Monthly Archives: abril 2015

No Dia do índio só se faz uga, uga
   19 de abril de 2015   │     16:25  │  1

Por Aprigio Vilanova *

O presidente Getúlio Vargas instituiu o 19 de abril como o dia do índio.  A data passou a fazer parte do calendário oficial, mas o que menos os nossos nativos têm são motivos para comemorar.

Desde que os europeus chegaram ao novo mundo, e estabeleceram os primeiros contatos com os povos que aqui viviam, a história desses povos virou genocídio.

A importância desses povos na construção de nossa sociedade é negligenciada, assim como também a importância dos negros.

A língua portuguesa que falamos aqui em terras brasileiras, por exemplo,  seria outra se não houvesse a apropriação de palavras do  tupi. Aí uma contribuição riquíssima no campo linguístico, tudo praticamente tudo aqui, já havia sido nomeados por nossos silvícolas.

Na culinária as raízes indígenas estão presentes, literalmente falando. Macaxeira, Inhame, são algumas heranças, além do milho é claro; para não falar na tapioca, no pinhão, no mate do chimarrão gaúcho.

Se nos banhamos várias vezes ao dia, todos os dias, devemos a higiene indígena. Os europeus nunca foram mesmo muito afeitos ao banho e se impressionaram com o costume.

Sem falar na sabedoria farmacológica indígena para a medicina ocidental. Raízes, ervas, plantas das mais variadas espécies,  fazem parte de um catálogo mental milenar que revela a complexidade no saber indígena.

Muitas outras influências foram incorporadas e reproduzimos sem ao menos refletirmos a sua origem. Tratamos os nossos povos nativos sempre de maneira estereotipada,  reproduzindo preconceitos e alimentando a discriminação.

Nas escolas do país é dia de pintar o rosto e fazer uga, uga. Que triste!

* graduando em Jornalismo pela Universidade federal de Ouro Preto – MG

 

Aécio Neves é o Napoleão de hospício
   18 de abril de 2015   │     21:16  │  5

Por Aprigio Vilanova *

Desde a posse, da presidente Dilma Rousseff para o seu segundo mandato, a palavra impeachment é recorrente nos veículos da grande mídia,  nos discursos de políticos do PSDB e Dem,  e nas manifestações da elite brasileira.

A campanha é diária, e parte dos setores mais conservadores da nossa sociedade. Caciques do PSDB, Dem, principalmente, se colocam como baluartes da probidade em discursos melindrosos.

A espetacularização do terror promovida pela grande mídia transforma esses personagens em representações tresloucadas do desespero. As crises teatrais constantes de Aécio Neves só servem mesmo para reafirmar a total falta de compromisso com o país.

Aécio Neves está assumindo o papel do Napoleão Bonaparte de hospicio. Aquele personagem com problemas mentais que acredita ser o líder francês.

Enquanto o bombardeio midiatico com petrolão, inflação, fora PT, entorpece,  o Congresso Nacional segue em curso com sua agenda perigosamente conservadora.

* graduando em Jornalismo pela Universidade federal de Ouro Preto – MG

O cômico, o trágico e o cínico no Lava quase a Jato
   17 de abril de 2015   │     18:37  │  4

Brasília – “Sinto vergonha com o que aconteceu na Petrobras”.

Frase lapidar, comovente e patriótica. Linda frase de efeito!

Ocorre que o autor da frase não tem nenhuma autoridade para pronunciá-la. Trata-se de puro oportunismo que beira o cinismo.

O autor da frase “sinto vergonha com o que aconteceu na Petrobras” é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é reconhecidamente um homem esquecido e desligado, mas essa sua frase é cínica por demais.

FHC é esquecido e desligado; lembro-me do episódio hilário em 1993, quando o então deputado federal José Thomaz Nonô deu-lhe carona até o Congresso Nacional e observou que FHC estava com a meia do sapato em duas cores – uma branca e outra preta.

Trata-se de um homem esquecido e desligado, mas não contava com o cinismo.

