Amante também é gente e merece pensão
   7 de outubro de 2013   │     11:45  │  5

O Superior Tribunal de Justiça decide nesta terça-feira se amante pode receber pensão. A matéria está na pauta e a expectativa é grande.

Espera-se, e muitos por interesses próprios, que o STJ decida finalmente pelo resultado de uma peleja que nenhum Tribunal estadual conseguiu decidir até hoje.

Uma mulher no Rio de Janeiro comprovou que conviveu na condição de amante durante 30 anos com um homem casado e que agora precisa da ajuda financeira dele.

Houve controvérsias e a decisão veio para o STJ, que colocou na pauta da sessão desta terça-feira. Seja qual for a decisão ela vai virar jurisprudência.

Mas antes de discutir a superficialidade do direito da amante ou concubina, é imperioso recordar como tudo começou.

É preciso entender que o sentido do casal só começou depois que se inventou a religião e o estado. Antes, a paternidade era coletiva porque só o poder era materno.

Com a invenção da religião e do estado, tudo mudou porque surgiu a família.

E por que, mesmo diante de todo esse controle religioso e estatal, o concubinato ou a relação descontrolada entre o macho e a fêmea ainda perdurou?

Simples: os estados precisavam de mão-de-obra civil e militar, mas envolvidos em guerra o estado via a população ser reduzida ou dizimada, principalmente os homens, que serviam como soldados.

Para manter a expansão populacional e repor os estoques de soldados, esses estados e essas religiões fizeram vistas grossas para o concubinato – e algumas até estimulam essa relação pluralista em relação ao macho.

Mas, tem um porém:  o macho tem de manter as mulheres em igualdade de condições; uma mulher não pode ter mais que a outra. Ou outras.

O costume do Oriente veio para o Ocidente, mas na forma de domínio machista. No Brasil, por exemplo, o padre Manoel da Nóbrega, que chegou com o primeiro governador-geral Tomé de Souza, escreveu ao rei de Portugal pedindo que “mandasse noivas”.

Nóbrega se estarreceu com o que encontrou em Salvador. Brancos, índios e negros convivendo numa promiscuidade sexual e gerando filhos de pais desconhecidos. Nem mesmo os padres escaparam e Nóbrega denunciou pelo menos cinco deles por manterem mulheres e filhos.

O rei de Portugal mandou as órfãs dos militares portugueses que morreram na tentativa de conquistar a Índia, para se casarem no Brasil.

Claro, a ação de Nóbrega foi apenas uma gota no Oceano.

A relação promiscua prosseguiu com o domínio machista e os conceitos que ainda perduram sobre a condição do macho em relação à fêmea.

Esses conceitos desvirtuados também atingiram a relação entre raças, de modo que ainda hoje o homem que sai às baladas nunca diz que “pegou” uma “galeguinha; ele diz sempre que “pegou uma neguinha”.

Gente! Amante também é gente. Espero que o STJ decida que ela tem direito à pensão porque, somente assim, poderemos dar o primeiro passo rumo a destruição desses conceitos machistas que ainda perduram no Brasil.

COMENTÁRIOS
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  1. Eduardo Pontes de Souza

    O correto e justo é a igualdade de direitos e de obrigações prevista em nossa Constituição Federal. Assim, se o homem tem de trabalhar para se manter, igualmente deve trabalhar a mulher. É hora de por fim a pensão alimentícia para ex-cônjuge e até de amantes. As mulheres podem e devem trabalhar. Hoje em dia o melhor marido para uma mulher é um bom emprego! Começar um relacionamento visando a uma pensão no futuro, no mínimo, é reprovável, para não se falar em imoralidade. Quando se tratar de amor e de paixão, as pessoas devem ter relações afetivas e não financeiras. É a minha opinião, abraços a todos.

  2. sandre

    Essa tania deve ser um fulaninha dessas tá bom de ter vergonha na cara, e esse tal de bob tá bom de colocar “DEUS” no coração e deixar de falar tanto porcaria e besteira o nome dele deveria ser bode.

  3. Geli Agra

    Era só o que faltava, oficializar a bigamia, senhor jornalista, bigamia é crime neste país, não querendo bancar a moralista, a amante é adulta então que assuma seus erros.

  4. tania

    Gostei do titulo: amante também é gente…….as vezes a vida sai dos caminhos certos e envereda pelo errado, portanto isso deve ser reconhecido!!! Ambos erraram e a justiça deve consertar o erro……triste daquele q não erra!!!

  5. Cesar

    Bob, além de imbecil, você também é um incentivador da destruição dos laços familiares. Ora, se ela sabia que o idiota era casado, por que ao invés de estudar e trabalhar para ser mulher decente e independente ela preferiu se juntar a um homem que não tinha oportunidade de lhe oferecer um futuro digno? Ela era quem deveria indenizar a esposa traída. E quer saber de uma coisa? Vá catar coquinho…

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