Monthly Archives: janeiro 2015

As tramas do PT ameaçam a presidente Dilma
   13 de janeiro de 2015   │     23:02  │  0

A direção do PMDB se reúne nesta quarta-feira, 14, com o vice-presidente da Republica Michel Temer para fechar questão quanto ao apoio às candidaturas do senador Renan Calheiros à reeleição à presidência do Senado, e do deputado Eduardo Cunha à presidência da Câmara.

É assim que funciona quem detém a maioria, mas no que se refere à disputa pela presidência da Câmara tem o impasse exatamente na base aliada com o “fogo amigo” disparado pelo PT.

No Senado, a candidatura de Renan à reeleição está lastreada pelos feitos inéditos nos quase 200 anos de existência da Casa. Nos dois anos de mandato de Renan, pela primeira vez, o Senado devolveu dinheiro à União.

O dinheiro devolvido é resultado das medidas de austeridade aplicadas pelo senador alagoano, em consenso com a Mesa Diretora, e que somaram 512 milhões de reais, mais do que Renan havia prometido economizar nos dois anos de mandato.

O feito inédito virou um marco na história do Senado, de modo que se divide a história da Casa entre antes e depois da gestão de Renan.

Se no Senado a reeleição de Renan parece consensual, na Câmara a disputa se acirra e descamba para os golpes baixos dados pela ala do PT que age sorrateiramente e baseada no  exatamente no PT onde a presidente Dilma tem os problemas mais cruciais para equacionar.

É sempre bom lembrar que a presidente Dilma não é originariamente petista e, ainda, que neste segundo mandato ela finalmente impôs a sua marca com a escolha de um ministério com o seu perfil. Isto, sem falar no chamado “núcleo duro” do governo, que atua com maior desenvoltura no Palácio do Planalto e com o qual a presidente mantém contato diariamente.

Nesse segundo mandato, o maior obstáculo para a presidente será sem dúvida o PT com o seu “fogo amigo” – que não se incomoda se vai ferir os aliados, pois o importante é atingir o objetivo.

Quanto à oposição e mais precisamente o PSDB, o governo vislumbra o alivio devido à disputa interna que se processará indubitavelmente entre a corrente paulista, liderada pelo governador Geraldo Alckmin, e mineira, liderada pelo senador Aécio Neves.

Amparado pela votação que obteve, Aécio se coloca como candidato natural à presidência da República em 2018. E lastreada na locomotiva paulista, Alckmin se considera candidato principal.

Esta disputa interna que parece inevitável no PSDB é o alento do governo petista.

A farra na Assembléia
     │     15:18  │  4

A Assembléia Legislativa de Alagoas é a mais cara do país; o fato de ser uma das menores, em número de deputados, não combina com o ônus que o Estado arca mensalmente.

Não dá para entender os números. A onerosa Assembléia Legislativa alagoana é um fardo pesadíssimo que a sociedade foi condenada a carregar, sem a expectativa de ter em troca nenhuma compensação.

Ao contrário, como presente de final de ano a sociedade recebeu o tabefe que foi o projeto da impunidade parlamentar restabelecida.

Ninguém sabe mais quanto custa a farra mensal; a última informação é que custava 10 milhões de reais, mas esse número está defasado e as contas são mantidas numa caixa preta intocável.

O governador Renan Filho negou a ajuda financeira solicitada, mas é preciso que a sociedade esteja atenta e vigilante para reagir a pressão contra o governador.

De ordinário, a pressão vem em forma de boicote. Nenhum projeto, ainda que do interesse da sociedade, será apreciado e votado, pois é assim que eles agem, até que se sacie a “fome canina”.

Até parece que nunca ouve uma operação policial que afastou metade dos deputados devido a maus feitos gravíssimos; até parece que não recai sobre a casa suspeitas de maus feitos gravíssimos, pois sem nenhum constrangimento pede-se para o erário estadual assumir o ônus de uma folha de pagamento de pessoal.

Há a certeza de que os cães ladram e a caravana passa, ou seja, a reação contrária de hoje é uma nuvem passageira e logo a sociedade esquece e se acomoda.

