Monthly Archives: fevereiro 2015

A culpa não é do tubarão
   10 de fevereiro de 2015   │     18:49  │  6

por Aprigio Vilanova*

A praia de Ponta Verde atraiu a atenção, na tarde de ontem (09/02), não pelas suas belezas naturais, mas pelo aparecimento de um tubarão cabeça-chata. O animal foi encontrado morto preso aos ‘currais’ fixados no mar de Ponta Verde.

O tubarão media cerca de dois metros de comprimento, mas animais desta espécie podem passar dos três metros. Esta é a mesma espécie que aterroriza os banhistas nas praias do Recife. O animal é conhecido pelo alto poder destrutivo dos seus ataques.

A questão é que não parece ser um caso isolado e nós humanos somos os únicos responsáveis. Para explicar a alta incidência dos ataques de tubarões nas praias de Recife especialistas apontam a construção do porto de Suape.

A procura por água doce pode ser uma das respostas, a espécie se adapta facilmente a água doce. Eles também são atraídos pelos restos de comida jogados ao mar e seguem as embarcações. As principais vítimas são os surfistas.

Será um caso isolado ou daqui a pouco teremos registros de ataques também nos mares de Alagoas?

O que não pode é colocar a culpa nos tubarões.

* graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto – MG

Livrai-nos do “Malamém”…
   9 de fevereiro de 2015   │     18:13  │  0

Brasília – Quando, em 1997, estourou o roubo na Sudene o presidente Fernando Henrique Cardoso adotou a seguinte providência:

1) Mandou a polícia prender todos os envolvidos.

2) Determinou que a Polícia Federal investigasse o roubo.

3) Pediu para o Ministério Público denunciar todos os envolvidos.

4) Fechou a Sudene e eliminou as provas do roubo.

Parabéns! Acertou quem assinalou a alternativa 4, pois foi isso mesmo o que o Fernando Henrique Cardoso mandou fazer: fechar a Sudene e sumir com as provas do roubo, de modo que a denúncia caiu no vazio.

Sudene? Que Sudene?

– Dedo mindinho, seu vizinho, maior de todos, fura bolo e cata piolho! Cadê a Sudene que estava aqui na rodovia que vai para Aldeias, em Pernambuco?

O rato comeu.

Rato filho de uma égua! Comeu a Sudene todinha?!

Pois é, comeu. E comeu com uma voracidade tão grande que não ficou um papel sequer para comprovar o roubo! Pense!

A Sudene, a Vale do Rio Doce e a Telebrás não tiveram a mesma sorte do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que escaparam por pouco, é verdade, mas escaparam.

Foi um período negro. Venderam tudo e, se não bastasse terem vendido de graça, ainda mandaram o BNDES emprestar o dinheiro para o comprador “pagar” a compra.

Pense na sacanagem!

– Quem quer comprar a Vale do Rio Doce e a Telebras?!

Eu! Quanto é?

– É tanto.

Ah, não tenho dinheiro não…

– Não tem problema. A gente lhe empresta e você só vai pagar quando o sargento Garcia prender o Zorro. Topa?

Ah, sendo assim, até injeção na testa a gente toma…

E assim foi feito. Mas nada é mais grave do que o cinismo nacional; ao vê-los de volta falando sobre corrupção na Petrobras eu fico a pensar se não poderiam acrescentar na bandeira nacional “Ordem, Progresso e Cinismo”.

Tudo isto me faz lembrar o personagem que dizia nada temer, exceto o “Malamém”. E quando lhe perguntaram quem era esse tal de “Malamém” ele respondeu que não sabia; tudo o que sabia era que a mãe dele, quando rezava o Pai Nosso antes de dormir, dizia sempre: livrai-nos do “Malamém”.

Agora eu sei quem é o “Malamém”.

O Brasil e o DNA golpista do nosso fantasma
   8 de fevereiro de 2015   │     14:49  │  15

por Aprigio Vilanova*

Mesmo com todos os problemas enfrentados na vida política nacional, não há duvidas que estamos, cada vez mais, com o sistema democrático mais fortalecido.

Desde o fim da ditadura militar passaram pelo Palácio do Planalto cinco presidentes eleitos em sete processos eleitorais, é o mais longo período democrático vivido no país.

Sabemos que a democracia no Brasil é sempre interrompida por setores conservadores com um forte viés entreguista. Foi assim na tentativa de derrubar Getúlio Vargas com um golpe civil-militar orquestrado por estes mesmos setores.

A articulação não contava com a atidude suicida de Getúlio o que adiou o golpe para 1964. O discurso é sempre o mesmo, o perigo dos comunistas, a cubanização do país, o fantasma bolivarianista e por aí vai.

Mas o que fica escancarado é o desespero de setores golpistas da sociedade brasileira pela quarta eleição consecutiva do Partido dos Trabalhadores. O desespero aumenta ainda mais pois as possibilidades da quinta eleição é muito grande.

