Qual a diferença entre a fala do Bolsonaro, associando os nordestinos ao analfabetismo e, por isso, votam no Lula; e da sua apoiadora, a advogada Flávia Moraes, vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção de Uberlândia-MG, dizendo que os nordestinos vivem de migalhas?
Nenhuma.
É isso mesmo o que eles pensam sobre os nordestinos e os seus posicionamentos xenófobos encontram eco na esmagadora maioria dos eleitores de Bolsonaro. Aliás, o que os unem é exatamente essa defesa da “supremacia branca e regional”, que divide os brasileiros pela cor e a origem geográfica.
Qual a surpresa sobre esses conceitos nazifascistas? Nenhuma, porque eles sempre existiram – quem nunca ouviu alguém se referir ao “presto de alma branca”? -, ou aos “cabeças chatas e pau-de-arara”, para definirem a procedência nordestina?
E não venham com arrependimentos falsos e pedidos de desculpas, porque só o nordestino covarde e sabujo pode aceitar, pois é preciso entender e diferençar que nem todo nordestino é covarde e sabujo. Há sim os nordestinos que têm vergonha e, além de vergonha, têm o nobre sentimento da gratidão pelos que de fato ajudaram não só a região, mas a eles próprios evoluírem.
O analfabetismo do qual Bolsonaro tratou, para rotular o nordestino, é uma manifestação falsa porque está no Ceará a melhor educação fundamental do país – e o governo sabe disso, mas omite.
Também omite quando trata da transposição das águas do rio São Francisco para irrigar o semiárido nordestino, porque o governo Bolsonaro fez menos do que o governo Temer, que teve apenas dois anos de mandato. Para combater as mentiras que o Bolsonaro alardeia sobre a obra, deve-se dizer que no governo Temer a transposição avançou 20% e no governo Bolsonaro, apenas 5%, enquanto nos governos Lula e Dilma foram concluídos 65%da obra.
Isso é fato. Mas, infelizmente tem nordestino sem caráter que acredita em fake news e adora ser humilhado, ora como analfabeto, ora como alguém que vive de migalhas.
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