O que se faz com tanto dinheiro que aterrissa mensalmente na conta da Assembléia em forma de duodécimo, ninguém sabe. Tem-se apenas a certeza de que não é bem utilizado e de que há um ralo por onde escorre rapidamente.

Nada muda e tudo vem ainda pior em cada legislatura. Esse é o preço que a sociedade alagoana foi condenada a pagar devido a sua inércia.

Obama e Dilma faltaram ao velório da guerra do sem fim
   12 de janeiro de 2015   │     1:09  │  7

O presidente Barack Obama e a presidente Dilma não foram à homenagem às vítimas do terrorismo em Paris; o presidente dos Estados Unidos justificou a ausência com a mobilização em torno da sua segurança pessoal, que poderia ocasionar transtornos e desviar as atenções.

A presidente Dilma limitou-se a designar o embaixador brasileiro para representá-la, sem entrar em detalhes.

A homenagem às vítimas reuniu árabes e judeus, gregos e troianos, num esforço comum para mostrarem indignação como se ambos não fossem carrascos e vítimas do mecanismo que criaram. E nesse particular, ainda que os acontecimentos apontem para a barbárie, os árabes são os menos culpados.

Vamos retroagir ao final da década de 1940, com o final da II Guerra Mundial, e a criação de Israel. A proposta inicial era a criação do Estado judeu concomitantemente com o Estado palestino, mas isto porque se imaginava que os árabes dispunham da bomba atômica.

Quando se descobriu que era engano, ou seja, os árabes não possuíam a bomba atômica, a proposta para criação do Estado palestino foi deixada de lado e a discussão se arrasta até hoje, sem a chance de se chegar à conclusão – que seria, a bem da justiça, o atendimento a proposta acordada em 1949 quando se criou Israel.

Mas, tem algo intrigante nesse atentado em Paris. No ano passado, a França aprovou a criação do Estado palestino – além disso, é o país com a maior população de mulçumanos na Europa. E mais: entre as vítimas do atentado em Paris está um policial muçulmano, aquele que, ferido e caído na calçada, implorou para não ser morto.

Outro detalhe intrigante é que, mais uma vez, são dois irmãos os protagonistas do atentado. Em Boston, nos Estados Unidos, também foram dois irmãos os responsáveis pelo atentado durante a maratona.

Diante desses fatos, a proposta é a união internacional contra o terrorismo. Mais uma vez toma-se o cuidado de observar que não se trata de represália ao Islamismo e, desta vez, espera-se que seja verdade porque da primeira vez o Bush disse a mesma coisa e não cumpriu.

O pior é que essa é uma guerra do sem fim, até que um dia, até talvez, até quem sabe…

A dor de cotovelo das viúvas do Aécio Neves
   9 de janeiro de 2015   │     0:33  │  14

Dizem e é verdade, que a República brasileira surgiu de uma dor de cotovelo incurável; o marechal Deodoro da Fonseca não pretendia proclamá-la e só a proclamou na tarde do dia 16, quando o imperador Pedro II não cedeu a exigência para revogar o ato que nomeou o gaúcho Silveira Martins para substituir o Ouro Preto.

O marechal Deodoro não explicou a rejeição ao nome de Silveira Martins, e isto, na ausência de explicação, deixou margem à conclusão de que se deveu a problemas pessoais.

Vamos por partes.

No dia 7 de novembro, o marechal havia divulgado a Ordem do Dia para todos os comandantes militares orientando-os para defenderem o Império e concluiu a mensagem com a célebre frase:

Ruim com ela (Monarquia), pior sem ela (Monarquia).

Mas, o boato de que o Barão de Ouro Preto iria acabar com o Exército para fortalecer a Marinha, e isto influenciado pelos exemplos da Guerra do Paraguai, agitou os quartéis. Pressionado pela oficialidade, o marechal Deodoro exigiu a demissão de Ouro Preto – no que foi atendido.

 Quando soube que o substituto escolhido seria o Silveira Martins, o marechal não aceitou. E sem apresentar o motivo da rejeição exigiu que o imperador escolhesse outro substituto, o que Pedro II se recusou a fazê-lo. Só assim a República foi proclamada, mas na tarde do dia 16 e não no dia 15 como registram os livros de história oficial.

