Monthly Archives: outubro 2013

João Caldas dá a lista dos 10 e a lista dos mortos em 2014.
   31 de outubro de 2013   │     15:19  │  7

– “Não tenho 10 milhões ( de reais ) pra começar o jogo. Me coloque aí na lista dos mortos”.

O suplente de deputado federal João Caldas ainda não decidiu se será candidato à Câmara Federal, porque não tem 10 milhões de reais para a campanha e, no lugar de figurar na “lista dos 10”, ele se diz na “lista dos mortos”.

Eu digo 10 milhões ( reais ), mas é só pra começar. Você começa com 10 ( milhões de reais ), depois vem 12, vem 15 ( milhões de reais). O João Lyra, por exemplo, vai ter de gastar 30 milhões ( de reais ), senão, não se reelege” – calculou João Caldas.

O interessante é que a “lista dos 10”, na verdade, são 14. O numeral 10 significa os 10 milhões de reais necessários para começar o jogo, e essa grana só 14 candidatos tem hoje.

Os 14 candidatos com bala na agulha na “lista dos 10”, segundo João Caldas, são:

Arthur Lyra, Marcelino Alexandre, Max Beltrão, Ricardo da Coagro, Cícero Almeida, Maurício Quintella, Carimbão, Luciano Barbosa, João Lyra, Alexandre Toledo, Renanzinho, Pedro Vilela, Marcos Fireman e Ronaldo Lessa.

– “Agora a lista dos mortos: Paulão, Rosinha da Adefal, Regis Cavalcante, Chico Tenório, Chamariz e eu” – completou João Caldas.

Sobre a eleição para o Senado, João Caldas vê a disputa entre o senador Fernando Collor e o governador Téo Vilela e descarta a vereadora Heloísa Helena.

– “A leitura que o eleitor alagoano faz sobre o Senado é a mesma que fez na eleição em 2010, quando o Benedito de Lira derrotou a Heloísa Helena. Um Estado carente como Alagoas precisa de alguém que brigue pelo Estado, que traga recursos para o Estado. A Heloísa é uma boa candidata para o ringue feminino do MMA, não para o Senado” – disse Caldas.

Mais um projeto fixa o negro como sub-raça
   30 de outubro de 2013   │     14:07  │  15

Na condição de negro, eu me sinto relegado a um plano inferior na raça humana com o estabelecimento de cotas para negros.

Envergonhei-me ao ver nos corredores do Congresso Nacional um grupo de irmãos de cor bradando que se não aprovassem as cotas eles parariam o Brasil.

Já não sei quem é pior: o senhor de engenho que nos escravizou ou se esses irmãos de cor que lutaram para nos reconhecer como sub-raças.

Imagine um profissional negro, depois das cotas nas universidades. Ele sempre vai valer menos que o branco, e isto com o aval dos irmãos de cor – o que é mais grave.

No imaginário popular, um médico branco sempre vai valer mais que o médico negro; o médico branco foi aprovado e se formou sem o auxílio de cotas.

Em tempo: eu não escrevo para agradar; eu escrevo para dizer. E não me preocupo com rótulos nem como o politicamente correto, porque o politicamente correto quem faz sou eu.

E não venha me chamar de afrodescendente porque está sujeito a ouvir como resposta um palavrão. Afrodescendente é a…

Eu sou negro brasileiro e alagoano.

Ignorância? Que seja, mas é assim mesmo porque o politicamente correto – repito – quem faz sou eu e não os manuais.

Seria decente se esses meus irmãos de cor que lutaram e defendem as cotas estabelecessem que o negro doutor terá de afixar publicamente que se formou pelas cotas.

Seria decente e honesto, para mostrar ao cliente ou paciente que ali está um sub-profissional e não um profissional sem cotas.

Tem cota para negro, para índio, para aluno de escola pública e para deficiente. Se cada cota representa 20% tem-se só aí 80% de cotas, o que eleva o branco à condição de raça superior porque terá de superar a todos eles para se estabelecer.

E se não bastasse essa degradação do negro, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal aprovou o projeto fixando cotas para negros serem  senadores, deputados federais e estaduais.

