Monthly Archives: dezembro 2014

E o Brasil se salvou do caos. Feliz 2015 para todos!
   31 de dezembro de 2014   │     16:43  │  19

Brasília – Salvo do Aécio Neves, o Brasil reescreve a sua história política com o mandato presidencial mais longevo encabeçado por um partido. Nunca, na história do país, uma mesma agremiação política ficou mais de 10 anos no poder – e o PT está há 12 anos e deve chegar aos 18 anos.

Diz-se deve porque o Aécio ainda busca o terceiro turno eleitoral, sem dúvida que por saber que o candidato a presidente pelo PSDB em 2018 é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A composição do governo deixa a trama golpista do terceiro turno mais distante, mas isto não manda guardar as armas que defendem a democracia e nos livra do mal que ainda nos ameaça.

Sabe-se agora que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão salvos do perigo, e que o país continuará caminhando na direção certa – direção esta que nos permitiu a estabilidade política e econômica nunca antes conhecida. Há reparos a serem feitos, é verdade, e se a dosagem das medidas de ajustes parece cavalar, isto se deve à cultura de se preservar o ano eleitoral.

O mercado reagiu bem à escolha do banqueiro Joaquim Levi para o Ministério da Fazenda e, de fato, ninguém poderia fazer melhor; se o adversário tivesse se elegido, não seria diferente. O novo ano aponta para dificuldades, mas nada que não possa ser sanado; e o melhor é que, diferentemente do que o adversário pregava, será superada sem traumas – e isto é fundamental.

Salvo o país da ameaça da privatização geral e irrestrita, com ênfase para o sucateamento da máquina pública, o que ficou foi a esperança renovada – o que é fundamental para se vencer as adversidades. O Norte, o Nordeste, o Rio de Janeiro e Minas Gerais salvaram o país da desgraça iminente. Agora, é ensarilhar as armas da discórdia e da desavença e preparar o futuro.

Que todos tenhamos um Ano Novo de paz. Feliz Ano Novo para todos!

Senado devolve dinheiro, pela primeira vez em 190 anos de existência
   29 de dezembro de 2014   │     13:31  │  5

 

 Brasília – Nos quase 200 anos de existência, o Senado Federal pela primeira vez devolveu dinheiro ao tesouro nacional.

A instituição parlamentar mais antiga da República brasileira surpreendeu na gestão do presidente Renan Calheiros, e surpreendeu a própria presidente Dilma.

O valor economizado no biênio 2013/14 superou a estimativa inicial, que tinha sido fixada pelo senador Renan em 300 milhões de reais, e superou os 500 milhões de reais.

Em 2013 a economia foi de 288 milhões e 500 mil reais e, em 2014, a economia atingiu 242 milhões e 500 mil reais, o que totalizou 530 milhões de reais.

Surpreendida com a informação de que o Senado iria devolver dinheiro, quando o comum era a suplementação orçamentária, a presidente Dilma pediu à ministra do Planejamento, Mirian Belchior, que se informasse diretamente com o senador Renan sobre o fato inédito na história do Senado.

– Senador, estou ligando por recomendação da presidente Dilma para que o Senado indique as rubricas economizadas e os valores exatos, pois vamos editar uma Medida Provisória para utilizar os recursos – informou a ministra do Planejamento.

Renan sugeriu que o dinheiro economizado no Senado e devolvido à União seja empregado no financiamento dos programas sociais.

Para chegar a essa economia histórica de gastos, o senador Renan Calheiros adotou medidas de austeridade que incomodaram – afinal, a prática perdulária baseava-se no princípio absurdo de que dinheiro público é para se gastar à vontade.

Vamos a alguns exemplos:

Em 2012 o Senado gastou com papel 42 milhões e 376 mil reais; em 2012, primeiro ano do mandato de Renan na presidência, o gasto caiu para 32 milhões e 205 mil reais e em 2014 foi de 21 milhões e 667 mil reais.

