Polícia investiga a polícia na morte da vereadora Marielle
   15 de março de 2018   │     22:05  │  17

Brasília – Nenhuma autoridade no país, dos três poderes, desconhece a existência de duas polícias no Rio de Janeiro.

Uma polícia que combate o crime e outra polícia que comete crimes.

Há sete anos mataram a juíza Patrícia Acioli, que combatia a polícia que comete crimes.

Esta semana mataram a vareadora, socióloga e ativista dos direitos humanos Marielle Franco (PSOL), que denunciava a violência cometida por esses maus policiais.

Não é coincidência, porque coincidência não existe, que a vereadora tenha sido assassinada logo após a ação da polícia do bem prendendo policiais do mau e até delegado acusados de envolvimento com os crimes.

Nem mesmo as Forças Armadas, que estão atuando no Rio de Janeiro, estão livres da ação desses maus policiais. Até agora, o Exército não conseguiu apreender drogas nem armas – um reles canivete sequer! -, nas batidas que faz porque os traficantes são privilegiadamente informados com bastante antecedência.

O Exército realiza batidas pela manhã e à tarde, retirando as barricadas que os criminosos colocam no acesso às favelas; à noite a polícia assume o comando da área e, no dia seguinte, para surpresa geral, as barricadas são recolocadas e o Exército torna a enxugar gelo numa rotina inútil porque o crime organizado está infiltrado dentro das instituições policiais.

São mais de 130 comunidades no Rio de Janeiro controladas pela milícia formada por policiais da ativa, da reserva e outros que foram expulsos por mau comportamento.

É uma atividade marginal que rende muito dinheiro e, embora as autoridades saibam da sua existência, nada se fez até hoje para combatê-la. Essa omissão pode ser explicada pelo medo de ser o próximo alvo, assim como foram alvos há sete anos a juíza Patrícia Acioli e agora a vereadora Marielle Franco.

Embora as autoridades não assumam publicamente que a linha de investigação para apurar a morte da vereadora seja a atuação dessa milícia e dos maus policiais, não há outra suspeita mais robusta, até porque há vários precedentes.

É triste quando a principal linha de investigação da polícia para apurar um crime seja a própria polícia.

COMENTÁRIOS
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  1. Rivelino Melo

    O BRASIL SÓ SE REENCONTRARÁ COM A DEMOCRACIA QUANDO HOUVER PUNIÇÃO SEVERA AOS GOLPISTAS, ESPECIALMENTE AQUELE FAMOSO JUIZ DA FALA FINA, INDUTOR-MOR DO GOLPE.

  2. PROGRESSISTA PORRETA

    PRA O COLEGA NELSON: NÃO É O FATO DE TEREM MATADO UMA MULHER QUE ERA VEREADORA E QUE MORAVA NO RIO DE JANEIRO. A QUESTÃO É QUE ESSA MULHER ERA ATIVISTA E DEFENSORA DOS DIREITOS HUMANOS. E QUE A POUCO DIAS TINHA DENUNCIADO ABUSOS COMETIDOS POR PMs. E MAUS PMs, DIGA-SE DE PASSAGEM. ALÉM DISSO TEM O FATO DE O RIO ESTAR SOBRE INTERVENÇÃO. É UM MOMENTO CRITICO PRA O ACONTECIMENTO.

  3. PROGRESSISTA PORRETA

    QUANTOS COMENTÁRIOS IDIOTAS E FASCISTAS. QUER SER INTELECTUAL, MAS FALTA MUITO DESDOBRAMENTO E CONHECIMENTO PRA DIZER AS PALAVRAS QUE VÃO FORMAR AS FRASES CERTAS E COM SENTIDO.
    SÓ SABE CRITICAR, MAS NÃO TRÁS SOLUÇÃO.

  4. Simpatizante do Bolsonaro

    A filosofia de nosso Führer Bolsonaro:
    Mulher, se merecer, é para ser estuprada;
    Gente, desde que seja com dinheiro dos cofres públicos, é para ser comida

  5. desportista

    Tal como acontece em Sergipe. A polícia cortando na própria carne. É solução para o Rio, é solução também para Alagoas, viu, Nerso? Abç.

