por Aprigio Vilanova*
O que ainda repercute na mídia e, sobretudo, nas redes sociais, é o massacre promovido pela Policia Militar aos professores paranaenses em greve. O saldo do massacre foi de 213 manifestantes feridos com balas de borracha e com os estilhaços das bombas de efeito moral atiradas pela polícia.
A operação montada pela PM chamou atenção pela desproporcionalidade da força empregada. Curitiba, ou pelo menos, o Centro Cívico, região onde está localizado o Palácio do Buriti, sede do governo estadual, e a Assembléia Legislativa virou uma praça de guerra. Isso tudo para garantir a aprovação do projeto que altera a gestão dos recursos da previdência dos servidores paranaenses.
Calcula-se que cerca de um terço do efetivo policial do Paraná foi deslocado para a operação de quarta feira. A PM do Paraná não divulgou os números oficiais do efetivo empregado.
A repercussão foi extremamente negativa forçando até a aliados do governador Beto Richa (PSDB) a condenar a ação da polícia. O governador explicou que a operação foi necessária e que havia Black Blocks infiltrados entre os manifestantes. Mas a Defensoria Pública do Paraná divulgou nota negando a participação de integrantes dos Black Bocks e que entre os 14 detidos tinham funcionários públicos, professores e estudantes.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) irá investigar a atuação dos policiais militares e dos manifestantes no massacre de quarta (29). O MP antes mesmo da manifestação ocorrer havia enviado recomendação ao Governo do Estado, a Secretária de Segurança Pública e ao Comando-Geral da PM, para que a intervenção militar se limitasse a garantir a segurança dos manifestantes.
Não foi o que aconteceu. O que ficou registrado mesmo foi o maior massacre a população paranaense da história.
*graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Ouro Preto – MG