.

Enquanto isso assiste-se a peleja entre o botafogo e o tirafogo, na expectativa de que a sensatez vença a pelaja.

Apareceu a Margarida olê, olê, olá…
   12 de agosto de 2015   │     18:11  │  22

Brasília – “Dia 16 vou não. Eu sou palhaço, mas não sou burro.”

Esta é a mensagem que está no Facebook e atribuída ao artista Tiririca, que é deputado federal em segundo mandato e muito bem votado.

O protesto marcado para o dia 16, se não contar com a presença do povão, é mais um protesto inútil que se restringe aos bairros chiques das capitais, especial e exclusivamente na orla marítima, que é para dar a impressão de que tem muita gente e, especialmente, tem o povão.

Os protestos de março e abril passados, convocados para datas de triste memória nacional, porquanto reverenciam à ditadura militar instala no dia 1º de abril de 1964, em nada diferem deste convocado para domingo – que pede cachimbo e o cachimbo é de barro.

Nesta quarta-feira, na Capital Federal, o protesto foi das Margaridas. Foram 35 mil Margaridas, segundo os cálculos da polícia, e 70 mil, segundo os caçulos dos promotores do protesto, que caminharam em apoio ao governo da presidente Dilma.

Estabelecido o confronto, a prova dos noves é domingo, 22. Se o protesto dos que pregam o golpe e sentem saudade dos governos militares se restringir aos bairros nobres das elites, então, não é protesto – é delírio.

Nesta quarta-feira apareceu a Margarida; no dia 16, o desafio é saber se o povo vai aparecer.

Acunha não! O Brasil entre a cruz e a espada
   11 de agosto de 2015   │     21:46  │  7

Brasília – Os golpes fazem parte da história da República brasileira que, não por coincidência, originou-se de um golpe dado na tarde do dia 16 de novembro de 1889.

Pense numa República que surgiu de uma dor de cotovelo de um monarquista juramentado?!

Esta República haveria de padecer diante do germe golpista recheado de ressentimentos; em 1889 por ressentimento de quem foi abandonado pela mulher pela qual se apaixonou e, depois, pelo ressentimento de quem perde a eleição.

Há também o ressentimento pessoal, que é o caso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e este é igualmente nocivo porque contem o germe da vingança.

A situação política atual é complicada e exige da classe política o compromisso maior com a Nação e isto significa se despojar dos ressentimentos, principalmente o ressentimento da vindita.

A República se dividiu agora no Congresso Nacional. O presidente do Senado, Renan Calheiros, optou pela sensatez e o compromisso republicano antes de tudo e de todos; o senador Renan quer que o barco seja conduzido nessa tempestade com a responsabilidade republicana.

Já o presidente da Câmara parece querer conduzir o barco à deriva torcendo para que ele afunde. É isto o que se tem deduzido, quando Eduardo Cunho segue o caminho oposto e deixa transparecer que estabelecerá o confronto no Legislativo.

Com o Executivo fragilizado e o Legislativo em conflito fica difícil de entender onde realmente se quer chegar. Ao terceiro turno da eleição presidencial?

Mas, e é assim é? Mudar o resultado do jogo no tapetão?

É certo que a República brasileira foi proclamada devido a uma dor de cotovelo, que culminou com a traição ao imperador Pedro II, que nada tinha a ver com a dor de cotovelo de Deodoro.

Assim como, a República nada tem a ver com os problemas restritos e exclusivamente pessoais do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, cujo direito de se defender não inclui levar a nação ao abismo.

A lição republicana que o senador Renan Calheiros deu à nação é o sinal que a biruta dá para o caminho a seguir dentro da normalidade institucional, ou seja, sem traumas.

Enquanto a direção que Eduardo Cunha parece estar tomando vai levar todos ao abismo.