Monthly Archives: outubro 2013

Só o Eduardo Campos saiu perdendo, até agora
   8 de outubro de 2013   │     16:28  │  2

Não há outro país onde vigora um sistema eleitoral tão eficiente mesmo convivendo com uma legislação estapafúrdia que permite se criar partido a cada eleição. Essa é a marca registrada do Brasil com a sua República sustentada por arremedos na lei.

Nada é, ou tem sido, definitivo no processo eleitoral brasileiro e o que valeu na eleição anterior necessariamente não estará valendo na eleição seguinte, e ainda assim, no final dá tudo certo. Lembra muito a piada do inglês que visitou o país pela primeira vez.

De volta à Inglaterra o pai perguntou-lhe como foi a viagem e o que achou do Brasil.

– “É um país interessante. Tem ( o Brasil ) muitas leis, ninguém cumpre, mas no final dá tudo certo.”

Pelo menos no que se refere ao processo eleitoral tem dado certo, sim.

E não pensem que esses vícios são restritos a esse ou àquele partido. São todos os partidos que, de uma forma ou de outra, se beneficiam dos jeitinhos na lei, acomodações à margem da lei, etc.

Até mesmo o Rede Sustentabilidade, que sequer foi criado, já ia nascer viciado. Não atingiu o número legal de assinaturas para virar partido político, mas assim mesmo queria o registro do TSE.

Sem o partido para chamar de seu, Marina se abrigou no PSB mantendo o discurso puritano pelo qual tem conseguido enganar os incautos até agora. Mas Marina será candidata a o quê mesmo?

Veja o paradoxo: na pesquisa de intenção de votos ela é a segunda colocada, mas o candidato a presidente é o governador pernambucano Eduardo Campos, que tem só 5% das intenções de votos e está em quarto lugar.

O pior, para Campos, é que ele foi o único que saiu perdendo na dança dos partidos que terminou no sábado passado, 5.

O PSB de Campos perdeu deputados e a Marina não acrescenta tempo no horário da propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

E tem ainda o seguinte: Campos não pode assumir a postura de oposição, porque fez parte do governo até o prazo fatal – se não houvesse o prazo, ele e o PSB ainda estariam no governo.

O sistema eleitoral brasileiro ao mesmo tempo em que promove o ineditismo também remete aos filmes reprisados. Campos não é o único a cair na armadilha do sistema eleitoral, mas se não chegar ao segundo turno vai ficar ainda mais embaralhado.

Vai apoiar quem? A reeleição da Dilma ou o segundo colocado, que deve ser o Aécio Neves. E a Marina Silva vai junto?

Amante também é gente e merece pensão
   7 de outubro de 2013   │     11:45  │  5

O Superior Tribunal de Justiça decide nesta terça-feira se amante pode receber pensão. A matéria está na pauta e a expectativa é grande.

Espera-se, e muitos por interesses próprios, que o STJ decida finalmente pelo resultado de uma peleja que nenhum Tribunal estadual conseguiu decidir até hoje.

Uma mulher no Rio de Janeiro comprovou que conviveu na condição de amante durante 30 anos com um homem casado e que agora precisa da ajuda financeira dele.

Houve controvérsias e a decisão veio para o STJ, que colocou na pauta da sessão desta terça-feira. Seja qual for a decisão ela vai virar jurisprudência.

Mas antes de discutir a superficialidade do direito da amante ou concubina, é imperioso recordar como tudo começou.

É preciso entender que o sentido do casal só começou depois que se inventou a religião e o estado. Antes, a paternidade era coletiva porque só o poder era materno.

Com a invenção da religião e do estado, tudo mudou porque surgiu a família.

E por que, mesmo diante de todo esse controle religioso e estatal, o concubinato ou a relação descontrolada entre o macho e a fêmea ainda perdurou?

Simples: os estados precisavam de mão-de-obra civil e militar, mas envolvidos em guerra o estado via a população ser reduzida ou dizimada, principalmente os homens, que serviam como soldados.

Para manter a expansão populacional e repor os estoques de soldados, esses estados e essas religiões fizeram vistas grossas para o concubinato – e algumas até estimulam essa relação pluralista em relação ao macho.

