Monthly Archives: setembro 2015

O papa comunista e o papa do evangélico Obama
   23 de setembro de 2015   │     21:41  │  20

Brasília – “Um exemplo vivo dos ensinamentos de Jesus” -, e assim o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, definiu o papa Francisco.

Assim, com essas palavras, o presidente dos Estados Unidos definiu o papa. Obama é evangélico e presidente de um País cujo único presidente católico foi assassinado.

Refiro-me a John Kenedy.

As palavras do presidente da maior potência mundial dirigidas a um líder católico, que estava vindo de Cuba, são para a história e não para a religião.

E no meio da multidão que recepcionou o papa na Casa Branca havia uma pessoa que se dizia muçulmana, mas admirava o papa.

O papa em Cuba e em seguida nos Estados Unidos e vice-versa tem, além do significado histórico, o significado de que tem algo de estranho no mundo cristão.

Ou melhor: o Cristianismo está se organizando para resistir a uma nova invasão bárbara – que eles acreditam estar se processando.

Os muçulmanos já queimaram a Bíblia e impuseram o Dário como moeda, porque o Dário foi a primeira moeda a circular no mundo deles.

O rei Dário cunhou o nome dele numa moeda e imaginou ser esta a moeda do mundo.

Da visita do papa aos Estados Unidos ficou o primeiro santo, que é espanhol, e isto agrada muito a imensa comunidade de língua espanhola.

Já era tempo de um santo nos Estados Unidos, afinal, os católicos contam com 300 bispos para 51 estados.

Depois de eleger um negro para a presidência, os americanos faltam eleger uma mulher e um presidente católico – que não terá o fim trágico do Kenedy, ainda que seja descendente de irlandês.

Moral da história nesta simplória homilia: se até os Estados Unidos se rendem ao papa Francisco, quem sou eu para tergiversar.

Viva o papa Francisco, que se reuniu com Fidel, Raul e Obama.

A vitória do governo é a derrota dos golpistas
     │     17:49  │  8

Brasília – O dia após a vitória do governo no Congresso Nacional foi de tristeza para a oposição golpista, que estava embalada pela ideia do impeachment.

Ao aprovar 26 das 30 propostas de ajuste fiscal e financeiro, o governo mostrou que o sonho golpista é devaneio das “viúvas do Aécio”.

A nota triste do movimento golpista, porquanto deprimente para um homem que já mereceu respeito, ficou com o jurista Hélio Bicudo, que foi usado como “boi de piranha”.

Os golpistas conseguiram convencer Bicudo a desempenhar o papel ridículo acreditando que o nome de Bicudo bastaria para dar legalidade à trama revanchista.

Bastava Bicudo olhar e analisar os que encabeçam o movimento golpista para se recusar a segui-los; sequer ouvi-los, pois se juntar a eles é enlamear-se.

O Congresso Nacional, com a base aliada, mostrou que ainda que haja divergências em relação ao governo o golpe, apelidado de impeachment, é um ato de covardia de quem não respeita as regras do jogo democrático.

Covardia e irresponsabilidade, porque ninguém pode resolver os problemas do País sem as medidas que foram propostas e aprovadas pelo Congresso Nacional.

A oposição golpista não tem solução diferente porque essa solução diferente não existe; não há nada do que se possa fazer para ajustar a economia, diferente do que o ministro Joaquim Levy propôs.

Espera-se que a vitória do governo, no Congresso Nacional, sirva para mostrar à oposição golpista que não é fácil dar um golpe – ainda que se apelide o golpe de impeachment.

Joaquim Barbosa para presidente? Você ouviu isso?
   22 de setembro de 2015   │     21:57  │  9

Brasília – A conta para o comportamento desrespeitoso e até agressivo do ex-deputado federal André Vargas, para com o presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, no ano passado, chegou agora. E será altíssima.

O hoje ministro aposentado Joaquim Barbosa estava no exercício da presidência do STF e convidado para uma sessão solene. A provocação de Vargas, que deu jeito para se sentar ao lado de Barbosa, repercutiu como um insulto do qual ninguém está imune.

E como há rastros nas pecadas do ex-deputado, então ele que se prepare para a fatura.

Mas nem tudo é sobressalto no Palácio do Planalto. A notícia de que o senador Aloísio Nunes também está sendo investigado soou como alivio para quem diz que, em pelo menos um particular, o pau que dá em Chico dá em Francisco – e o ministro Aloísio Mercadante não ficará sozinho na investigação.

Parêntesis: já observaram que se trata de dois Aloisios?

Então, o pau que dá em Chico dá mesmo em Francisco.

