Brasília – Os excessos cometidos pela Operação Lava Jato não se restringem aos prejuízos que vem causando à economia do País; eles vão além dos prejuízos econômicos e financeiros.
Na caçada violenta contra suspeitos e culpados seletivos, ou seja, apenas se só e somente se pertencer ao PT, tem-se cometido atrocidades jurídicas.
Imagine a autoridade aceitar uma denúncia baseado na convicção do investigador?!
Se o investigado é do PT, seja por filiação ou parentesco com algum petista, a sentença é bruta porque a Operação Lava Jato ganhou a conotação de disputa partidária envolvendo petistas e não-petistas.
Qual o crime que a cunhada do João Vaccari Neto cometeu para ser violentamente arrastada de São Paulo para Curitiba e permanecer cinco dias presa, apenas porque se aceitou a denúncia do Ministério Público Federal do Paraná baseado na convicção como único elemento de prova?
E o pior: os procuradores que pediram a prisão da cunhada do João Vaccari Neto erraram na sua convicção.
E quando se pensava que poderia haver esperança de que o erro absurdo de se mandar prender a inocente baseado na convicção dos seus algozes, e não nas provas, tinha acabado, eis que se repete novos absurdos.
A vítima da vez foi o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, arrancado de um leito hospitalar onde acompanhava a esposa acometida de câncer, num espetáculo vergonhoso para as instituições que a sociedade mantém para defende-la da ilegalidade.
Quanta ironia…
Enquanto isso, na inequívoca comprovação de que o objetivo não é punir maus feitos, mas o de selecionar os maus feitos que devem ser punidos, o ex-deputado Eduardo Cunha e a esposa dele permanecem inatingíveis.
A tão operosa e eficiente logística burocrática que é capaz de prender uma inocente, no caso da cunhada do João Vaccari Neto, ou de arrastar de um leito hospitalar o marido que solidariamente acompanhava a esposa acometida de câncer, é incapaz de localizar uma culpada contumaz para entregar-lhe uma intimação judicial.
Por essas e outras, a Operação Lava Jato está deixando cair a máscara e confirmando o que antes se tinha como absurdo e agora já se tem como certeza. Ou seja: o único objetivo é impedir o Lula de se candidatar em 2018.
O processo é meramente político e exclusivamente eleitoral. Senão, não haveria seletividade nas ações nem a desumanidade de se prender inocentes e de se invadir hospital, num espetáculo circense, para se arrancar dos braços de uma paciente com câncer alguém contra quem não se tem prova alguma.
Quando a autoridade prende para investigar, todo inquérito ou processo deve ser anulado porque o justo, o legal e o moral é investigar para prender.