Mas, tem um porém:  o macho tem de manter as mulheres em igualdade de condições; uma mulher não pode ter mais que a outra. Ou outras.

O costume do Oriente veio para o Ocidente, mas na forma de domínio machista. No Brasil, por exemplo, o padre Manoel da Nóbrega, que chegou com o primeiro governador-geral Tomé de Souza, escreveu ao rei de Portugal pedindo que “mandasse noivas”.

Nóbrega se estarreceu com o que encontrou em Salvador. Brancos, índios e negros convivendo numa promiscuidade sexual e gerando filhos de pais desconhecidos. Nem mesmo os padres escaparam e Nóbrega denunciou pelo menos cinco deles por manterem mulheres e filhos.

O rei de Portugal mandou as órfãs dos militares portugueses que morreram na tentativa de conquistar a Índia, para se casarem no Brasil.

Claro, a ação de Nóbrega foi apenas uma gota no Oceano.

A relação promiscua prosseguiu com o domínio machista e os conceitos que ainda perduram sobre a condição do macho em relação à fêmea.

Esses conceitos desvirtuados também atingiram a relação entre raças, de modo que ainda hoje o homem que sai às baladas nunca diz que “pegou” uma “galeguinha; ele diz sempre que “pegou uma neguinha”.

Gente! Amante também é gente. Espero que o STJ decida que ela tem direito à pensão porque, somente assim, poderemos dar o primeiro passo rumo a destruição desses conceitos machistas que ainda perduram no Brasil.

Os 53 anos de uma rádio que parava Alagoas
   6 de outubro de 2013   │     1:00  │  3

A Rádio Difusora, pioneira, fez história na radiodifusão alagoana pelas novelas e os programas de auditório comandados por Odete Pacheco e Luiz de Barros, mas só a Rádio Gazeta teve o poder de parar Alagoas quando colocava no ar as edições extraordinárias do “Correspondente Bentes”.

– E atenção muita atenção porque vamos repetir a notícia…

E o controlador colocava no ar a característica das edições extraordinárias, aquela famosa música “Washington Post”, que foi escolhida pelo saudoso Jorge Vilar e se tornou marca registrada da Rádio Gazeta.

Comecei no Jornalismo na Rádio Gazeta, na sede antiga na Rua do Comércio. Na época a rádio tinha um quadro especial no Departamento de Jornalismo, com plantões e edição de noticias locais enviadas pelos plantonistas no antigo HPS ( Hospital de Pronto Socorro ), IML e Delegacia de Plantão.

O noticiário nacional e internacional chegava pelas agências de notícias UPI e AJB; era característico aquele barulhinho na redação com as máquinas imprimindo as notícias que a gente transcrevia para o noticiário de hora em hora.

Ao meio-dia havia o grande jornal e à meia-noite o “Seu Redator Chefe”, com o apanhado de todo o noticiário. Havia um locutor especial para o noticiário que produzíamos.

O Ailton Villanova, meu primo-irmão, o Roberto Carvalho, o Gilson Gonçalves e o Ielson Ávila eram os destaques como noticiaristas.

O Departamento de Esportes era o que tinha de melhor no mercado: Márcio Canuto, Valdemir Rodrigues, Jurandir Costa, Natan Oliveira, Antônio Avelar, Sabino Romariz, Edson Mauro, Natan Oliveira, Jorge Lins, João Malta, Antônio Torres, Arivaldo Maia, Reinaldo Cavalcante, Arnoldo Chagas, com o França Moura nos plantões comunicando o resultados do jogos no resto do país.

No horário da tarde se destacavam o Pedro Macedo, com o programa “Saudade que a Jovem Guarda” e o Jalon Cabral com o programa de música regional. As manhãs eram do saudoso Edécio Lopes.

Pelo Departamento de Jornalismo passaram os companheiros Batista Pinheiro ( diretor), José Elias, Flávio Gomes de Barros, Jose Bartolomeu, Fernando Araújo, Francisco Alves, Jurandir Tobias, Juarez Oliveira, Jaime Feitosa…

Alguns fatos pitorescos marcaram essa época de ouro do rádio alagoano. Um deles se deu com o Edécio Lopes.

