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Estranho! PF descobre que o “amigo” que recebeu propina é o Lula, mas não sabe quem é o “careca” e o “santo” na propina para o PSDB
   24 de outubro de 2016   │     22:13  │  44

Brasília –  Dois fatos intrigam e comprometem:

O primeiro fato é: a Polícia Federal ainda não descobriu quem é o “careca” e o ”santo” que constam na relação de propinas pagas pela empreiteira Odebrecht ao governo do PSDB em São Paulo.

A propina foi paga pelas obras de duplicação da Rodovia Dutra e para a expansão da linha do metrô, mas a Polícia Federal não sabe quem é o “careca” e o “santo” do PSDB que receberam a propina.

Não sabe e nem se tem notícia de que esteja procurando descobrir.

Mas, em compensação, mais depressa do que imediatamente, já descobriu que o “amigo” relacionado como suspeito de receber propinas da mesma empreiteira é o ex-presidente Lula.

E baseada nessa convicção sem as provas pediu o indiciamento do ex-ministro Antônio Palocci, cuja prisão foi antecipada pelo “vidente” ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que é o chefe da Polícia Federal e por dever de ofício é previamente informado de todas as operações da PF.

O segundo fato é: o “vidente” ministro da Justiça elogiou a ação da Polícia Federal no Senado para apreender os detectores de grampos telefônicos, que o presidente Renan Calheiros já autorizou que fossem emprestados a própria Polícia Federal, ou seja, a Polícia Federal já sabia da existência dos detectores.

É estranho que isso tenha ocorrido no momento em que se cogita a indicação do senador Renan para o Ministério da Justiça. Renan já foi ministro da Justiça e deixou uma legião de admiradores dentro do ministério.

Num momento de gravíssima crise que o País atravessa, e não é só a crise advinda da retração da atividade econômica, mas também política e moral, esses detalhes que ilustram os dois fatos mencionados comprometem a credibilidade das ações policiais, ainda que autorizadas pela justiça.

O mais grave é a seletividade das investigações. O “careca” e o “santo” beneficiários das propinas pagas ao PSDB permanecem desconhecidos e contra eles não há sequer convicção.

Mas, o “amigo” na propina que teria sido paga ao ex-ministro Palocci já se descobriu fácil e rápido se tratar do ex-presidente Lula. Simples assim, mesmo sem as provas cabais.

Não tem as provas cabais, mas tem a convicção, a mesma convicção que faltou para se tentar descobrir quem é o “careca” e o “santo” na lista de propinas paga ao PSDB.

É interessante observar que tanto na denuncia vazia contra o Lula, como no caso da incapacidade da Polícia Federal de descobrir quem é o “careca” e o “santo” que receberam propinas para o PSDB, e mais o elogio do vidente ministro da Justiça à ação da Polícia Federal no Senado, tem as digitais do PSDB.

Ou seja: é preciso impedir a qualquer custo que o Lula se candidate à Presidência da República em 2018, assim como, para o PSDB, é fundamental manter o Ministério da Justiça para controlar a Polícia Federal e evitar que se descubra quem é o “careca” e o “santo”, que operaram as propinas pagas ao PSDB.

Entenderam a malandragem?

Por que o Cunha ligou para o Planalto se o problema dele quem resolve é um advogado?
   23 de outubro de 2016   │     13:44  │  44

Brasília – Contam que a Polícia Federal esteve na residência do ex-deputado Eduardo Cunha, no Rio de Janeiro, e lá a filha dele informou que ele não se encontrava.

Depois, Cunha ligou para o ministro Gedel Vieira Lima e comunicou que seria preso.

A prisão de Cunha antecipou o retorno do presidente Temer e da comitiva que estavam no Japão. A visita ao Japão seria concluída com a recepção do governo japonês ao maior País japonês, depois do Japão, claro.

Mas, não deu para o governo brasileiro comparecer.

Cunha é o comandante do impeachment e Temer uma espécie de confidente, porque quando Cunha negociou com o ministro Jackson Wagner o apoio do PT no Conselho de Ética, em troca do engavetamento do pedido de impeachment, contou a conversa para o Temer.

Mas, o acordo vazou e os três deputados do PT no Conselho de Ética votaram favoráveis à cassação de Cunha.

Sem a imunidade parlamentar, Cunha vagava como se fosse uma bomba ambulante. Mas ele teve tempo suficiente para agir, pois perdeu a imunidade há mais de mês.

Tempo suficiente tanta para eliminar provas contra ele, como para amealhar as provas contra aqueles que o abandonaram. E que estarão na sua delação premiada, caso venha a fazê-la.

A complicadíssima situação que ora a República enfrenta envolve a política nacional com crime patrimonial. Mas, que não se venha afirmar que isso é recente porque não é; o doleiro Alberto Yusseff é um velho conhecido nas esferas federais desde o governo Fernando Henrique Cardoso, quando já operava nos subterrâneos republicanos.

Dizem que Cunha ligou para o ministro Gedel Vieira Lima e disse:

Gedel, estou sendo preso. Minha filha ligou para mim dizendo que a Polícia Federal esteve em minha residência ( no Rio de janeiro )…

Agora, a pergunta que não quer calar ainda que sem resposta até agora:

O que o governo tem a ver com a prisão do Cunha. O correto e aceitável seria ele ligar para o advogado. Ou não?

