por Aprigio Vilanova
Três mulheres vestidas de verde de amarelo, cristãs, recatadas, do bem e do lar foram à porta do hospital Sírio-Libanês para protestarem contra a internação de Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula.
A esposa do ex-presidente foi internada após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Que sentimento move três mulheres à porta de um hospital para protestarem contra uma pessoa que passa por um período delicado de saúde? O que justifica e alimenta tamanha iniciativa? São mães, filhas, netas, são mulheres.
Nada justifica minhas caras senhoras, a não ser o fato de vivermos tempos estranhos.
Existem alguns combustíveis que colaboram para inflamar o desejo de morte, de extermínio. Um deles, sem dúvida, podemos creditar a nossa grande mídia. Especialmente a televisiva que é responsável pela única fonte de informação da maioria dos brasileiros.
Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, o recém presidente empossado Donald Trump, anunciou a retomada da construção da muralha na fronteira com o México. O objetivo é barrar a entrada de imigrantes mexicanos e latinos, em geral.
E anunciou, também, a autorização da tortura como método de interrogatório, a retomada das prisões secretas da CIA e a proibição da entrada de refugiados em solo estadunidense.
Para ele Trump, filho de imigrantes, e para muitos brasileiros, todos descendentes de imigrantes, é a melhor política a ser adotada. Para muitas pessoas o melhor é a morte do outro, o extermínio.
Revivemos a era da ascensão imbecil de uma direita extremista. No Brasil, particularmente, convivemos com o desabrochar de um exército evangélico de mentalidade ultrarradical. Este mesmo pensamento tem raízes nas cruzadas na idade média, veio ao Novo Mundo para exterminar os ameríndios e escravizar os povos africanos.
O gigante acordou, é ele que tira uma soneca, de vez em quando, e desperta para a sua existência de terror. Sejam bem vindos ao passado!!!
- Aprígio Vilanova é jornalista formado pela Universidade Federal de Ouro Preto-MG.