O programa do Edécio era patrocinado pelo Café Emecê. Um dia, o Edécio estava entrevistando o então senador Luiz Cavalcante. Numa pausa da entrevista, o Edécio chamou o comercial dizendo:

Tragam um café Emecê para o senador!

Depois do intervalo o Edécio quis arrancar uma opinião do major Luiz sobre o café e perguntou-lhe o que achou do sabor.

Muito bom esse Café Afa, Edécio – respondeu o major Luiz. O Café Afa era o concorrente do Emecê.

Outro caso envolveu a mim, o Zé Elias e o Jurandir Tobias. Um vereador chamado Adalberto Leão Viana apresentou um projeto colocando o padre Cícero como padroeiro de Maceió e o Tobias, que era o diretor de Jornalismo, ficou indignado.

Maceió já tem padroeira. Isso é um absurdo – reagiu o Tobias, para pedir que eu escrevesse um editorial para abrir o jornal do meio-dia.

E eu mandei ver. Ficou pesado e a repercussão foi grande. Aí o Zé Elias propôs que a gente passasse um trote. Descemos até a antiga Livraria Villas-Boas, que ficava vizinha ao prédio da Gazeta, compramos envelope e papel ofício e redigimos uma carta como se fosse o vereador Adalberto Leão Viana. Deixamos a carta no birô do Tobias, que costumava chegar à redação às 17 horas.

O Tobias leu e sem desconfiar do trote ligou para o Ailton Villanova, que era assessor da Secretaria de Segurança, pedindo para ele ( Ailton) vir urgente à rádio pois estava sendo ameaçado.

Na carta, eu dizia que tinha sido desmoralizado em plena hora do almoço e na vista dos meus filhos. O Adalberto tinha um filho problemático e o Tobias temia que ele viesse tomar satisfação.

Quando o Ailton chegou logo descobriu que se tratava de trote. O envelope não tinha o timbre da Câmara Municipal, e nós ( eu e o Zé Elias ) decidimos confessar a brincadeira. Foi pior; o Tobias ficou irado e passou a fazer charme.

Trouxe a escritura da casa dizendo que ia fazer o testamento, pois iria morrer; e espalhou todo tipo de remédio para acalmar os nervos sobre o birô. Foi aí que pedimos a intervenção do saudoso José Otávio Rocha, pois o Tobias parecia irredutível, dizendo que ia processar a gente.

Mas era só uma onda; só pra nos assustar.

O saudoso Jurandir Costa também gostava de perturbar o Tobias. Um colega nosso, o Juarez Oliveira, tinha mania de prometer emprego. Pegava as carteiras de trabalho dos interessados, segurava uma grana  (mixaria) e se enrolava todo porque o emprego nunca saia e o interessado o procurava na Gazeta todos os dias.

O Tobias ficava puto da vida com o Juarez. Aí, o Jurandir Costa, orientava os interessados a procurar o Tobias na cada dele, na Ponta Grossa, logo depois do antigo Cinema Lux. O Jurandir Costa dava todas as coordenadas e recomendava que a pessoa insistisse pelo emprego.

O Juarez não tem condições de arranjar emprego, quem tem condições é o diretor. Vá lá, na casa dele, que é diretor e peça o emprego. Ele vai negar, mas você insista. Só saia de lá com o emprego.

Cara, não dava meia hora e o Tobias aparecia na rádio virado numa fera e querendo pegar o Juarez – que levava a culpa.

Vou pedir ao Zé Barbosa para demiti-lo!

Mas era só kahô; o Tobias tinha um coração maior do que ele e era incapaz de prejudicar alguém. E o Juarez apenas ficava de castigo com os plantões seguidos aos domingos, o que muito nos agradava, pois antes ele do que nós no plantão dominical.

Aliás, as manhãs do domingo eram diferentes com o Reinaldo Cavalcante e o “Hoje é Dia de Praia”.

E as tardes do domingo também, com as transmissões esportivas e, antes delas, com o programa “Ora Bolas” produzido pelo Jorge Vilar e que contava com verdadeiros atores amadores iguais ao Ailton Villanova, Jalon Cabral, Geraldo Lopes, e o próprio Jorge Vilar.

