Brasília – A “Operação Carne Fraca” é um apêndice da “Operação Lava Jato”, mas acusam-na de ter sido deflagrada de forma açodada. Está amparada em apenas dois laudos e em conversas telefônicas grampeadas.
Conversas essas que, segundo o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, um dos grampeados, não configuram crimes, sequer indícios.
O ministro foi grampeado numa conversa com um apadrinhado seu, que ajudou a manter na superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná.
Exceto se há mais informações mantidas em sigilo pelo delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi, o que se conhece até agora aponta para uma desnecessária exibição com consequências imprevisíveis para a economia do país.
A Irlanda se aproveitou para pedir que a carne brasileira seja definitivamente banida da União Europeia; a China decidiu suspender as importações da carne brasileira, no que foi seguida pela Coreia do Sul.
Há uma disputa internacional engrossada pelo avanço do Paraguaia, que não era tradicional exportador de carne bovina e agora já ocupa o 6º lugar no ranking mundial.
E tudo isso acontecendo concomitantemente com as propostas apresentadas pelo governo para a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência.
Sem falar na Reforma Política, que é do interesse especialmente da Câmara Federal, com a chance única de se livrar da criminalização do “Caixa 2” mediante a anistia com a punibilidade apenas daqui para frente.
O Brasil não está apenas fora do rumo; o Brasil não tem autoridade moral para impor o rumo exigindo sacrifícios daqueles que estão decepcionados e até revoltados com tudo isso.