Monthly Archives: maio 2015

A vida de dois médicos, por duas bicicletas
   21 de maio de 2015   │     18:17  │  4

Brasília – A sociedade perdeu um médico competente e a estatística da criminalidade no país ganhou mais um protagonista, um “menor” de 16 anos de idade e que debutou no crime aos 12 anos de idade.

Vítima de latrocínio, o médico carioca Jaime Gold, que tantas vidas já salvou, foi morto a facadas por um projeto de bandido do presente sem futuro.

A indignação, aliada ao luto e à consternação dos familiares e amigos do médico, leva a sociedade novamente à discussão sobre o que fazer diante de tanta violência. E o pior é que ninguém sabe mais o que fazer.

Não é problema da falta de leis, porque leis existem demais; não há Código Penal mais abrangente do que o brasileiro.

Não é problema da falta de presídios, porque presídios no Brasil têm demais.

Não é problema da falta de policiais, porque policiais no Brasil tem demais; o que falta é policial satisfeito com o que ganha e estimulado pelo rigor na punição à criminalidade.

O custo da violência no Brasil extrapolou o limite da racionalidade e a sociedade, além de ser vítima dessa violência desenfreada, ainda é obrigada a pagar a conta altíssima para manter os criminosos presos.

O que fazer?

Ninguém sabe; ninguém tem a resposta e por não tê-la dar-se vazão as diferentes propostas tais como: prisão perpetua e pena de morte.

Quem vai repor a perda de um médico que servia à sociedade?

Quem vai preencher a lacuna na família do médico Jaime Gold, que está condenada à dor perpetua e sem a perspectiva de que se fará justiça?

Passada a indignação, a fila das vítimas dessa violência urbana anunciada seguirá crescendo. Ontem foi o médico Jaime Gold e amanhã quem será?

Por uma bicicleta mata-se nas pedaladas durante exercício na pista da Lagoa Rodrigo de Freitas ou na Praça Multieventos, em Maceió, onde um médico também foi morto por tentar impedir que lhe levassem a bicicleta.

Chega-se à triste conclusão de que andar de bicicleta é um perigo; quando o ciclista não morre atropelado por um carro cujo motorista não gosta de ciclista, morre-se pela mira de um bandido que cobiça a bicicleta.

E tudo isto, sem a mínima visualização da luz mais tênue no final do túnel.

 

 

O mal que Fernando Henrique Cardoso continua fazendo ao país
   20 de maio de 2015   │     19:15  │  19

Brasília – Se não bastasse o desgoverno que promoveu, escudado no engavetador-geral da República que o protegeu, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso continua na ativa denegrindo a imagem do país por onde anda.

Apresenta-se como paladino da democracia e arauto da probidade, por certo que acreditando na memória curta dos brasileiros e na desinformação dos infelizes que lhe dão ouvidos.

E o FHC nem se toca de que está na contramão da história, o que se constitui cinismo.

Felizmente, os chineses não lhes dão ouvidos com certeza porque o conhecem e, especialmente, conhecem a sua falácia de sociólogo aposentado aos 36 anos de idade, e enquanto FHC desandava a denegrir e trair o Brasil os chineses firmavam o acordo de 75 bilhões de dólares.

Protegido pela ditadura militar, contra a qual não tem autoridade para falar, na condição de filho de general o FHC recebeu informações privilegiadas, de modo que pode correr antes e passar ao largo, no bem bom, do chamado período dos anos de chumbo.

Esperto como é, ao deixar o desgoverno o FHC se preveniu das ações penais conseguindo aprovar a lei da blindagem dos maus feitos que praticou. Ninguém fala mais sobre as tramoias das privatizações, por exemplo.

Apesar do FHC, o Brasil segue em frente. E a Petrobras, que o FHC transformou em Petrobrax, foi salva pelo Lula e registrou nesse segundo trimestre do ano o lucro de 5 bilhões de dólares.

É uma pena que o homem que se tinha em conta de ilibado, inteligente e patriota tenha se transformado neste espectro de político oportunista, mesquinho e traidor da pátria.

