Brasília – O ex-presidente Lula voltou a alertar a presidente Dilma sobre o risco que ela está correndo, ao manter o ministro Aloísio Mercadante no Gabinete Civil.
Até agora, são três avisos de Lula que Dilma finge ouvir e aceitar – mas depois faz tudo diferente e Mercadante se mantém no cargo, apesar dos estragos.
A última de Mercadante, estimulando a criação do PL do Kassab, pode ser a gota d´agua que fará transbordar a insatisfação na base aliada, com o agravante de que Mercadante não tem a simpatia também de parte dos companheiros do PT.
Além de inábil, Mercadante é arrogante. É o único ministro do Gabinete Civil sem espaço e diálogo com o Congresso Nacional. Só para ilustrar o que isto implica negativamente para o governo, basta lembrar que nem mesmo os generais-presidente cometeram o erro de nomear um ministro do Gabinete Civil sem espaço com o Congresso.
A Dilma insiste em manter o Mercadante no cargo, mas já não tem mais oxigênio para resistir à pressão. Ou seja: ela segue os reiterados conselhos do Lula e elimina o estorvo, ou vai virar refém do Congresso e emparedar o governo.
A Câmara e o Senado já decidiram que a criação de novos partidos deve seguir ritual rígido e a presidente Dilma, seguindo a orientação de Mercadante, não sancionou a lei.
E agora está no impasse: se insistir em seguir a orientação de Mercadante, vai virar refém do Congresso.
Talvez a Dilma não saiba, e se sabe pensa que pode mudar a regra, mas o Brasil é o único país presidencialista regido por uma Constituição Parlamentarista.