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O carnaval chegou e a mídia quer despolitizar a festa
   26 de fevereiro de 2017   │     22:56  │  100

Por Aprigio Vilanova

A cobertura do carnaval feita pela grande mídia se contorce para despolitizar a festa. A impressão que pretendem passar é a de que não existe piada frente a nossa classe política e a nossa conjuntura politica.

Parece que está proibido dar espaço a blocos politizados. Querem fazer acreditar que não existe crítica política entre os foliões.

Mas é só acompanhar mais atentamente e logo a regra estabelecida é subvertida. Instrumentos com mensagens políticas do tipo: “Fora Temer” ganha a programação e grita silenciosamente em forma de imagens.

O carnaval serve também para atestar a impopularidade do presidente Michel Temer. Nos blocos de rua espalhados pelo país o grito que pede a sua saída é palavra de ordem.

Mas até o momento o nosso jornalismo despolitizou o carnaval. É uma tarefa hercúlea essa que a mídia se pretende, e como bem sabemos ineficaz. Despolitizar o carnaval é mais um desserviço promovido.

O carnaval é um dos momentos mais politizados produzidos pelo ser humano e não vai ser a invisibilização que irá silenciar as críticas políticas.

Cunha “nomeia” o ministro da Justiça e PMDB mineiro ameaça Temer
   23 de fevereiro de 2017   │     21:39  │  89

Brasília – Do xadrez do presídio lá em Curitiba e distante mais de 1 mil quilômetros do Palácio do Planalto, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, “nomeou” o deputado e aliado fiel Osmar Seraglio (PMDB-PR) para o Ministério da Justiça.

O deputado Fábio Ramalho, mineiro e coordenador da bancada do PMDB na Câmara, com 53 deputados, não gostou. Ligou para o presidente Temer e tiveram um diálogo telefônico que terminou assim:

– “Se prepare que o senhor vai ter muitas derrotas no Parlamento – disse o deputado para o Temer, que respondeu:

– “Seja feita a vossa vontade..

E mais não se falaram porque alguém desligou o telefone. Sim, mas quem desligou? O Temer ou o Fábio?

A chegada do deputado Osmar Seragllio ao Ministério da Justiça desagradou ao PMDB mineiro e colocou mais gasolina no incêndio daqueles que acreditam na trama para minar a Operação Lava Jato.

Dir-se-á que a Polícia Federal tem independência de operação e não precisa comunicar ao ministro. Sim, é verdade.

Mas, quem nomeia o diretor-geral da PF? Digamos que Seragllio manterá a equipe, mas e se faltar dinheiro para as diárias, deslocamentos, querosene do avião, etc., a PF estará impedida de atuar.

São conjecturas, pois não, mas são essas as conjecturas que se ouve na Capital Federal. E quem disse que na Capital Federal não tem esquina? Tem sim.

Por que o ministro José Serra pediu demissão?
     │     0:58  │  59

Brasília – No pedido de demissão, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, alegou problemas de saúde.

A “questão de saúde” conhecida em Serra é a coluna, que ele operou no ano passado.

Na sua alegação ele diz necessitar de no mínimo quatro meses para se tratar. Essa é a versão oficial.

Ocorre que  Serra tornou a decisão pública abruptamente. Na semana passada ele estava na Alemanha em missão especial e não parecia que na semana seguinte pediria para sair.

Mas, pediu.

Busca-se agora o “por quê?” da decisão abrupta e, na ausência de explicação convincente, prospera a versão de que Serra foi informado de algo contra ele a ser estourado na Operação Lava Jato.

A versão se refere à denúncia dos delatores da Odebrecht sobre a doação de R$ 24 milhões em forma de “caixa 2” para a campanha de Serra em 2010. Ele disputou a presidência da República.

O PSDB obteve uma vitória ao colocar no Supremo Tribunal Federal um filiado fiel, mas, ao mesmo tempo, terá de resolver o problema interno com relação ao nome que vai indicar para disputar a presidência em 2018.

São pelo menos três aspirantes: o senador Aécio Neves, que é presidente do partido e se considera o candidato natural; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin e o senador José Serra – que é franco atirador porque tem 8 anos de mandato no Senado.

E tudo isso se já não bastasse a tarefa de eliminar o Lula antes de 2018, ou seja, impedir o Lula de disputar a eleição presidencial. Para isso, é fundamental a adesão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, do juiz Sergio Moro, do Ministério Público Federal do Paraná e da Polícia Federal.

As dúvidas sobre o real motivo para o Serra deixar o governo se alimentam no fato de ele reassumir a vaga no Senado. Afinal, ele deixou o governo alegando “problemas de saúde”, não foi?

