O ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, concedeu prazo para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se defender contra o indefensável – que é provar que não tem conta bancária ilegal na Suíça.
Cunha não viaja mais ao exterior e até cancelou a viagem agendada com bastante antecedência para um evento na Europa; ele teme ser preso, no rastro do que ocorreu com o José Maria Marin.
Mas, quem conhece Cunha garante que ele é estoico e dissimulado, e se manterá com a serenidade falsa de quem nada tem a ver com isso.
O presidente da Câmara usou o pedido de impeachment da presidente Dilma como moeda de troca. Ele contava com os votos dos deputados do PT para se livrar do processo no Conselho de Ética e somente quando soube que não teria o apoio petista e, por conseguinte, o pedido de processo para cassação do mandato por quebra de decoro seria aprovado, é que decidiu acatar o impedido de impeachment.
É por isso que o impeachment é golpe.
E se isso não bastasse para configurar a sordidez, o pedido de golpe, digo, de impeachment foi assinado pelos juristas Miguel Reale Júnior, filiado ao PSDB, e Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT que deixou o partido porque queria ser embaixador na Suíça e o então presidente Lula não o nomeou.
Foi esse o motivo, e apenas esse motivo, que levou Bicudo a deixar o PT. Se o Lula o tivesse nomeado embaixador na Suíça o Bicudo estaria do lado oposto ao que se encontra.
Como se vê, o golpe tem esses patrocinadores: Eduardo Cunha, Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Paulinho da Força.
É de se concluir: o País está mesmo em tempos bicudos.
Daí, até a Polícia Federal entrou no embalo e para camuflar o pleito de aumento de salário espalha agora que a Operação Lava Jato corre risco devido ao corte de verba.
Corre não. Não haverá corte de verba para as operações da PF. E também não haverá reajuste salarial porque nem mesmos as categorias menos aquinhoadas terão direito, quando mais a categoria para categoria que ganham acima de 20 salários minimos.