Antes, sacava-se o FGTS para comprar casa; hoje, saca-se para comprar comida
   23 de maio de 2022   │     22:38  │  9

-“Sou do tempo em que as pessoas sacavam o FGTS para comprar casa própria. Hoje, sacam para se alimentar“.

Essa postagem, da autoria de Álvaro J. Santos, viralizou no Facebook porque resume, em poucas palavras, o Brasil atual do desemprego recorde e da inflação fora de controle.

É interessante porque a inflação atingiu os dois dígitos e já é a maior desde o Plano Real, mas não é devido a procura que aumentou – pelo contrário, a procura diminuiu -, e sim porque os insumos destinados à produção tiveram os preços dolarizados e o dólar quanto mais alto, melhor para eles.

Melhor para eles quem, cara pálida?, perguntarão os inocentes úteis.

E em verdade, em verdade, dir-lhe-eis que melhor para os brasileiros que tem depósito em dólares em paraísos fiscais, iguais têm o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Dizem que ao todo são cem felizes brasileiros com depósitos em paraísos fiscais, e que, obviamente, estão muito felizes com a política do Guedes.

O Guedes é o grande humorista dessa Ópera Bufa em que eles transformaram o país, e cuja única promessa cumprida até agora como ministro foi a de colocar a granada no bolso do servidor público, que permanece sem reajuste real nos vencimentos.

Ah, mas há outros que também comemoram a “fartura”. Sim, há quem comemore, por exemplo, o corte autorizado pelo presidente Bolsonaro na verba destinada ao Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir a “bufunfa” destinada à compra de caminhões do lixo encomendados pelos próceres do centrão..

Poderia ser para a compra de “rabecões“, já que o corte na verba do SUS levará, com certeza, ao aumento dos óbitos, mas, os caminhões do lixo são mais vantajosos. Em todo caso, os caminhões do lixo poderão ser utilizados para jogarem fora, no lixo, o miserável indigente dos cortes de verbas do SUS.

O governo também está liberando uma grana preta para a compra de tratores, com preços superfaturados, e um trator que custa 280 mil reais, o governo vai comprar por mais de 500 mil reais.

E tudo com transparência…quer dizer, nem tanto, porque tem dinheiro do chamado “orçamento secreto”, que legalizou o outrora conhecido “mensalão”, e o beneficiário pode ser o sujeito oculto da oração é dando que se recebe.

Claro, isso é a nova política, porque “a mamata acabou” e se gritar pega centrão…

Só que não gritam, jamais.

O próprio Bolsonaro já admitiu que sempre pertenceu ao centrão e o general Augusto Heleno já explicou que a paródia que fez, em 2019, referia-se a outros tempos – e isso, como se o Valdemar Costa Neto e o Ciro Nogueira não fossem os mesmos daqueles tempos.

Vai vendo, Brasil.

Com o custo de vida pela hora da morte, com a inflação alta combinando com o desemprego elevado, já são mais de 100 milhões de brasileiros – praticamente a metade da população do país -, passando fome ou sobrevivendo sob insegurança alimentar.

Mas, para desviar o foco da miséria, o governo ocupa o rebanho discutindo a segurança das urnas eletrônicas. Enquanto a plebe vive sob insegurança alimentar.

COMENTÁRIOS
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  1. Lion

    BOB pega um travesseiro, senta, deita e vai chorar…. Essa dor de cotovelo pelo Bolsonaro vai passar…..kkkkkk…..até 2026….. E as novidades: BolsoDória segundo Bobinho sentiu o peso do retorno da traição…kkkkkk…. Lula não pode sair às ruas, outro traidor e ladrão…..kkkkkkk…… E temos os traidores do povo pela LETRA….

  2. Jadiel Antunes

    Para a sorte do Brasil esse estado de coisas deplorável só dura até dezembro. O país voltará a estar na moda no mundo novamente.

  3. Joao Caldas

    Essas pragas do sétimo livro serão erradicadas do Brasil no final do ano. Quem viver, verá. Bolsonaro e sua turma irá pagar por usar o nome de Deus para cometer maldades.

    1. Roberto Villanova Post author

      Caro Renato, responda a questão: antes, o FGTS servia para comprar casa e hoje serve para comprar comida. Sim, eu sei, é humilhante e não tem resposta. Mas, tente responder sem fugir da pergunta.

    1. Roberto Villanova Post author

      Claro que não, sou brasileiro, mas não sou burro, por isso fiquei em casa. Até o Paraguai, que fechou a fronteira com o Brasil, vai crescer mais que essa bagaça. Já pensou que humilhação?

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