Brasília – O senador Renan Calheiros conseguiu o fato inédito na história da República – que é um Poder devolver dinheiro à União, porque economizou nos gastos.
Quando assumiu a presidência do Senado e anunciou as medidas de austeridade e economia, o senador Renan Calheiros chamou a atenção.
Uns, porque não gostaram das medidas – e, entre elas, a que extinguiu o Serviço Médico e o ônibus gratuito ligando o Senado à Rodoviária do Plano Piloto.
Outros, porque duvidavam da sinceridade de Renan.
Ao extinguir o Serviço Médico e doar os equipamentos para hospitais públicos de Brasília, Renan justificou que os servidores da Casa já dispõem de plano de saúde – logo, tem a quem recorrer se precisar de assistência médica.
E sobre o ônibus gratuito, ele disse que os servidores já recebem vale-transporte – logo, o ônibus gratuito não fazia sentido.
Renan também aumentou a carga horária em 1 hora e, com isso, reduziu as horas extras; extinguiu os cargos que eram mantidos no Rio de Janeiro, no chamado “Senadinho”; extinguiu 630 cargos comissionados; acabou com o 14º e o 15º salário para os senadores; e só com diárias e passagens aéreas economizou R$ 1,5 milhão.
No total, foram R$ 275 milhões que Renan conseguiu economizar este ano. O dinheiro foi devolvido com uma recomendação para que seja investido em projetos sociais.
-“Os recursos que ora devolvemos” – disse Renan – “são suficientes para a construção de 180 creches ou para o pagamento anual de 241 mil bolsas-famílias”.
Renan comunicou a devolução à presidente Dilma e ao ministro do Planejamento, acrescida do pedido para que os R$ 275 milhões sejam aplicados em projetos sociais.
O ano de 2013, que começou pesado para o senador Renan, que teve de retirar do caminho de volta à presidência do Senado “várias pedras amigas”, está terminando com glórias.
Os senadores Cristovão Buarque (PDT-DF), Lúcia Vânia (PSDB-DF), José Pimentel (PT-CE), Ana Amélia ( PP-RS), Osvaldo Sobrinho ( PRB-MT), Flecha Ribeiro (PSDB-PA), Vital do Rego (PMDB-PB), Paulo Paim (PT-RS), Jorge Viana (PT-AC), Lobão Filho ( PMDB-MA), Rodrigo Rolemberg ( PSB-DF), Gim Argel ( PTB-DF), Randolfe Rodrigues ( PSOL-AP), Casildo Maldaner ( PMDB-SC), Magno Malta ( PR-ES), Valdir Raupp (PMDB-RO), Ivo Cassol ( PP-RO), Aníbal Dinis (PT-AC) e até Pedro Taques ( PDT-MT), seu adversário na disputa pela presidência do Senado, fizeram questão de elogiar o trabalho de Renan.
– “Vossa Excelência está de parabéns por ter mantido na presidência desta Casa uma postura republicana” – disse Taques.
O senador Renan pavimentou a sua reeleição; se repetir o sucesso desse primeiro ano, em 2014, ele só não se reelege presidente se trocar a Praça dos 3 Poderes pela Praça dos Martírios.
Mas será que fará bom negócio?