Jucá tem razão: suruba é suruba. Não pode haver suruba seletiva…
   21 de fevereiro de 2017   │     13:07  │  66

Brasília – Vamos e venhamos! Apesar da expressão rasteira, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) tem razão sim, quando disse que a “suruba deve ser generalizada” e não seletiva.

Romero se referiu à proposta seletiva para se punir apenas o cidadão comum e a classe política, em caso de maus feitos, transgressão à lei, etc., e que inclui corrupção.

Claro que a expressão é pesada. Vejamos:

-“Se acabar o foro (privilegiado) é para todo mundo. Suruba é suruba. É todo mundo na suruba. Não (apenas) uma suruba seletiva”.

A situação da República brasileira, formada por mais de 20 golpes e trapaças desde 1889, dá margem a essa definição do senador – que, embora reprovada por alguns, é a mais pura verdade.

Dura verdade, pois não; mas, verdade.

Quantos maus exemplos de impunidade para determinada categoria que pratica crimes se tem acumulados? No Rio de Janeiro, um juiz decretou busca e apreensão de um carro luxuoso do empresário Eike Batista e foi flagrado utilizando o veículo nos seus afazeres e lazer.

O juiz foi “punido” com uma polpuda aposentadoria.

E o integrante do Ministério Público que dirigindo embriagado atropelou e matou uma jovem que estava numa parada de ônibus e sua punição também foi a “aposentadoria”?

Claro que, estimulado com a “punição”, ele reincidiu no crime e foi novamente flagrado dirigindo embriagado e desacatando a autoridade policial que o flagrou no crime.

São muitos os exemplos de injustiça ou justiça seletiva no país. Quantos integrantes do Poder Judiciário estão afastados por maus feitos e que, quando forem julgados – se forem julgados! -, receberão a “pena máxima” da aposentadoria compulsória?!

São esses maus exemplos que justificam a fala do senador dando-lhe razão, ainda que o termo utilizado tenha sido chulo.

O Congresso Nacional tem sim de se posicionar para acabar com essa categoria que se posiciona historicamente acima da lei e, pior, com a prerrogativa de aplicar a lei para os demais mortais.

O senador pode ter errado na dosagem, mas está correto na prescrição do remédio que colocará, finalmente, todo brasileiro – todo, sem exceção -, igual perante a lei.

Porque, até agora, a suruba tem sido seletiva e apenas uma casta pode participar dela.

Aliás, o que o senador Romero Jucá disse foi o que o Rui Barbosa sentenciou: restaure-se a moralidade ou locuplete-se todos.

Sobre o rombo nas contas da previdência, alguém está mentindo. Mas, quem?
   20 de fevereiro de 2017   │     23:08  │  12

Brasília – O governo diz que o déficit nas contas da previdência social é crescente e caso não seja estancado, em 2021 não terá como pagar as aposentadorias, pensão, etc.

Isso é o que o governo diz.

Economistas e institutos de pesquisas econômicas independentes sustentam o contrário, ou seja, que não há déficit nenhum – pelo contrário, há superávit.

Esses economistas e institutos de pesquisas econômicas independentes apresentam os números conflitantes com o governo.

São esses, os números:

Benefícios previdenciários ( aposentadorias ) pagos pelo governo no ano passado: 436 bilhões de reais.

Benefícios assistenciais: 41 bilhões e 800 milhões de reais.

Bolsa família e outros benefícios: 26 bilhões e 900 milhões de reais.

Assistência saúde: 102 bilhões e 200 milhões de reais.

Benefícios FAT: 48 bilhões e 200 milhões de reais.

Outras despesas: 27 bilhões e 900 milhões de reais.

O somatório das despesas da Previdência Social no ano passado foi de 683 bilhões de reais.

Agora vem as receitas:

Contribuições previdenciárias: 352 bilhões e 600 milhões de reais.

COFINS: 200 bilhões e 900 milhões de reais.

CSL (Contribuição Social Sobre Lucros): 59 bilhões e 700 milhões de reais.

PIS/PASEP: 53 bilhões de reais.

Entidades de Seguridade: 20 bilhões de reais.

Outros contribuintes: 7 bilhões e 900 milhões de reais.

Total da receita da Previdência Social: 694 bilhões de reais.

Considerando-se que a receita é de 694 bilhões de reais para uma despesa global de 683 bilhões de reais, concluiu-se que ao contrário do que o governo alardeia, a Previdência Social brasileira tem superávit de 11 bilhões de reais – ou seja: não existe o tão propagando rombo nas contas.

Mas, será isso verdade? Quem está mentindo dos dois? O governo ou os números?