O projeto terá de ser votados em duas sessões na Câmara e no Senado, e, para ser aprovado, terá de obter 2 terços dos votos na Câmara ( 308 deputados ) e no Senado ( 49 senadores ).

O projeto  de autoria do deputado federal Luis Alberto (PT-BA) diz que no mínimo 20% e no máximo 50% das vagas na Câmara e no Senado terão de ser preenchidas por negros.

Pense numa sacanagem!

Se fosse aplicada nessa legislatura, 173 dos 513 deputados federais teriam de ser negros! E, em Alagoas,  5 dos 27 deputados estaduais teriam de ser negros, mesmo que brancos ou ruivos tivessem obtidos mais votos nas urnas.

Ora vejam para onde estamos caminhando nessa ânsia de recuperar o terreno que a escravidão nos impediu de ocupar!

Ora vejam o que os negros estão fazendo com os negros, em nome de uma luta pela igualdade racial que só aguça a desigualdade ao estabelecer duas categorias: o negro  com cota e o branco sem cota.

E, se não bastasse, já não é mais o conceito, o conhecimento, a capacidade, o trabalho, a honestidade e o voto que vão formar o Parlamento brasileiro, mas a  cota da epiderme.

Eu jamais vou pintar os cabelos de loiros nem usar creme para clarear a pele. Mas, sinceramente, tem momento que sinto vergonha de ser negro!

Corre que os mascarados estão invadindo a Bastilha!
   29 de outubro de 2013   │     13:32  │  8

Ei! Psiu! Você aí! Já pensou para onde estamos indo?

Em São Paulo, enquanto a massa revoltada depredava tudo pela frente; tomava à força caminhões, incendiava ônibus e destruía bancos, a polícia paulista vivia o impasse imposto pela burocracia absurda.

O governo paulista procurava desesperadamente um contato com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para ele remover o limite imaginário imposto pela lei que restringe a atuação da polícia estadual até antes do acostamento das rodovias federais.

Ou seja: na rodovia federal só quem pode atuar é a Polícia Rodoviária Federal, que teve a finalidade destorcida recentemente e não tem cuidado nem de uma coisa, nem de outra. Nunca se assaltou tanto nas rodovias brasileiras.

E sem poder “entrar” na rodovia federal, a polícia paulista – e a sociedade brasileira – assistiu estarrecida ao espetáculo próprio de quem está à beira da desordem civil.

Esse é apenas um dos exemplos da degradação a que o país chegou. A desordem decidiu colocar ordem na casa.

E vêm os exemplos:

Em Santos, a justiça mandou soltar os policiais flagrados em conluio com assaltantes de bancos e traficantes porque ninguém conseguiu decidir se os crimes que praticaram eram “estadual ou federal”.

Pense!

Na dúvida, pro réu e estão todos livres nas ruas.

No Pará, um caboclo rasgou o mandado judicial de reintegração de posse na frente da câmera de televisão – como quem diz: o juiz manda lá, aqui quem manda sou eu. E mandou mesmo.

Ainda em São Paulo, um grupo de defensores de cachorro decidiu fazer justiça por conta própria. Como a justiça togada estava demorando a decidir a peleja, o grupo entrou em ação e praticou vários  crimes: invasão e depredação de propriedade; roubo de animais; desacato à autoridade.

O comandante de um batalhão é surrado por manifestantes encapuzados; viaturas da polícia e carros da imprensa são incendiados e tem gente que ainda não vê nisso “nada demais”, ou “nada que leve para além dos limites”.

Mas que limites? E ainda há limites?

Por enquanto são as vidraças das lojas, agências bancárias, dos caixas eletrônicos, os vagões do metrô e os ônibus. Por enquanto foi apenas o prédio do Itamarati.

Depois pode ser a derrubada da Bastilha. O perigo é que, me parece, a guilhotina está com os mascarados.

E o Satanás virou sem-vergonha!
   28 de outubro de 2013   │     11:32  │  4

Pensando bem, depois de muito refletir sobre a comercialização descarada de Jesus e o surgimento de seitas evangélicas de todo o tipo, há sim o ponto positivo – ainda que haja exploração, comércio e os verdadeiros punguistas da fé.

