Monthly Archives: maio 2015

Não fale de cota se você nunca entendeu o açoite
   18 de maio de 2015   │     1:43  │  5

por Aprigio Vilanova*

Parece a maior besteira, mas não nos preocupamos com a expressão cor da pele. Qual a cor da pele? A pele resguarda a autoridade da ditadura da cor? Não, nunca será.

Parece um teatro mal ensaiado. A farsa faz parte e os argumentos involuntários do s brasileiros se perguntam se as cotas representam algum avanço. Não, para a maioria dos brasileiros a minoria não existe.

Os números divulgados mostram uma nova realidade. Mesmo com toda a tentativa de inventar problemas, a política de cotas parece ter sido entendida e representativa. Muita além da compreensão, está um movimento que altera a dinâmica da sociedade brasileira.

A possibilidade de ascensão garantida com as cotas é movimento único no Brasil. Tomara nós pudermos encontrar daqui a pouco um juiz negro no STF, um casal de negros como âncoras do Jornal Nacional, aí veremos um inicio de mudança.

Não fale de cota se você nunca entendeu o açoite.

*graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto – MG

Coxinha se acha otário por bancar o Mais Médicos
   16 de maio de 2015   │     17:57  │  5

Por Aprigio Vilanova  

Viralizou nas redes sociais um vídeo de um rapaz bem nascido, num restaurante de luxo em São Paulo, fazendo críticas ao ex-ministro da Saúde, Alexandra Padilha, que almoçava no local.

O manifestante acha um absurdo o governo investir um bilhão de reais para atendimento médico básico. Segundo a ótica do manifestante não é investimento, é gasto e ele o otário que paga todo esse absurdo.

É inadmissível, para o manifestante, conceber a idéia do governo destinar dinheiro para a saúde pública.

O manifestante anda um pouco desinformado, no vídeo que circula na internet ele fala em R$ 1 bilhão, mas na verdade foram investidos R$540 milhões, em 2013, e o orçamento do ano passado previa R$1,9 bilhão. E engana-se quem acredita que o programa se restringe a contratar médicos apenas.

O programa é mais amplo e sua importância não pode ser colocada em xeque. A construção de hospitais, de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e unidades de atendimento básico, assim como a ampliação da oferta de vagas para os cursos de medicina e a criação de novos cursos, a expectativa é passar de 374 mil médicos (2013) para 600 mil em 2026.

A desinformação é tão perigosa quanto a informação mentirosa que torce e retorce os fatos no intuito de encontrar, quando não criar, alguma verdade que os satisfaçam. O programa Mais Médicos representa o maior investimento feito em saúde básica no Brasil.

Esse tipo de manifestação e de pensamento em nada ajuda a construir o país melhor que queremos, como pode alguém em sã consciência se colocar contra os investimentos do programa?

O sucesso do programa é mais que notório. A segunda chamada aberta no final do ano passado não precisou recorrer a médicos de outros países, o número de médicos brasileiros foi suficiente para preencher as vagas oferecidas.

Até os médicos brasileiros reconheceram a importância do programa, mas daí a esperar o mesmo dos coxinhas já é demais.

clique e assista o video

*graduando em Jornalismo pela Universidade federal de Ouro Preto – MG     

Lula pede a Renan paciência com Dilma
   15 de maio de 2015   │     11:47  │  2

Brasília – O encontro do presidente do Senado, Renan Calheiros, com o ex-presidente Lula foi acompanhado de longe pela imprensa – que fez plantão na porta da residência oficial do presidente do Senado.

O que os dois conversaram foi além da discussão sobre a proposta de ampliação da terceirização de servidores, que foi aprovada na Câmara e está no Senado aguardando a votação definitiva.

Renan já disse que é contra a proposta como ela veio da Câmara e que o Senado vai modificá-la. Esta posição do presidente do Senado já é conhecida.

O que a imprensa não conseguiu apurar foi o que Renan e Lula conversaram no que se refere à pauta política. O jeito de ser da presidente Dilma tem sido empecilho à relação menos traumática com o Congresso Nacional e foi isto o que Lula veio conversar com Renan, para aliviar a barra.

