Brasília – Está na imprensa nacional: Justiça afasta os 8 deputados que compõem a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas.
Mas afastou pra quê?
Afastou para apurar o desvio de 70 milhões de reais.
Sim, e daí?
E daí?… E daí?…
Pois é; e daí? Será que esse novo processo não vai se juntar ao processo velho da “Operação Taturana”, que até hoje não teve homem no mundo capaz de fazê-lo andar?
Já se passaram cinco anos da “Operação Taturana”, na qual foram afastados 12 deputados, e até agora nada se julgou.
Nem mesmos os denunciados que perderam o direito à imunidade parlamentar foram julgados. E há o risco de o crime prescrever.
As denuncias do deputado João Henrique Caldas levaram à ação do Ministério Público e à decisão da Justiça pelo afastamento, mas até a fase final tem uma distância enorme.
Fica-se até sem entender direito como o Direito funciona no país, por conta dos dois pesos e das duas medidas para mercadoria – ou crime – igual.
Exemplo: em menos de três anos o deputado federal Natan Donadon foi julgado e preso por ter desviado 8 milhões de reais da Assembleia Legislativa de Rondônia, quando foi presidente da Casa.
E 5 anos da “Operação Taturana” já se passaram e nem sinal de punição para os denunciados pelo desvio de um valor que é mais de 30 vezes o que o Donadon desviou.
Fica-se então a indagar se tudo isso vale a pena:
1) Vale a pena a denuncia do deputado João Henrique Caldas?
2) Vale a pena a manchete dizendo que a Justiça afastou a Mesa Diretora?
Isto porque, em relação à “Operação Taturana”, nada daquilo até agora valeu a pena. E tudo aquilo que aconteceu na “Operação Taturana” corre o risco de prescrever por culpa de uma morosidade que não existiu em relação ao deputado Donadon – autor do mesmo crime, mas punido.
Ou seja: só vale à pena se a alma não for pequena.