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Feliz ano novo, mas não esqueçam o ano velho
   29 de novembro de 2015   │     23:20  │  22

Brasília – O ano está terminando deixando para 2016 a definição de pendências que abalam a República desde 2014, quando se iniciou a Operação Lava Jato.

O ano de 2015 está sendo atravessado com sobressaltos e o mais serio deles foi a prisão do senador Delcídio do Amaral, que é o líder do governo.

Isso sem contar com a crise na Câmara Federal, causada pelas denuncias contra o presidente Eduardo Cunha, que terá de negociar a renuncia para se livrar da cassação.

Será um ano complicado e, ainda mais, 2016 tem eleição municipal.

A República está em xeque.

Quanto mais se puxa o fio do novelo, mais se revela quadros-negros. Até quando será possível conviver com essa situação, não dá para prevê. Mas chegará o momento em que a Nação dará um chega.

Um chega para os golpistas que torcem pelo quanto pior, melhor; e um chega para os que se aproveitam do momento para aferir vantagens – e, entre esses, estão os que atacam a Petrobras pra fragiliza-la e vende-la barato.

A prova maior de que é tudo fruto do grande e antiquíssimo conluio entre o político e o empresário, é que o banqueiro preso é amigo do Delcídio e amigo e padrinho de casamento do senador Aécio Neves.

Ou seja: as irregularidades que se pratica na República há tanto tempo são resultados de uma República que ainda não foi efetiva e filosoficamente proclama.

Brasília – A perplexidade e a indignação são inerentes à raça humana, mas a história da República brasileira é também a história da perplexidade e da indignação.

Ou seja: a história da República brasileira é a história da mentira oficial.

Primeiro não foi proclamada no dia 15 – é mentira; foi proclamada no dia 16, à tarde. Segundo, as cores verde e amarela da bandeira republicana homenageiam a Monarquia.

Perplexo e indignado, o que resta da República se apegou agora à frase da ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia, que resume todo o histórico da República da mentira.

Não é nada novo, não tem novidade nenhuma o que se ler, se ouve e se ver. Ainda que estarreça e indigne a diferença para o que se fez desde 1889 até hoje é que, hoje, a sociedade está tomando conhecimento praticamente em ato continuo às desfaçatezes que se pratica.

Antes, ficava tudo camuflado ou restrito.

Será que isso se deve à modernidade que nos trouxe a Internet e a tecnologia que permite camuflar aparelhos que gravam e filmam as conversas?

O mais grave de tudo é que essas desfaçatezes chegam ao conhecimento público na velocidade Cibernética, sem que o País tenha o ponto de apoio onde possa se apegar e depositar a sua esperança.

Vai-se entregar o País a quem? Ao Aécio Neves, ao José Serra, ao Michel Temer, ao Jair Bolsonaro, ao Geraldo Alckmin, à Marina Silva ou ao Levy Fidelix? …

O senador do PT e líder do governo Delcídio do Amaral é pilhado sugerindo uma rota de fuga com a concordância e o estimulo de um advogado que confessa já ter tirado muita gente – muita gente culpada, obviamente – por aquela rota.

Espere! E esse é o papel de um advogado ou de um cumplice de criminoso?

A parte o crime que o senador Delcídio possa ter cometido, tem ainda a posição do PT se omitindo – pior: se acovardando -, no posicionamento que se supunha fosse o partido de tantas lutas e embates capaz de assumir, até para honrar a sua história.

E o que se viu foi o presidente do PT fazer aquela declaração que se traduz em covardia. Simplesmente, covardia.

Bom, agora só fala mesmo processar o Tiririca porque ele disse que pior do que tá não fica. E ficou.

Socorro! A República brasileira está em perigo
   26 de novembro de 2015   │     20:41  │  19

Brasília – A verdadeira história da República brasileira estabeleceu a dicotomia: não é para ser lembrada, mas é preciso lembrá-la para entendê-la.

Vamos lá: só a nossa geração experimentou viver mais de 15 anos contínuos de normalidade política.

Desde a eleição do presidente Collor, em 1889, até a reeleição da presidente Dilma, vive-se o período mais longo de estabilidade. Até parece que surgiu finalmente a verdadeira República.

Mas, eis que veio a crise e contaminou os Poderes Republicanos. Já aconteceram atritos entre o Executivo e o Judiciário, mas entre o Judiciário e o Legislativo sempre houve equilíbrio.

Na República Velha o marechal Floriano Peixoto nomeou o médico Barata Ribeiro para ministro do Supremo Tribunal Federal e, embora conhecido como “marechal de ferro”, só suportou a pressão por 1 ano e demitiu Barata Ribeiro.