 

Um negócio da China, que vale 57 bilhões de dólares
   19 de maio de 2015   │     19:25  │  10

Brasília – Os chineses viveram ressabiados e enclausurados por muito tempo; eles rechaçavam todas as propostas de relacionamento comercial que podiam rechaçar com o Ocidente.

Vendiam, exportavam, mas compravam ou importavam pouquíssimo.

Intrigada com a situação adversa nas relações comerciais, a Inglaterra tramou conquistar o mercado chinês com um produto que não produzia: o ópio. E viciou os chineses com o entorpecente.

Entorpecidos e dominados os chineses finalmente se abriram e estabeleceram relações comerciais vantajosas para o Ocidente. Claro.

Mas, a relação comercial “tranquila” com o Ocidente durou até o dia em que o filho do imperador chinês morreu de overdose de ópio.

A reação dos chineses foi de suspender as relações comerciais e proibir que navios ocidentais atracassem em seus portos, além de terem destruído toda a carga de ópio apreendida.

Implantaram a pena de morte para traficantes, no que foram seguidos pela Indonésia.

Parêntesis: só este ano a Indonésia já fuzilou uma dúzia de traficantes, entre eles dois brasileiros, e tem mais outra dúzia, entre eles um francês e um australiano, para fuzilar.

Fecha parêntesis.

Todavia, os chineses aprenderam que não poderiam ficar indefinidamente enclausurados e que para se fortalecer diante do inimigo – e, entre estes, o Japão que tanto os humilhou – deveriam se modernizar.

E para se modernizar teriam de estabelecer essa convivência comercial. O tempo passou e a China aberta aos negócios se transformou numa potência mundial. Todos são unânimes em afirmar que a China será a próxima potencia mundial, para a qual o mundo irá se curvar.

E os chineses da modernidade parecem que descobriram o Brasil.

Menos de 1 ano depois da visita do presidente da China Xi Jiuping, em julho do ano passado, o primeiro-ministro chinês Li Keqian aterrissou na Capital Federal para fechar mais um acordo comercial com o Brasil.

Em tempo: a China tem tanto dinheiro aplicado nos Estados Unidos, mas tanto dinheiro, que se decidisse retirar o que tem aplicado provocaria nova quebradeira da Bolsa de Valores de Nova Iorque, com repercussão traumática pior do que aconteceu em 1929.

E no Brasil, como estão as relações comerciais da China?

No que se refere às relações comerciais com o Brasil, no ano passado somou quase 78 milhões de dólares. Com o detalhe: o Brasil exportou 3,3 bilhões de dólares a mais do que importou da China.

No momento em que as “viúvas do Aécio” ainda carecem da mulher carpideira para chorarem a derrota, a visita do mandatário chinês depois de ele ter liberado 7 bilhões de dólares para a Petrobras só pode deixar a oposição com dor-de-cotovelo.

No momento em que a oposição torce pelo quanto pior, melhor, a visita do mandatário chinês é um chute na canela.

Vários acordos comerciais foram firmados. A exportação de carne bovina, por exemplo, é um dos itens mais importantes para o qual contribuiu e muito a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.

Mas, sem dúvida que a construção da ferrovia ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico é a obra que vai mudar a Geografia e a História da América do Sul – e isto, capitaneada pelo Brasil.

O ICBC ( Industrial e Comercial Banco da China) e o CDB ( Chinês Banco de Desenvolvimento) firmaram acordo comercial com a Caixa Econômica Federal e a Petrobras no montante de 57 bilhões de dólares para infraestrutura, reaparelhamento e prospecção de petróleo.

As “viúvas do Aécio” estão atônitas. E aqui para nós, é para ficar mesmo porque foi lindo ver os Dragões da Independência perfilados ao toque de apresentar armas enquanto o mandatário comunista adentrava ao Palácio do Planalto.

Diga aí: é lindo ou não é?

 

A doença dos médicos e a hipocrisia do eleitor
     │     10:15  │  5

Brasília – De cada 10 médicos do serviço público do Distrito Federal, 4 adoecem todos os dias de domingo a domingo durante os 365 dias e 6 horas que compõem o ano.