Sentir vergonha de quê se foi ele quem inventou o Alberto Yusseff? Sentir vergonha de quê se foi no governo dele que o Bamerindus quebrou depois de ter negado doar 100 milhões de reais ao seu lugar-tenente, o falecido Sérgio Mota.

Sentir vergonha de quê se, após forçar a falência do Bamerindus, o governo dele facilitou a venda da massa falida ao HSBC que, doou os 100 milhões de reais ao lugar-tenente Sérgio Mota.

A operação policial denominada de Lava Jato tem o foco direcionado e segue numa só direção, embora se saiba dos diferentes atalhos existentes.

O foco único no PT, assim como a frase de FHC se dizendo envergonhado, são os lados de uma mesma moeda.

É tudo uma preparação para o imaginário nacional diante da proposta do impeachment. Seria tudo cômico, se não fosse cinismo puro.

O mais interessante de tudo e que também seria cômico, se não fosse trágico, é que na famosa Operação Lava Jato o Aécio Neves e o João Vaccari foram igualmente citados. A diferença é que Vaccari está preso e Aécio sequer foi relacionado na lista de denunciados que providencialmente vazou à imprensa.

Deve ser a síndrome do FHC, que esquece até que está com as meais na cor trocada.

Em busca do 3º turno, coxinhas vão se frustrar ainda mais
     │     14:06  │  5

Brasília – A expectativa criada em torno da Operação Lava Jato tem tudo para terminar em grande frustração, especialmente para aqueles que superestimaram a expectativa sobre o resultado final.

A operação policial, comandada pelo juiz Moro, veio no rastro do resultado da eleição e alimentou a expectativa do terceiro turno para a disputa presidencial.

Todos torcem, agora, para que se chegue ao ex-presidente Lula e a presidente Dilma, o que seria o orgasmo da oposição. Mas, se trata de esticar demasiadamente a corda – o que não é aconselhável.

A reação das ruas em defesa do Lula é a grande preocupação. Mesmo os mais afoitos concordam que o país iria experimentar turbulências, porque queiram ou não o Lula é o maior líder popular do país e atacá-lo significa atacar a expectativa de quem melhorou muito de vida.

Na outra ponta está a proposta de impeachment da presidente Dilma, o que não tem cabimento nem consistência jurídica, mas serve para demonstrar que não se busca a chamada “dignidade perdida” e sim reverter o resultado legítimo das urnas.

E antes de se confrontar a diferença relativamente pequena de votos, ou seja, pouco mais de 3 milhões em favor da Dilma, é importante analisar o estonteante número de eleitores que não foram votar e que, somados aos votos brancos e nulos, atingiu a 35 milhões de brasileiros.

E 35 milhões de brasileiros que não votaram no segundo turno é mais de 80% dos votos obtidos pelo Aécio Neves.

Ou seja, a lição das urnas não está na diferença relativamente pequena na vitória da Dilma, mas no estrondoso número de quem não foi votar ou foi votar e anulou o voto.

 

Renan diz que terceirização de servidores não passa no Senado
   16 de abril de 2015   │     13:04  │  1

Brasília – Na conversa com a jornalista Tereza Cruvinel, o senador Renan Calheiros foi claro: a proposta de terceirização ampla no serviço público não passa no Senado.

Embora reconheça que alguns setores do serviço público podem conviver com o regime de serviços terceirizados, Renan sustentou que a terceirização ampla, como foi aprovada na Câmara, é incompatível com os anseios da sociedade.

Renan lembrou que os direitos sociais foram uma conquista consagrada na Constituição de 1988, da qual o PMDB não só é signatário, mas o principal condutor.

No Senado, não passa – disse Renan.

Embora tenha sido aprovada numa primeira votação na Câmara, a proposta deverá ser derrubada na semana que vem. Alguns deputados que votaram favoráveis na primeira votação, já admitem que “não entenderam muito bem a proposta” e vão mudar o voto.