Juntando e misturando tudo, o juiz Sérgio Moro conduz a Operação Lava Jato para um desfecho surpreendente. É possível que, ao final, a oposição também saia arranhada e aí algo me diz que a solução é chamar o Joaquim Barbosa.

Barbosa é mineiro como convém ao processo sucessório presidencial em curso; é negro como convém ao momento eleger e tem a marca registrada da origem humilde de quem se fez sem precisar de cota.

Arrisco a dizer que o Joaquim Barbosa será o próximo presidente da República. Ele se aposentou no Supremo Tribunal Federal com antecedência de 11 anos; Barbosa está com 60 anos de idade.

Por isso eu acho que ele é candidato a presidente da República.

Depois do golpe, o caos e em seguida o Carnaval
     │     11:30  │  10

Brasília – As Repúblicas na América Latina guardam entre si o princípio da vulnerabilidade, como se todas tivessem nascida de uma mesma célula viciada.

Não é coincidência o fato de as Repúblicas na América Latina sofrerem do mesmo mal da instabilidade política e emocional, que produz golpes e golpistas.

No Brasil, vive-se a estabilidade política inédita desde a Proclamação da República, em 1889, com 25 anos de sucessivos governos, sem traumas nem golpes.

Mas, a ameaça golpista persiste porque a célula viciada resiste.

Uma República igual a brasileira, que surgiu de uma dor de cotovelo, está condenada a essa instabilidade política que leva alguns a desconsiderar o resultado soberano das urnas para tentar o golpe.

E como não há compromisso com a nação, para os golpistas não importa se depois do impeachment vier o caos.

Foi assim em 1889. O marechal Deodoro, antirrepublicano que havia se preparado para defender a Monarquia e o imperador Pedro II, traiu os dois e implantou a República, da qual se tornou presidente.

E tudo isto devido a uma dor de cotovelo incurável, uma paixão não correspondida pela Baronesa de Triunfo. O Deodoro não concordou com a escolha de Silveira Martins, que lhe tomou a amada, para substituir Ouro Preto como primeiro-ministro e decidiu proclamar a República.

Os republicanos autênticos, que estavam lutando pela verdadeira República, foram alijados. E a bandeira brasileira virou esta confusão com a frase positivista “Ordem e Progresso” – a frase completa é “Ordem, Progresso e Amor” –, e a homenagem à Monarquia com as cores verde e amarela para imortalizar a união da família imperial brasileira com a Áustria.

Digamos que não é pelo fato de ter começado errada, que a República brasileira deva conviver com o sobressalto da instabilidade política e emocional. Ainda que para alguns a dor de cotovelo leve a gestos tresloucados, é imperioso frear a irresponsabilidade.

As consequências de um golpe são incomensuráveis. Entenda-se também por golpe o que eles chamam de impeachment.

 

 

Os dilemas de Dilma e a revolta dos sonegadores
   21 de setembro de 2015   │     14:26  │  12

Brasília – A reforma ministerial está demorando porque a presidente Dilma não gosta que lhe digam o que fazer, ainda que o que ela tenha que fazer – e até demorou -; implique em tranquilidade para o governo governar.

O ministro do Gabinete Civil, Aloisio Mercadante, só tem contribuindo para fazer o governo sangrar. Mercadante é o único chefe do Gabinete Civil sem espaço e sem diálogo com o Congresso Nacional.

A insistência da presidente Dilma em manter Mercadante no cargo, mesmo sabendo que ele é o estorvo que dificulta a relação republicana do governo com o Congresso, tem custado os sobressaltos que o governo tem tido ultimamente.

Para agravar o quadro tem a reforma ministerial, que é urgente, urgentíssima, mas o governo enfrenta dificuldade internas com a base aliada, na qual se inclui o PT, que detém a maioria dos cargos comissionados e não sabe o que fazer com a militância desempregada.

Os dilemas de Dilma começam dentro do governo, ou dentro de casa, e se estendem às ruas com o terrorismo midiático e o sonho golpista que nutre a esperança de mudar a seu favor o resultado adverso da urnas soberanas.

A peleja do governo agora é para aprovar a CPMF. Os governadores e prefeitos, que são beneficiários diretos da CPMF, pressionam pela aprovação e encaram a oposição que defende a bandeira do quanto pior, melhor e torce para a nau naufragar.

Dilma precisa entender que a reforma ministerial é a reconciliação do governo com o rumo que o próprio governo traçou inicialmente, e se desviou dele. E a extinção de ministérios, pelo menos 15 deles desnecessários, é a demonstração de quem deseja acertar.

Quanto a nova CPMF, ela é ruim para quem costuma sonegar impostos. Mas, estes, são inevitáveis e o governo deve se acostumar com as queixas – afinal, estava tão bonzinho assim sonegando-se impostos…