 E por que o marechal Deodoro não gostava do Silveira Martins?

É aí que entra o capitulo dor de cotovelo. Deodoro foi presidente (governador) do Rio Grande do Sul e se apaixonou pela Baronesa de Triunfo. Numa visita à fazenda dela, acompanhado de Silveira Martins, este sofreu um acidente durante a cavalgada e a baronesa o hospedou e o tratou em casa, e o que se comentou depois é que os dois mantiveram um romance.

Deodoro ficou possesso. Daí, a República brasileira ter sido proclamada pelos monarquistas e, se isto não bastasse, com a motivação de uma dor de cotovelo do chefe.

Deodoro tudo devia a Pedro II, e não apenas ele, mas o pai, quando liderou a revolta pela mudança da Capital alagoana para Maceió. Foi o pai de Deodoro que prendeu o governador, para impedi-lo de vir para Maceió, e poderia ter sido condenado à morte, mas recebeu apenas a punição do degredo na Amazônia – o que, convenhamos, ficou barato diante da insubordinação armada que promoveu.

 Esta é a República brasileira, cuja Bandeira Nacional é uma reverencia à Monarquia. Não é verdade que o verde e o amarelo representam as matas e as riquezas (ouro), mas sim a união imperial com a Áustria que nos deu a princesa Leopoldina.

Somente agora, a partir da eleição do presidente Lula, a República brasileira conhece o período presidencial mais longevo para um mesmo grupo político. Nunca, na história deste país, um grupo político ficou mais de 8 anos no poder.

Isto explica o fato de a dor de cotovelo das viúvas do Aécio Neves se igualar a dor de cotovelo do marechal Deodoro. Ou seja: é a dor de quem foi rejeitado – um pela mulher, os outros pelas urnas.

 

Mata-se em nome de Deus e de Alá
   8 de janeiro de 2015   │     6:24  │  4

Mata-se em nome de Deus e de Alá

A maior tolice que alguém pode dizer é: eu odeio política. Isto porque tudo na vida é política e a própria vida é política – logo, quem diz que odeia política está afirmando que odeia a vida.

Sendo assim, a religião é política.

A mãe de um dos 12 apóstolos de Jesus só permitiu que o filho O seguisse porque imaginava que no governo ( no reino ) ele teria um bom emprego, o que originou a célebre frase de Jesus: “Meu reino não é deste mundo”.

Foi o pensador Plutarco quem afirmou que, na história da humanidade, pode se encontrar povos sem leis, sem governo, sem justiça e sem organização social, mas jamais sem acreditar nos deuses.

Zoroastro, também conhecido como Zaratustra, instituiu a crença no deus único para facilitar o domínio dos povos que conquistava. O grande obstáculo para o seu exército era exatamente a proliferação de deuses.

Os conflitos religiosos fazem parte da história da humanidade, assim como a busca pelo bem-estar é o objetivo maior de toda a sociedade. Bem- estar e conflitos parecem ser uma mesma moeda que se completa ao mesmo tempo em que se repulsa.

Aliás, o imperador Constantino só aderiu ao Cristianismo porque era a última saída que tinha para salvar o Império Romano do Ocidente. Foi uma decisão política, assim como também foi uma decisão política da igreja tolerar as festas pagãs, entre elas o Carnaval ( Carnne Valle, ou festa da despedida da carne).

O atentado ao jornal francês com a morte de 10 pessoas, entre jornalistas e policiais, é mais uma aberração que se pratica em nome dessa crença antiqüíssima neste Ser superior que não se vê e só existe em forma de idéia dominante e poderosa.

Chamar os muçulmanos de bárbaros é repetir o erro da época das Cruzadas na marcha para “libertar Jerusalém”. Bárbaros eram os cruzados; ao chegarem à Terra Santa, os cristãos descobriram que estavam diante de um inimigo que dominava a Matemática e a montaria.

Os 12 mártires franceses engrossam essa lista interminável de vítimas da insanidade política-religiosa, que Zoroastro tentou evitar ao instituir a crença no deus único. E não conseguiu evitar os conflitos exatamente porque o interesse religioso, na verdade, é interesse político.

Mata-se e morre-se em nome de Deus, assim como se mata e se morre em nome de Alá.