Os exageros no Estado policial ameaçam a República
   22 de outubro de 2016   │     23:15  │  16

Brasília – A ação da Polícia Federal no Senado, ainda que autorizada pela justiça, abre o gravíssimo precedente que leva ao rompimento da independência dos poderes republicanos.

Nem mesmo os governos militares, com todos os poderes de exceção jurídica de que dispunha, ousaram invadir o Senado. Quando queria intervir no Congresso Nacional, os generais mandavam desligar a energia do prédio.

Não importa os argumentos nem a justificativa para a ação, porque não cabe justificação nem explicação quando se coloca em risco a independência dos poderes.

Quer dizer então que, agora, até o Supremo Tribunal Federal pode ser alvo de uma busca policial autorizada pela justiça? É isso?

É porque a ação no Senado dá margem aos atentados à inviolabilidade e à própria independência dos poderes.

O interessante é que a ação policial descabida no Senado fez aumentar o número daqueles que defendem a urgência da reforma do judiciário, com a consequente limitação constitucional às ações policiais.

A proposta da reforma é ampla com o fim da aposentadoria compulsória para juiz condenado seja por improbidade ou crime comum. Vale salientar que essa reforma do judiciário foi proposta pelo atual ministro da Defesa, Raul Julgmman, que é deputado federal pelo PPS de Pernambuco.

O que o presidente do Senado, Renan Calheiros, fez foi colocar a proposta em votação. A ação policial no Senado está sendo vista como retaliação policial ou tentativa de intimidação.

O quadro se complicou com a declaração do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, defendendo a ação policial. Alexandre, o “vidente” que antecipou a prisão do ex-ministro Antônio Palocci, parece agir por vingança por estar perto de perder o ministério.

E perder o Ministério da Justiça para o senador Renan Calheiros, que está sendo está sendo comentado para assumir o Ministério da Justiça. Aliás, Renan já foi ministro da Justiça e tem uma legião de admiradores no ministério.

Teria Alexandre agido por vingança?

O governo Temer está no centro de um furacão, que começa a fumegar. Com vários projetos importantes para serem aprovados pelo Congresso Nacional, o governo Temer parece se distanciar da base – que já está com um pé na frente e outro atrás em relação ao governo.

A ação policial no Senado só fez aumentar o alerta e despertar essa base. Todos se sentem ameaçados.

 

 

 

Preocupação agora é com a delação premiada de Cunha
     │     19:39  │  10

Brasília – Depois da prisão do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a preocupação agora é sobre a delação premiada que ele venha a fazer.

Já está em curso, inclusive, o movimento para convencer o juiz Sergio Moro a não aceitar a delação de Cunha.

A alegação é de que a delação coloca em risco a estabilidade política do País, com graves reflexos interno e externo, ou seja, a repercussão internacional inviabilizaria o governo.

Mas, que é que vai falar com o Moro para pedir-lhe que não aceite a delação premiada de Cunha?

O interlocutor mais comentado para conversar com o juiz é o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, mas o governo se esforça para demonstrar neutralidade nas ações da Operação Lava Jato e a ideia não foi aprovada.

Não foi aprovada, mas não está descartada.

O clima permanece tenso. Cunha se sente “traído” pelo governo que ele ajudou a colocar no poder e não faz segredo das suas queixas.

Cunha foi avisado de que seria preso e se preparou para receber os agentes da Polícia Federal, que chegaram disfarçados ao apartamento que ele ocupa e que pertence à Câmara Federal.

Mas, ele não se conforma com a prisão e critica o juiz Sérgio Moro por ter agido à revelia do Supremo Tribunal Federal que já havia negado antes o pedido de prisão contra o ex-deputado.

O clima permanece tenso devido ao impasse, ou seja, como evitar a delação premiada de Cunha? Alguém sabe?

Cunha foi preso com as provas do crime e o Lula será preso sem as provas?
   19 de outubro de 2016   │     13:15  │  94

Brasília – Não dava mesmo para protelar a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha, diante das provas robustas dos crimes praticados por eles.

Mas, a prisão do Cunha causou alvoroço no governo Temer. O presidente, que está no Japão e só retornaria ao Brasil nesta quinta-feira 20, antecipou o retorno.

Cabe ressaltar que a prisão de Cunha está relacionada às falcatruas descobertas em obras brasileiras na África, ou seja, trata-se de um dos três processos abertos contra ele.

Nos outros processos constam até dinheiro da corrupção depositado numa conta bancária aberta em nome de Jesus, pois o Cunha é pastor e tem várias igrejas evangélicas.

A repercussão da prisão do ex-presidente da Câmara e o “general” que comandou o impeachment da presidente Dilma não surpreendeu. A surpresa era exatamente a demora da prisão diante das provas irrefutáveis contra ele.

Mas, além de ter surpreendido o governo Temer em plena viagem que fez à Índia e ao Japão, a prisão de Cunha está agitando a Capital Federal por dois motivos:

1)A possível delação premiada de Cunha atinge mortalmente o governo Temer.

2)A prisão do Cunha pode abrir o caminho para a prisão do Lula e da mulher dele, embora contra eles não haja provas dos crimes dos quais são acusados, mas apenas a convicção do investigador.

De qualquer forma, a prisão do “general” do impeachment pode ser a preparação para a compensação – e a compensação é a prisão do Lula.

Nada mais surpreende.