A tentativa desesperada de derrubar a presidente Dilma não encontra eco na maioria da população brasileira. Mesmo com todo massacre que a presidente sofre diariamente nos grandes veículos de comunicação e também nas redes sociais.

O fato é que as denuncias não chegam em Dilma e o desespero tresloucado em derrubar a presidente reflete o DNA golpista de vários setores da nossa população.

* é graduando pela Universidade federal de Ouro Preto – MG

Tudo começou com Fernando Henrique Cardoso, em 1997
   6 de fevereiro de 2015   │     14:30  │  43

Brasília – Tal qual o marido traído, que flagrou a mulher com o amante no sofá e adotou a providência “drástica” de vender o sofá, quando estouro o escândalo de desvio de dinheiro na Sudene o então presidente Fernando Henrique Cardoso também tomou a providência drástica – que foi acabar com a Sudene.

Esperava-se que mandasse apurar e punisse os responsáveis, pois esta seria a providência de um governante sério. Mas, não foi isso o que aconteceu.

E para os que pensam que as irregularidades na Petrobras começaram agora, o aviso: começaram em 1997. E quem governava o país em 1997? Quem? Quem?

Fernando Henrique Cardoso.

Agora, e só agora, é que se entende a providência ao termino do mandato presidencial de mudar o nome da Petrobras para Petrobrax. Era a mesma solução adotada para esconder o roubo na Sudene.

Nesse particular devemos admitir que o governo tucano é esperto e que o Lula, se soubesse, não teria revogado a criação da Petrobrax. Fica a lição para os neófitos que não sabem como meter a mão no dinheiro público e depois apagar o rastro.

Não existe roubo maior e roubo menor, pois roubo é roubo. Crime é crime. Agora, obviamente, há o criminoso mais esperto, assim como há o ladrão mais hábil. O punguista, por exemplo, é um artista com talento nato, ou seja, já nasce com a habilidade.

O Alberto Yusseff, antes de operar com o PT, operava com o PSDB no governo FHC. A diferença é que, no governo FHC, ele tinha cobertura e a segurança de que não seria preso, como de fato não foi.

Ou seja: não há mal feito hoje que não se tenha mal feito ontem.

 

 

A cigana enganou o Aécio Neves de novo…
   5 de fevereiro de 2015   │     17:56  │  0

Brasília – Quem viu a reação do Aécio Neves no episódio da formação da mesa do Senado pode estar pensando que se tratou de uma reação sincera.

Ledo engano.

Para entender o bate-boca com o senador Renan Calheiros, vamos por partes. Primeiro, sobre a eleição à presidência do Senado.

Dois dias antes da eleição, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) procurou o senador Renan Calheiros para dizer que também era candidato a presidente, com ou sem o apoio do partido.

Luiz Henrique já havia ensaiado a candidatura a presidente, na eleição em 2012, e retirou a candidatura. Desta vez, afirmou que não retiraria e que seria candidato para valer.

Depois de alegar que estava com 75 anos de idade e a sua chance era esta, Luiz Henrique esperava ouvir de Renan o apelo para não se candidatar com o compromisso de que seria ele ( Luiz Henrique ) o próximo candidato.

Mas Renan só ouviu os argumentos dele e nada falou. Afinal, Luiz Henrique foi o candidato lançado pelo Aécio Neves, que lhe garantiu a vitória – só não se sabe baseado em quê.

Depois de observar que Renan estava irredutível quanto a disputar a reeleição na presidência do Senado, Luiz Henrique jogou a última carta que trazia na manga do paletó. Disse:

– Renan, eu nunca perdi uma eleição.

E o senador Renan, sereno, respondeu:

Eu já perdi, Luiz Henrique. Já perdi e posso lhe garantir: é triste.

Luiz Henrique saiu do encontro desapontado porque esperava que a reação de Renan fosse outra. Foi direto se encontrar com o Aécio Neves para dizer que o Renan estava irredutível e que os dois iriam para o confronto.

E o Aécio, enganado pela segunda vez, estimulou a candidatura fazendo uns cálculos que só existiam na cabeça dele ou da cigana que lhe enganou novamente.

A derrota de Luiz Henrique doeu muito mais no Aécio. E quando o Renan deu o troco sutil, ao lançar a senadora Lúcia Vânia, para compor a mesa diretora como representante do PSDB, o Aécio não aguentou a nova derrota.

E o pior é o amadorismo, que beira a inocência ou burrice, quando o PSDB se insurgiu contra a indicação de Lúcia Vânia – o que foi um desrespeito a uma companheira de partido e ainda por cima, mulher.

O Aécio está possesso com as seguidas derrotas, porque sabe que o candidato a presidente da República pelo PSDB em 2018 é o Geraldo Alckmin. Pior: o mandato dele como senador termina em 2018.

PS – Sabe por que o Aécio Neves deixou a barba crescer? Porque a cigana disse a ele que o próximo presidente da República será um barbudo.