Energia elétrica. Em 2012 o Senado gastou 229 milhões e 550 mil reais com energia elétrica, em 2013 caiu para 218 milhões e 920 mil reais e, em 2014, o consumo foi de 200 milhões e 160 mil reais.

Com a água o consumo foi ainda mais significativo. Em 2012 o Senado gastou 292 milhões e 70 mil reais e, em 2014, o gastou caiu para 160 milhões e 200 mil reais.

Mas, foi o gasto com horas extras dos servidores o que mais se destacou no biênio presidido pelo senador Renan. Em 2010, o Senado gastou 63 milhões e 726 mil reais com o pagamento de horas extras e, em 2013, o gasto caiu para 9 milhões e 286 mil reais.

Em 2014, a economia com o pagamento de horas extras no Senado foi ainda mais significativa, pois somou 4 milhões e 908 mil reais.

Com o pagamento de diárias e passagens a economia foi ainda mais significativa. Em 2010, o Senado gastou 16 milhões e 225 mil com o pagamento de diárias e passagens, em 2013 caiu para  5 milhões e 28 mil reais, e em 2014 foram apenas 2 milhões e 839 mil reais.

Outro destaque foi a execução orçamentária, que em 2014 alcançou o recorde histórico de redução nos últimos cinco anos. Isto, concomitantemente com o ato de ter sido 2014 o ano em que o Senado mais investiu.

A prestação de contas apresentada pelo senador Renan Calheiros, e que é intitulada “Contas Abertas”, o que chamou a atenção foi a alusão que ele fez aos relatórios do escritor Graciliano Ramos, quando foi prefeito de Palmeira dos Índios.

Foram esses relatórios endereçados ao governador Álvaro Paes, que levaram Graciliano Ramos a ser descoberto como escritor.

– Novamente sigo o exemplo desta prestação de contas e amparo-me – também no estilo, em primeira pessoa, embora me incomode bastante – no conterrâneo, Graciliano Ramos, que foi prefeito da cidade de Palmeira dos Índios entre 1928 e 1930. Quando falo em Graciliano, obrigo-me a uma concisão e impaciência com a imperfeição que me é muito difícil. Naquele cargo, Graciliano Ramos produziu, com inventividade rara, seus célebres relatórios administrativos que detalhavam ao governador de Alagoas, Álvaro Paes, em minúcias, tudo o que era feito com o dinheiro público em sua cidade. Na conclusão do primeiro relatório, e a ele, mais uma vez, me somo, o autor de Vidas Secas sintetiza sua enorme vontade de acertar: Procurei sempre os caminhos mais curtos. Nas estradas que se abriram só há curvas onde as retas foram inteiramente impossíveis – escreveu o senador Renan.

 

A quem interessa destruir a Petrobras
   22 de dezembro de 2014   │     22:59  │  34

Brasília – Quando estourou o escândalo na Sudene, no governo Fernando Henrique Cardoso, a providência adotada foi a extinção do órgão criado pelo economista Celso Furtado.

No lugar de apurar o escândalo e punir os responsáveis, o FHC optou por acabar com o órgão; isto faz lembrar a piada do marido traído que, ao flagrar a esposa com o amante no sofá da sala, ele decidiu vender o sofá.

No caso da Petrobras, e sabendo que as irregularidades na empresa são antigas, eu fico a conjecturar se a tentativa do FHC de mudar o nome da empresa já não era a providência para desviar o foco e se prevenir para quando a bomba estourasse.

Sim, porque as irregularidades na Petrobras não são de agora nem começaram no governo do PT. São antigas.

E ainda que as irregularidades estarreçam a todos, não repercute bem o fato de o porta voz da contestação ser o senador Aécio Neves, que os eleitores do Norte, Nordeste e de Minas Gerais reprovaram nas urnas salvando o país do mal maior.

É de se imaginar se, no centro de todas essas denúncias, não está a tentativa renitente do terceiro turno da eleição. Isto porque não se sabe se há sinceridade no que se está denunciando.