  6. Nelson

    Como sempre lá vem Robertinho colocando o carro na frentes dos bois !! A polícia mal começou as investigações, e o Sr Roberto Vilanova já sabe quem matou a Vereadora. E se não for ninguém da Polícia Sr Roberto ?
    Anteontem uma artista Plástica Alagoana, mulher, Branca, não era dos DH, não morava na favela, e também foi assassinada. Não vi o Sr escrever um artigo sobre esse brutal e covarde assassinato, que é o de latrocínio, e de uma mulher de Setenta e poucos anos, não vi nenhum grupo de Estudantes e Artistas se reunirem no centro de Maceió lamentar e pedir Justiça pela morte dessa Senhora, nenhum artista falar que um pedaço dele também morreu como vi hoje cantores falando isso na manifestação do centro de Maceió. Não sabia que essa Vereadora era tão conhecida e amada em Maceió, e que a Artista plástica que era Alagoana era tão desconhecida dos seus correligionários, inclusive do Grande Gurú sabe tudo do Jornalismo Alagoano.

  7. lopes

    Há dois tipos de brasileiros: os políticos e os trouxas! Quando um trouxa é assassinado, vira estatística… quando um político é assassinado, é atentado à democracia!!!! Os assassinos dos trouxas, são considerados vítimas da sociedade! Já os assassinos dos políticos, são bandidos!!!!
    Se para cada cidadão brasileiro tombado, os políticos agissem como estão agindo hoje, não estaríamos nessa situação! Mas o Brasil é um circo, e nós somos os palhaços!!! Pobre de nós, os trouxas, que colocamos nossas vidas nas mãos desses vagabundos! Vergonha e nojo resumem o meu sentimento!

    1. Simpatizante do Bolsonaro

      Para nosso Führer Bolsonaro:
      Se for morador(a) da Rocinha, tem que ser metralhado(a).
      E se for uma vereadora da Maré?

  8. lopes

    Anderson Pedro Gomes, o motorista assassinado juntamente com a vereadora Marielle Franco, tornou-se um morto coadjuvante prestes a sumir na estatística, assim como a esmagadora maioria dos 61.000 brasileiros vítimas de homicídio a cada ano.

    Anderson tinha 39 anos, vivia de bicos, amava um filho pequeno que nasceu com má formação e, como disse a sua viúva, Agatha Reis, não atuava em política.

    “A revolta é claro que eu sinto, mas a gente acaba se acostumando. No final das contas, é mais um. É uma frase clichê, mas é isso”, disse Agatha.

    É isso.

    1. antonio, o eleitor mineiro

      INDIGNAÇÃO INTERNACIONAL. Jornais europeus veem motivação política na execução de Marielle.

  9. lopes

    Comoção deveria ter quando cada pessoa de família do Brasil, trabalhador e honesta morre. Vi várias noticias da imprensa, capas de jornais e em outros casos, principalmente heróis policiais, é só mais um, uma notinha pequena de noticia. Precisamos inverter esse jogo, a população está perdendo feio. O sistema só se comove quando morre um deles…

  10. lopes

    É incrível a hipocrisia de todos que se comovem com a morte dessa vereadora! Para mim ela é apenas mais uma vitima da violência no rio! Porque a comoção não é a mesma para todas as outras vitimas da violência no Brasil? Porque ela é tão especial para gerar essa comoção? e o motorista dela não merece homenagem também? hipócritas!

  11. lopes

    Não se chega à barbárie de uma hora pra outra. São necessários anos, décadas, muito descaso, e muito empenho.

    Marielle não foi a primeira vítima da guerra em que esta cidade se meteu e nem será a última. Ela não morreu porque era mulher, porque era negra, porque era do PSOL, por nada disso.

    Marielle morreu porque estamos cercados de bandidos, porque vivemos sob a sombra de um estado governado por bandidos, porque o Rio de Janeiro só elegeu bandidos nos últimos anos, e o resto do país não fez muito diferente.

    Qualquer conclusão que fuja do que está na cara, de que estamos pagando pelas nossas escolhas, é demagogia e tentativa infantil de apontar o dedo para o outro. O Rio de Janeiro não precisa de revolução, pensar assim já é começar errado, e enquanto continuarmos errando o diagnóstico não encontraremos a cura.

    O Rio e o país, todos nós, precisamos de união e cabeça fria, porque só se elimina barbárie com civilização, não com mais barbárie. Porém, pelo andar da discussão, acho que não sairemos do lugar novamente. Já li tanto absurdo na minha timeline, tanta indignação barata, tanta politização imbecil, tanto raciocínio torto, tanta falta de informação, tanta forçação de barra para encaixarem a realidade em um discurso – de ambos os lados – que qualquer esperança de que isso um dia melhore vai pro ralo.

    Que a única saída para o Rio parece ser o aeroporto do Galeão, quase ninguém duvida. A questão hoje é se sobreviveremos à Linha Vermelha.

    1. antonio, o eleitor mineiro

      PRESIDENTE ORGULHO NACIONAL. Lula: Rio e a democracia foram atingidos por esse crime político bárbaro.

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