Lula dá razão à reação dos congressistas, mas pede paciência com Dilma. A paciência é fundamental para o equilíbrio na relação entre os dois poderes, mas não se sabe até quando a paciência pode permanecer, ou seja, quando não será esgotada.

Renan se antecipa e entre sigilo bancário e fiscal ao STF
   14 de maio de 2015   │     16:02  │  1

Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros, ligou para o ministro Teori Zavascki, relator do processo da Operação Lava Jato, para comunicar que estava lhe enviando toda a sua declaração do Imposto de Renda e movimentação bancária.

Os advogados de Renan se anteciparam à decisão que o ministro Zavascki pode tomar se acatar o pedido para a quebra do sigilo bancário e fiscal.

Ninguém pode estar acima de suspeita – disse o senador, ao ser entrevistado pelos jornalistas que cobrem o Senado, sobre o pedido de quebra do seu sigilo.

– “Sobre essa questão do sigilo: nós autorizamos nosso advogado a entregar ao ministro Teori [Zavascki] todos os nossos sigilos. Nenhum homem público é proibido [de] ser investigado. Nós temos que aproveitar esse momento para esclarecer tudo. Eu estou entregando ao ministro Teori, ele não precisa sequer despachar, todos os meus sigilos, sem exceção“, disse Renan.

Em seguida, ele arrematou:

“- Entreguei todos os meus sigilos. Se há alguém que quer esclarecer esses fatos, sou eu. Os homens públicos não podem se recusar a esclarecer fatos. Você tem homens públicos que são acusados injustamente, outros justamente. A diferença, exatamente, está nas respostas. Existem aqueles que têm o que dizer e existem aqueles que não têm. Com relação a mim, toda a explicação será dada à luz do dia“, enfatizou.

O magistrado pode investigar? Sim ou não?
     │     12:30  │  3

Brasília – A recusa da OAS em entregar documentos ao juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, é sintomática.

Os documentos solicitados pelo magistrado referem-se à relação comercial entre a OAS e a empresa de consultoria do ex-ministro José Dirceu, a JD Consultoria.

Na justificativa da recusa, os advogados da OAS dizem textualmente que “foram enganados pelo juiz”, quando o juiz usou os documentos entregues pela empresa para mandar prender o empresário Léo Pinheiro – que é presidente da OAS.

Os advogados da OAS se referiram aos contratos com a consultoria do doleiro Alberto Youssef, cujos documentos o juiz alegou serem falsos.

A parte a querela jurídica, a alegação dos advogados da OAS negando o pedido do juiz foi baseada em decisões da justiça de Portugal e da Alemanha.

Leiam a alegação:

– “Tendo em vista a atitude pretérita desse juízo de determinar a apresentação delas e as utilizar para decretação injusta de prisão de particulares, conforme prevê o STJ Português e pelo Código de Processo Penal Alemão, que consideram as provas obtidas por meios enganosos como nulas, a empresa se reserva o direito de não as apresentar a esse juízo, resguardado, sempre, o respeito que se devota ao Poder Judiciário e eventual garantia de Vossa Excelência no sentido de que tais atitudes pretéritas em desfavor de terceiros não se repitam e a apresentação não acarrete medidas cautelares pessoais injustas”.

Gente, o que se deduz de tudo isto é que a ação desencadeada a partir da Operação Lava Jato é um imbróglio jurídico com um final frustrante para os que apostam no terceiro turno da eleição presidencial.

E leiam mais; leiam o voto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, sobre o desempenho do juiz Sérgio Moro na condução da Operação Lava Jato:

Não sei até que ponto a sucessão dessas diversas condutas não poderia gerar a própria inabilitação do magistrado para atuar naquela causa, com nulidade dos atos por ele praticados. O interesse pessoal que o magistrado revela em determinado procedimento persecutório, adotando medidas que fogem à ortodoxia dos meios que o ordenamento positivo coloca à disposição do poder público, transformando-se a atividade do magistrado numa atividade de verdadeira investigação penal. É o magistrado investigador”.

Que as “viúvas do Aécio” não venham depois se frustrar quando o Supremo Tribunal Federal, em respeito à ordem jurídica, concluir que o magistrado não pode acumular a função de investigador.