Eu não vou a uma igreja que o satanás frequenta todo dia. Aliás, essas igrejas transformaram satanás num sem-vergonha, pois todo o dia o pastor expulsa o satanás e o satanás torna a voltar no culto seguinte.

Já não se faz mais satanás como antigamente; naquela época o satanás tinha vergonha e não assistia culto em igreja nenhuma.

Eu fico imaginando se Jesus realmente voltasse à terra, qual a igreja que Ele iria frequentar? Com certeza, na mesma igreja que o satanás frequenta Jesus não iria entrar. É ou não é?

E onde, então, está o ponto positivo nesse intenso e barulhento mercado onde se vende Jesus por 10%? Pois é: onde está o ponto positivo?

O ponto positivo está justamente no fato de essas pessoas que se deixam levar pelo engodo e ainda pagam para ser enganadas estarem ali, contidas e crentes, quando poderiam estar nas ruas engrossando os protestos e o bloco dos mascarados.

É ou não é?

Daí, ainda que se tratem de charlatões da fé e exploradores de incapazes, esses pastores fazem esse papel fundamental que é conter a revolta dos que sofrem.

Eu não vou dar dinheiro pra ninguém comprar horário na televisão nem assisto esses programas dessas seitas evangélicas, mas não posso deixar de reconhecer que, mesmo blefando o tempo todo, esses pastores prestam um serviço importante à alienação – que é necessária, senão, é impossível controlar a massa.

E também devemos destacar o papel fundamental desempenhado pelo Satanás, que tem muitos nomes – uns lhe chamam de Demônio, outros de Diabo, outros de Lúcifer, outros de Belzebu e, os mais íntimos, chamam de Demo.

E por que devemos destacar o papel fundamental do Satanás?

Porque o Satanás tem aceitado passivamente o papel de sem-vergonha, que é expulso todos os dias dos cultos e no dia seguinte volta pro culto orar.

É ou não é?

Fura Pacote, Marcos Capeta e Sandrinhos, e a ficção
   26 de outubro de 2013   │     15:27  │  4

 

É costume se criar personagens na crônica policial, com o objetivo de se resguardar a priori o culpado para todos os crimes.

Na década de 1970 havia o “Fura Pacote”, um menor de 14 anos de idade a quem se atribuía vários crimes, principalmente roubo de carros em Maceió.

Aos 12 anos o “Fura Pacote” já sabia dirigir, mas quando começaram a questionar quem teria ensinando a ele a dirigir aí deram um jeito e mataram o “Fura Pacote”.

Imagine um menor carente, pobre de marré, marré, e sabendo dirigir feito filho de gente rica!

Obviamente, quem ensinou o “Fura Pacote” a dirigir também ensinou a roubar carros.

Recentemente tiveram mais dois personagens: o Marcos Capeta e o Sandrinho, e ambos apontados como “o cão do segundo livro” – e tudo fabricado.

O Sandrinho foi fuzilado com as mãos para o alto, se rendendo. Ele não poderia permanecer vivo, senão, poderia esclarecer de fato alguns crimes que não praticou, mas que levou a culpa.

E o Marcos Capeta também. O Marcos Capeta vivo era “um perigo”, mas não para a sociedade, e sim para as “autoridades” que lhe inventaram e protegiam em Paulo Afonso-BA.

Igual ao “Fura Pacote” e ao “Sandrinho”, o Marcos Capeta não poderia continuar vivo.

É inédito que, hoje, não se tenha ainda inventado um substituto do “Sandrinho” ou do Marcos Capeta.

E aí, não tem mais ninguém para levar a culpa. Será que está faltando imaginação na crônica policial?

E assim vamos assistindo cenas que, verdadeiramente, intrigam. Por exemplo:

-Assaltantes de bancos lisos, nem sequer a borrachinha que prende o dinheiro foi encontrada com eles.

– O bandido que matou  o empresário na porta de uma clínica na Mangabeira foi preso. Mas o carro da vítima só foi localizado quase um mês depois e, ainda assim, por denúncia anônima.

Será que os assaltantes de bancos são mesmo assaltantes de bancos? Ou é necessário se inventar novos “Fura Pacote”, Sandrinho e Marcos Capeta para melhor enfeitar o maracá e assim disfarçar o toque desafinado?