Por Aprigio Vilanova *
O presidente Getúlio Vargas instituiu o 19 de abril como o dia do índio. A data passou a fazer parte do calendário oficial, mas o que menos os nossos nativos têm são motivos para comemorar.
Desde que os europeus chegaram ao novo mundo, e estabeleceram os primeiros contatos com os povos que aqui viviam, a história desses povos virou genocídio.
A importância desses povos na construção de nossa sociedade é negligenciada, assim como também a importância dos negros.
A língua portuguesa que falamos aqui em terras brasileiras, por exemplo, seria outra se não houvesse a apropriação de palavras do tupi. Aí uma contribuição riquíssima no campo linguístico, tudo praticamente tudo aqui, já havia sido nomeados por nossos silvícolas.
Na culinária as raízes indígenas estão presentes, literalmente falando. Macaxeira, Inhame, são algumas heranças, além do milho é claro; para não falar na tapioca, no pinhão, no mate do chimarrão gaúcho.
Se nos banhamos várias vezes ao dia, todos os dias, devemos a higiene indígena. Os europeus nunca foram mesmo muito afeitos ao banho e se impressionaram com o costume.
Sem falar na sabedoria farmacológica indígena para a medicina ocidental. Raízes, ervas, plantas das mais variadas espécies, fazem parte de um catálogo mental milenar que revela a complexidade no saber indígena.
Muitas outras influências foram incorporadas e reproduzimos sem ao menos refletirmos a sua origem. Tratamos os nossos povos nativos sempre de maneira estereotipada, reproduzindo preconceitos e alimentando a discriminação.
Nas escolas do país é dia de pintar o rosto e fazer uga, uga. Que triste!
* graduando em Jornalismo pela Universidade federal de Ouro Preto – MG