A Rádio Gazeta tem uma peculiaridade: o diretor Gilberto Lima é o mais antigo executivo de rádio a se manter no cargo; é também o executivo de rádio que foi sendo promovido por merecimento e passou por vários cargos na emissora.

Aos 53 anos de existência, a Rádio Gazeta se confunde com a história de Alagoas e se consolidou como patrimônio alagoano. A todos que fizeram e fazem a Rádio Gazeta, os nossos agradecimentos e homenagens.

A Marina Mutema e o Sassá Silva sem sustentabilidade
   4 de outubro de 2013   │     12:30  │  7

Pronto! O futuro do país se foi. O futuro do país era a Rede de Sustentabilidade da ex-senadora Marina Silva, a “Marina Mutema”, a salvadora da pátria, a “mulher de César”, a “santa milagreira” amiga do Feliciano e integrante da seita evangélica do Bush.

Esperta, essa Marina, devemos reconhecer. Imagine que ela queria criar um partido político na base do CTRL C – CRTL V; um partido surgido do Curtir e Compartilhar.

Também devemos reconhecer que a Marina nasceu para ser política. É songamonga e sabe mentir com tanta verdade que não é fácil evitar cair em tentação e segui-la. Tem muita gente que acredita no que a Marina diz.

Tem até quem acredite que a Marina é ambientalista!

O TSE deletou o biombo da Marina, mas não pense que a Marina vai ficar de fora da eleição de 2014! Agora fique!

A Marina é profissional.

Mas, cá para nós, já pensou se a Marina chegasse à presidência da República? Vamos divagar sobre o que aconteceria se ela realizasse as promessas que faz.

Sem o apoio do Congresso Nacional ninguém governa e a Marina Mutema sabe disso. Então, das três uma:

1) A Marina daria um golpe militar para realizar as promessas dela.

2) A Marina levaria o país à convulsão social.

3) A Marina se aliaria às forças que ela diz combater e assumiria a condição de nota de 3 reais.

Eu fico com a terceira hipótese porque já não tenho mais idade para me deixar enganar. Se o Sassá, que era o Sassá, foi aquele desastre, imagine a Marina Mutema do Bush e do Feliciano…

Não tem sustentabilidade.

Coloquem os ativistas do Greenpeace na Sibéria. Nus
   3 de outubro de 2013   │     13:51  │  7

Não, não vamos pedir para colocar os ativistas do Greenpeace todos nus na Sibéria durante 40 dias e 40 noites de inverno pesado. Isso seria malvadeza demais.

Mas depois  do que esse Greenpeace fez em relação à tragédia no Golfo do México, o silêncio tumular dos seus ativistas e sequer uma nota denunciando o crime ambiental,  não dá mais para acreditar na sinceridade da luta.

Ambientalistas não podem ter limite.

No Brasil já apareceu até uma ONG denunciando a pecuária brasileira, que é um das mais avançadas do mundo, porque “o arroto” do boi estava aumentando o buraco na camada de Ozônio.

Pense num bando de pilantras!

Buraco na camada de Ozônio é… ( a vontade é para um palavrão, mas é impróprio ).

Não existe buraco na camada de Ozônio nem a terra está esquentando. Isso é mentira dessa pilantragem internacional que usa o ambiente como biombo para disfarçar seus interesses escusos.

Esta semana, em Brasília, um grupo de caboclos bem organizados e fantasiados de índios acamparam na Esplanada dos Ministérios para defenderem o atraso na Amazônia. Esses caboclos são os “soldados dos piratas internacionais que saqueiam a Amazônia” e, por isso, são contra as usinas hidrelétricas – que vão iluminar a área que eles saqueiam e tornar mais difícil os saques.

São contra as rodovias e ferrovias porque vão levar o desenvolvimento para a Amazônia e, com o desenvolvimento, fica difícil a pilhagem.

No caso dos ativistas do Greenpeace que estão presos na Rússia, o castigo na Sibéria poderia forçá-los a contar o motivo de estarem protestando contra a exploração de petróleo no Mar Ártico se não protestaram contra o crime ambiental no Golfo do México.

Sim, por quê?

Talvez sob o frio de 40 graus negativos eles poderiam nos informar sobre tamanha incoerência.