Ninguém se entende e a reforma política não anda
   5 de agosto de 2013   │     13:38  │  0

Com exceção dos partidos de base marxista, nunca houve partido político algum do Brasil capaz de representar a sociedade.

E mesmo os partidos de base marxista, findaram-se no mesmo saco. Na década de 1940 os comunistas se juntaram à UDN e, recentemente, estavam juntos no engodo da Nova República.

Todos se contemporizaram diante do poder, seja para assumi-lo, seja para conviver dentro dele e, obviamente, também se locupletar.

Em 1984 chegava a ser hilário a esquerda justificar a adesão à direita em nome do combate ao mal da vez, que no caso era o Maluf.

Sempre se arranja um mal para se justificar o fisiologismo e o pragmatismo que camufla os interesses espúrios.

A sociedade saiu às ruas para exigir reformas. E do mesmo jeito que saiu às ruas, assim, de forma surpreendente, ela voltou para casa – mas, não se iludam, pois não é um recuo; é apenas a preparação do próximo bote.

Uma das reformas exigidas é a reforma política – que está há 20 anos dormitando no Congresso Nacional.

A reforma política não sai, exceto sob a pressão das ruas. E pressão forte porque ninguém vai reformar nada que mais tarde lhe impeça ou dificulte a sua reeleição.

Esse é o “xis” do problema.

A facilidade de se criar partidos; a oportunidade de se negociar esses partidos em  cada eleição e se ganhar dinheiro com isso; os meandros da legislação eleitoral, que torna a eleição um negócio de estratégia; o sistema proporcional, tec., são iguais a “causas pétreas” que ninguém pode modificar.

Por enquanto são 39 partidos, mas deve fechar nos 40 quando a Rede da ex-senadora Marina Silva também se tornar um partido. Um parido igual aos demais, com fachada falsa, discurso falso e com o mesmo objetivo – que é chegar ao poder.

Seria muito bom que a eleição em 2014 tivesse outra proposta. Mas é pedir demais para quem nada fez em 20 anos e ser obrigado a fazer agora em dois meses.

O PMDB quer o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito, com mandato de cinco anos e a eleição coincidindo para todos os níveis: federal, estadual e municipal.

É uma proposta razoável, mas quem garante que será aprovada agora?