E adoecem de quê?

Ah, de tudo. É uma verdadeira praga a doença dos médicos no Distrito Federal.

E quem não adoece faz igual à médica, filha do médico-diretor de um hospital público numa Cidade Satélite, que inventou um dedo de silicone para fraudar o ponto eletrônico e faltar ao expediente no hospital que o pai é diretor.

Somos assim. Fazer o quê?

Somos os inventores do “jeitinho brasileiro” e legítimos personagens da piada do inglês que nos visitou e concluiu:

O Brasil é um país cheio de leis que ninguém cumpre e no fim dá tudo certo.

Lendo na gazetaweb.com as declarações do secretário de Defesa Social de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, sobre a escalada da violência contra negros gostaria que a sociedade levasse em conta o que o secretário disse para não permanecer perdendo tempo e contabilizando perdas – seja material ou humana.

De quem é a culpa da violência?

Será que a culpa não é do médico que a sociedade paga para formar na universidade pública e depois não é ressarcida com a prestação de serviço honesto?

Ou será que a culpa é da cultura nacional do “jeitinho brasileiro” que a todos contamina?

Num país com quase 100% da população negra, igual o Brasil, discutir a violência contra o negro parece mais piada pronta.

A violência está na institucionalização do “jeitinho brasileiro” que nos tornou no país dos cínicos. Se puder furar uma fila, todos furam; se puder queimar o semáforo, todos queimam; se puder forjar uma doença para faltar ao trabalho, todos fraudam; se puder dar uma rasteira, todos dão.

É comum ouvirmos algo do tipo: não voto em fulano porque ele nunca me deu nada. Ou seja: vende-se o voto e depois se vai à rua cobrar um estado ou um município que não se ajudou a formar.

Por que não se luta para obrigar ao profissional formado em universidade pública a pagar o que a sociedade investiu na sua formação?

Por que se continua aplicando a “Lei de Gerson” e exigindo do vizinho que aguarde a vez na fila?

Discutir a violência contra o negro é ajudar a ampliar a segregação da sociedade. E discutir a violência contra o negro num país de predominância negra beira o cinismo.

A violência não é só produto da ausência do Estado, mas também da omissão e da conivência de quem cultua o “jeitinho brasileiro” para obter vantagem em tudo.

Amanhã tem espetáculo, às 8 horas da noite! É marmelada
   18 de maio de 2015   │     15:52  │  13

Brasília – Amanhã tem espetáculo, às 8 horas da noite. Não é circense; é radiofônico e televisivo.

Na verdade, será um pouco depois das 8 horas.

O espetáculo será estrelado pelo grande ator Fernando Henrique Cardoso, aquele que se aposentou aos 36 anos de idade e depois chamou o trabalhador brasileiro de vagabundo.

O mesmo Fernando Henrique Cardoso que apresentou a aprovou o fator previdenciário; que pagou para vender a Telebrás e a Vale do Rio Doce e, por pouco, não doou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Obviamente, que todos nós somos um pouco estoicos; uns mais, outros menos, e por isso há os que vão aplaudir o espetáculo.

– Amanhã tem espetáculo?

– Tem sim senhor!

– Oito horas da noite?

– Tem sim senhor!

– E vai ter marmelada?

– Vai sim senhor!

– Então arrocha negrada!

Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

O roteiro do espetáculo de amanhã, depois das 8 horas da noite, é uma pitada de ataque à presidente Dilma e a carga toda no Lula, que se estiver vivo em 2018; se não morrer de susto, bala ou vicio será novamente eleito presidente da República.

As “viúvas do Aécio” também serão contempladas com algumas aparições do candidato que ainda sonha com o terceiro turno da eleição, mas o peso mesmo será para o FHC.

Afinal, o brasileiro é conhecido também pela memória curta e muitos já esqueceram que, durante o governo FHC, a corrupção era combatida fechando-se o órgão envolvido nas tramoias para se apagar as provas e os vestígios.