Monthly Archives: maio 2014

Quando a Teoria de Lombroso está certa, aí ó!
   13 de maio de 2014   │     18:31  │  0

Brasília – Um rebotalho humano amarra duas crianças e, ato contínuo toca fogo na casa delas e fecha hermeticamente a porta.

As duas crianças, uma de 13 e a outra de 9 anos viraram dois tições de carne e osso.

O rebotalho humano habita as quebradas de Ceilândia, uma cidade satélite de Brasília, e confessou o crime com a frieza de assustar esquimó.

Até fez o croquis para ilustrar o depoimento ao delegado.

O rebotalho humano praticou o crime devido ao débito que o irmão das duas crianças tinha com ele – o rebotalho – no valor de 600 reais; no dia do crime recebeu 100 reais a titulo de amortização do débito.

No Rio Grande do Sul, um médico rico e poderoso está envolvido na morte do próprio filho em conluio com a madrasta. O mesmo médico, rico e poderoso, é suspeito na morte da esposa às vésperas de se divorciar.

Como alguém pode incinerar vivas duas crianças? Como alguém pode deixar matar o próprio filho?

Qual a diferença entre o rebotalho humano segregado nas quebradas de Brasília e o médico rico e poderoso?]

Nenhuma.

Dir-se-á que o rebotalho humano segregado nas favelas não estudou – o que é verdade; mas e o médico famoso e rico que teve a oportunidade dos melhores estudos – e que também é  verdade?!

Os piegas dirão que falta Deus no coração, como se a maldade não fosse inerente; como se a maldade fosse atributo apenas dos rebotalhos humanos que a própria sociedade segrega.

Nesses dois crimes absurdos a única diferença é que o rebotalho humano que matou queimada as duas crianças receberá a condenação justa na cadeia, enquanto o médico rico e poderoso envolvido na morte do filho e da ex-esposa logo estará livre.

O que chamou a atenção e nesse particular eu peço a colaboração dos amigos é para a semelhança de ambos com a teoria de Lombroso.

Parecem ou não?

Ainda que distintos na epiderme, porquanto um é negro e o outro é branco, o rosto de ambos se confunde no traçado que contorna o rosto.

Se a coincidência não existe, uma vez que nada coincide com nada, então a teoria de Lombroso está correta. 

De perto ninguém é normal
   12 de maio de 2014   │     15:00  │  1

Brasília – A falta de sorte da oposição é que o país vai parar por pouco mais de um mês, a partir de junho.

Se falta sorte à oposição é porque sobra ( sorte ) ao governo. Sobra sorte ao governo porque já tem muita gente entendendo que a proposta da CPI não passa de um palanque.

Por que não propuseram a CPI no ano passado ou em 2012?

Porque estaria longe da eleição e o fundamento da CPI não é apurar nada, até porque não dá para desmanchar o que foi feito e sacramentado; o fundamento da CPI que a oposição propõe é um palanque e o resto é figuração – inclusive, o incauto eleitorado que acredita que há sinceridade nisso.

A peleja pré-eleitoral lembra-me a música “Vaca Profana”, do genial Caetano Veloso, quando diz que “de perto ninguém é normal”.

E não é mesmo.

A maioria difere na forma e outros diferem no conteúdo, porquanto o caráter varia; uns tem caráter em excesso e outros não tem caráter nenhum.

Fica difícil de acreditar na sinceridade dos que pregam moralidade se essa pregação tem prazo de validade, ou seja, não é regra e só aparece em ano de eleição.

O governo já admite que haverá segundo turno, mas a chance de a oposição vencer a eleição está ligada à incapacidade do eleitor entender que de perto ninguém é normal.

E aí, se é ruim com a Dilma pior será sem ela.

A morte do coronel e a investigação do sargento Garcia
   9 de maio de 2014   │     17:08  │  0

Brasília – Só alguém muito inocente ou muito pilantra pode acreditar na versão para a morte do coronel reformado do exército, Paulo Malhães.

É melhor que se coloque no inquérito policial que o coronel “morreu de sucesso”. Para quem não sabe, a “morrer por sucesso” é o artifício usado quando não se tem interesse de se apurar um crime.

Eu fico de cá a pensar se os inocentes acusados pelo crime que não cometeram foram torturados; afinal, ninguém confessa o que não fez exceto sob tortura.

Se foram torturados é o caso de os Direitos Humanos e a Anistia Internacional entrarem em ação para punir exemplarmente os torturados.

O coronel Malhães não é nenhum herói porque para mim quem cospe no prato que come é covarde.

Mas ele não é o único nem o último covarde da história. Por exemplo: quem sustenta uma versão mentirosa e quem tem coragem de acusar inocentes é o pior dos bandidos; é um escroque que mata o ladrão para ficar com o produto do roubo.

Que tal colocar no inquérito que foi o Zorro quem matou o coronel Malhães e que o sargento Garcia já foi convocado para investigar o crime?

A morte do Pelé e a seleção brasileira de estrangeiros
   8 de maio de 2014   │     15:13  │  2

Brasília – Que a seleção brasileira de futebol será campeã do mundo, isso é mais certo do que beiço de bode. A única dúvida que há é quem aceitou ser vice.

Eu acho que a Argentina aceitou ser vice-campeã, para dar mais ação e suspense ao teatro, no que agradecemos desde já aos irmãos argentinos.

