Brasília – A sociedade perdeu um médico competente e a estatística da criminalidade no país ganhou mais um protagonista, um “menor” de 16 anos de idade e que debutou no crime aos 12 anos de idade.
Vítima de latrocínio, o médico carioca Jaime Gold, que tantas vidas já salvou, foi morto a facadas por um projeto de bandido do presente sem futuro.
A indignação, aliada ao luto e à consternação dos familiares e amigos do médico, leva a sociedade novamente à discussão sobre o que fazer diante de tanta violência. E o pior é que ninguém sabe mais o que fazer.
Não é problema da falta de leis, porque leis existem demais; não há Código Penal mais abrangente do que o brasileiro.
Não é problema da falta de presídios, porque presídios no Brasil têm demais.
Não é problema da falta de policiais, porque policiais no Brasil tem demais; o que falta é policial satisfeito com o que ganha e estimulado pelo rigor na punição à criminalidade.
O custo da violência no Brasil extrapolou o limite da racionalidade e a sociedade, além de ser vítima dessa violência desenfreada, ainda é obrigada a pagar a conta altíssima para manter os criminosos presos.
O que fazer?
Ninguém sabe; ninguém tem a resposta e por não tê-la dar-se vazão as diferentes propostas tais como: prisão perpetua e pena de morte.
Quem vai repor a perda de um médico que servia à sociedade?
Quem vai preencher a lacuna na família do médico Jaime Gold, que está condenada à dor perpetua e sem a perspectiva de que se fará justiça?
Passada a indignação, a fila das vítimas dessa violência urbana anunciada seguirá crescendo. Ontem foi o médico Jaime Gold e amanhã quem será?
Por uma bicicleta mata-se nas pedaladas durante exercício na pista da Lagoa Rodrigo de Freitas ou na Praça Multieventos, em Maceió, onde um médico também foi morto por tentar impedir que lhe levassem a bicicleta.
Chega-se à triste conclusão de que andar de bicicleta é um perigo; quando o ciclista não morre atropelado por um carro cujo motorista não gosta de ciclista, morre-se pela mira de um bandido que cobiça a bicicleta.
E tudo isto, sem a mínima visualização da luz mais tênue no final do túnel.