Afinal, a quem interessa enfraquecer a Petrobras?   

 

 

 

Sururu é o patrimônio que não existe mais
   20 de dezembro de 2014   │     22:14  │  2

O ex-reitor da Ufal, Nabuco Lopes, escreveu um livro mostrando a importância do sururu como fonte de proteína. Ele era médico do 20º Batalhão de Caçadores (hoje 59 BIMtz) e explicou a resistência física dos conscritos pelo consumo do molusco – que era abundante em Maceió.

Era, mas não é mais. O sururu virou “patrimônio alagoano”, mas na realidade o molusco que se consome na capital alagoana vem de Sergipe.

Alagoas não é mais a terra do sururu. E o que aconteceu com esse molusco que se ofertava em forma de “capote” e sem casca; no coco ou em fritadas?

Sumiu! Escafedeu-se! Desapareceu! Sucumbiu!

Destruído pela poluição na Lagoa Mundaú, que é a maior fossa a céu aberto de Alagoas, o sururu ainda reagiu teimosamente por algum tempo, mas isto se deveu à providência que o então governador Fernando Collor adotou quando trouxe do Rio de Janeiro a draga Ster para reabrir o canal por onde a água do mar penetra na lagoa.

O tempo passou e como o trabalho de desassoreamento da lagoa não teve continuidade, a entrada da água do mar não se dá mais no volume necessário ao desenvolvimento do molusco – que, não encontrando salinidade suficiente para se desenvolver, sucumbiu.

Ficaram as lembranças.

As lembranças que estão na arte e no talento do professor e sociólogo Edson Bezerra, com a sua obra prima intitulada de “Sururu Fresco”, e na música imortalizada da “Nega Juju” com o “Sururu da Nega”.

O sururu que se consome hoje em Maceió em nada se compara ao sururu que se produzia em abundância na Lagoa Mundaú – que, em 1969, foi apontada pelo Instituto do Mar, da Marinha, como o hectare mais produtivo do país; naquele ano, a lagoa produziu 12 toneladas de proteínas (sururu), que foi equivalente a 24 vezes a produção de proteína animal (bovina) do Rio Grande do Sul.

Hoje, o sururu é o patrimônio que não existe mais. E é bom que se saiba que o sururu que se consome em Maceió em nada se compara ao verdadeiro sururu fresco ou de capote.

Lamentavelmente.

Oposição perde o discurso com o novo ministério
   18 de dezembro de 2014   │     18:51  │  6

Brasília – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é o candidato do PSDB à presidência da República em 2018, e este é o motivo pelo qual o senador Aécio Neves não tem comparecido às manifestações organizadas pela oposição na capital paulista.

Aécio já captou a mensagem do PSDB paulista, mas ainda não decidiu o que vai fazer; ainda não decidiu se deixa o partido para também disputar a presidência da República em 2018 ou se tentará a reeleição para o Senado.

O Norte, o Nordeste e Minas Gerais salvaram o Brasil de ter o Aécio – isola três vezes! -,na presidência da República, mas ele parece insistir em disputar a presidência da República. Sem dúvida que a próxima legislatura será rica em debates, especialmente no Senado.

Alheia ao que os adversários tramam, a presidente Dilma está formando o novo governo como quem joga xadrez – ou seja: acompanhando os movimentos do adversário para dar o xeque-mate.

A escolha dos novos ministros, além de exigir competência para não errar o alvo, tem obrigado a presidente a se confrontar com a ala radical do PT e os movimentos populares. A senadora Kátia Abreu, que a presidente convidou para ser ministra da Agricultura, é considerada como a jogada mais hábil de Dilma nesse segundo mandato.

A segunda jogada de maestrina foi a escolha do banqueiro Joaquim Levy, um judeu descendente dos Levitas, que tem o poder de agradar o mercado interno e acalmar o mercado externo como melhor não se poderia fazer.

As duas jogadas de maestrina que a presidente protagonizou está deixando a oposição atônita, pois teme perder o discurso.