Hoje, na peleja do Legislativo com o Judiciário, o pivô possui laços com o governo e com o principal partido de oposição, o PSDB. O senador Delcídio Amaral desembarcou na Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso e por lá se fez.

Delcidio, como se diz, agora caiu na esparrela. Para piorar, ele foi abandonado pelo PT e não pode contar com a solidariedade explicita do seu ninho originário – que é o PSDB.

Ninguém pode prevê no que vai dar a Operação Lava Jato, mas é certo que causará – e já está causando – fortes estragos que podem se disseminar e atingir os Poderes republicanos.

Até agora, Delcídio só contou com a solidariedade do presidente do Senado, Renan Calheiros, que não se conteve com o absurdo da nota do PT e disparou:

É uma atitude oportunista e covarde.

E de fato, em relação ao senador Delcídio, o PT agiu pior que Pilatos – que lavou as mãos; e o PT virou as costas.

Onde se vai chegar não dá para prevê porque depende da capacidade que o País tem para sangrar

O Supremo nomeado pelo PT, o banqueiro tucano e o senador do PTSDB
     │     15:06  │  12

Brasília – Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, apenas 3 não foram nomeados pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma.

Dilma e Lula nomearam 8 ministros. A exceção são: Celso de Melo, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.

A esmagadora maioria do STF foi nomeada pelos governos do PT. Se hoje a sociedade está tomando conhecimento desses escândalos, isso se deve à independência atual do Supremo, e se engana quem imagina que as irregularidades tenham surgido somente agora.

Basta entender que o senador Delcídio Amaral, hoje no PT, é o ex-chefe do Nestor Serveró, na Petrobras, e foi nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Desejando disputar o governo do Mato Grosso do Sul e sendo amigo do governador Zeca do PT, o hoje senador Delcídio Amaral se filiou ao PT, mas sem perder a origem tucana.

Com influência no governo petista, conseguiu nomear Nestor Serveró para o seu lugar na Diretoria-Internacional da Petrobras.

O malogro na disputa pelo governo do Mato Grosso do Sul não o fez menos influente, até porque a passagem pelo ninho tucano desde o governo FHC deu-lhe trânsito livre no PSDB.

Tanto é assim, que Delcídio foi preso junto com o banqueiro André Esteves, que é compadre e amigo íntimo do senador Aécio Neves.

O erro de Delcídio e Esteves foi se acertar com o advogado Edson Ribeiro, que recebeu R$ 4 milhões para demover Serveró da ideia de fazer delação premiada e falhou.

Edson é hoje foragido da justiça, enquanto Delcídio, Esteves e Serveró estão presos.

E tudo isso está acontecendo com a esmagadora maioria do Supremo Tribunal Federal nomeado pelos governos do PT.

O ministro Dias Toffoli, por exemplo, antes de chegar ao Supremo era advogado do PT.

Afinal, foi preciso os governos do PT para colocar a justiça brasileira em ordem ou essa ordem jurídica seria consequência natural dos novos tempos?

Se é consequência natural dos novos tempos, então esses novos tempos começaram exatamente nos governos do PT. É ou não é?

Ex-PSDB, Delcídio do Amaral opera com a Petrobras desde 1998
   25 de novembro de 2015   │     10:44  │  50

Brasília – Originário do PSDB, o senador Delcídio do Amaral se iniciou na vida pública no governo Itamar Franco, passou pelo governo Fernando Henrique Cardoso, mas desembarcou da nau tucana e ingressou no PT quando o Lula se elegeu presidente.

Tornou-se líder do governo Dilma, no Senado. E entrou para a história por ser o primeiro senador preso no exercício do mandato e de uma liderança.

E por que ele foi preso?

São pelos menos três acusações consideradas gravíssimas:

1) Tramou a fuga do ex-diretor Internacional da Petrobras, Nestor Serveró, para a Espanha. Em tempo: Cerveró tem dupla nacionalidade.

2) Ofereceu R$ 4 milhões para o advogado Edson Ribeiro convencer Serveró a não citá-lo na delação premiada, e mais R$ 50 mil mensais à família de Serveró.

3) Envolveu os ministros do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, numa improvável negociação para livrar Cerceró da condenação.

Tudo isso está documentado e foi entregue ao ministro Teori Zavaski, que, obviamente, não gostou de ver o seu nome envolvido na trama. O ministro é o relator da Operação Lava Jato no Supremo e antes de decidir mandar prender Delcídio mostrou aos demais ministros do STF que a prisão seria o único ato capaz de desmentir as promessas que Delcídio fez envolvendo o seu nome e do própria STF.

E assim foi feito.

Resta saber agora com quem Delcídio do Amaral aprendeu a operar com a Petrobras para obter vantagens financeiras, se na época em que pertencia ao PSDB e foi diretor da estatal, ou se depois que deixou o PSDB e se filiou ao PT.