Ouso dizer que a última verdadeira copa do mundo de futebol aconteceu no Chile, em 1962, embora o despertar do grande negócio que é a competição tenha ocorrido em 1958.

A seleção brasileira foi campeã em 1958, na Suécia, e tal feito permanecerá inédito porquanto nenhuma outra seleção de futebol  não europeia será campeã  se a copa do mundo for realizada no continente europeu.

E imaginem que, mesmo em 1958, ainda tentaram sacanear com a seleção brasileira – que chegou à final com méritos.

E a sacanagem foi com o terno de camisa usado pelo Brasil, que tinha – e tem – as mesmas cores do terno de camisa da seleção sueca.

Depois de perder a copa do mundo em casa, em 1950, e em 54, o misticismo nacional justificou os malogros pela cor da camisa da seleção – que só em 58 passou a ser amarela; antes era branca com o calção azul.

A seleção sueca, que também vestia amarelo, fingiu aceitar que o Brasil jogasse com a camisa amarela e só avisou do contrário às vésperas do jogo.

E assim surgiu o terno de camisa azul para o Brasil.

Em 1962, como a copa do mundo foi realizada na América do Sul, o bi-campeonato brasileiro se garantiu pela Geografia.

Mas, em 1966, não se repetiria. E, em 1970, a copa foi no México o que significa dizer que a regra foi mantida – ou seja:  uma seleção do continente será campeã. E foi.

O bom é que ficou o marco: nenhuma outra seleção de futebol não-europeia jamais será campeã na Europa; a seleção brasileira é a única e ninguém jamais vai se igualar.

Não dá mais para se entusiasmar com a copa do mundo e, especialmente, com esta copa do mundo, por dois motivos:

1)A seleção brasileira é formada por estrangeiros; dos quatro únicos brasileiros convocados, dois são goleiros reservas e apenas  o atacante Fred será titular.

Imagine que, em 1962, o Orlando era apontado como o maior quarto zagueiro do mundo e não foi convocado para a copa porque jogava fora do Brasil – ele jogava no Boca Junior, da Argentina.

( PS. O Orlando Peçanha foi técnico do CSA na década de 1980)

Até então, a condição sine qua non para jogar na seleção brasileira era atuar no futebol nacional; ainda que fosse o melhor do mundo não seria convocado.

E hoje é o contrário.

2) A seleção brasileira será campeã e nem precisa de goleiro, porque os atacantes adversários vão fazer o mesmo que o Roberto Baggio fez na copa de 1994, quando cobrou o pênalti batendo propositadamente embaixo da bola para perdê-lo.

Nessa copa do mundo, a única novidade é a “morte” do Pelé. Eu fico de cá a matutar: será que foi o Pelé que espalhou a própria morte devido à dor-de-cotovelo que lhe acomete por ter sido alijado na condução e na preparação dessa copa?!

O Pelé deve estar na maior fossa, pois sequer foi convidado para compor a publicidade com os grandes heróis das conquistas nacionais iguais ao Pepe, Rivelino, Carlos Alberto, Jairzinho e até o Jorginho!

Nessa condição, como eu já sei que a seleção brasileira será campeã e como essa seleção brasileira é do estrangeiro, eu vou torcer pelo Uruguai – que não pode ser e não será campeão novamente, nem aceitou ser o vice, mas pelo menos vai entrar em campo sem carta marcada.

Por onde anda o verdadeiro Deus, que não visita o Brasil?
   7 de maio de 2014   │     15:42  │  4

Brasília – Os religiosos dizem que falta Deus no coração, os legalistas sustentam que falta leis severas; os apocalípticos argumentam que é o fim do mundo e nós o que dissemos sobre a violência generalizada no país?

Desculpe-me os religiosos, mas a violência não é causada pela ausência de Deus no coração, até porque o próprio Deus tem sido vítima desse comércio imoral da fé; hoje se vende Deus como quem vende banana na feira.

Igreja virou negócio e um negócio bastante lucrativo porquanto não paga imposto e o produto que vende é imaterial com custo zero.

Desculpe-me também os legalistas, porque a questão não é a falta de leis e sim o excesso delas. E nesse particular, somos o país da piada do inglês: um país cheio de leis que ninguém cumpre e no fim dá tudo certo.

Dá tudo certo, vírgula. Tudo isso um dia haveria de chegar aonde chegou, com o caos e a desordem institucionalizada; com a descrença nos poderes constituídos e, o mais grave, com o questionamento da sociedade sobre o que é mesmo justiça e onde obtê-la.

Imagine que a polícia de São Paulo está pagando 5 mil reais a quem ajuda a desvendar crimes. Se a moda pegar e se estender ao resto do país, o próximo passo é acabar com a polícia – que, aliás, está carecendo de uma profunda e radical reformulação.

A violência não é produto da “falta de Deus no coração” nem da “falta de leis”; não por coincidência, ambos existem em excesso: Deus está em vários canais de televisão todos os dias e leis no Brasil é igual a coceira de macaco – que nunca se acaba.

Será que não é exatamente esse excesso a causa de toda essa desgraça?

Afinal, uma sociedade que prioriza a vida eterna e acreditar em símbolos como norma de conduta é uma sociedade podre e condenada.

O verdadeiro Deus não quer que ninguém morra de tiro; o verdadeiro Deus não se rege por leis ou símbolos.