O Quebra de 1912 e o Maracatu de Pernambuco
   27 de julho de 2014   │     13:58  │  1

por Aprigio Vilanova*

O trágico episódio da história alagoana conhecido como O Quebra de 1912 está para além do racismo existente na sociedade alagoana e brasileira. Claro que o episódio reflete a mentalidade escravagista e racista de nossa elite.

Mas gostaria de focar no reflexo cultural e artístico do que essa tragédia representou. Com a quebra dos terreiros de candomblé, o espancamento dos líderes religiosos e a perseguição que foi implantada muitos líderes fugiram para Pernambuco.

Com a fuga desses líderes para o estado vizinho, além de toda a sabedoria secular, foi junto também o Maracatu. É graças ao Quebra de 1912 que Pernambuco se tornou a referência do Maracatu no Brasil, mas a grande maioria dos mestres eram alagoanos.

Hoje o Maracatu está no país inteiro encantando os espectadores que assistem a bela manifestação de matriz africana. Em Minas Gerais o Maracatu está vivo e pude presenciar a efervescência do movimento na Festa da Panela de Pedra Sabão, no distrito de Cachoeira do Brumado, em Mariana.

*é estudante de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto – MG

COMENTÁRIOS
1

A área de comentários visa promover um debate sobre o assunto tratado na matéria. Comentários com tons ofensivos, preconceituosos e que que firam a ética e a moral não serão liberados.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do blogueiro.

  1. *Silva

    Está para além do racismo, pois o Quebra pode ser considerado o auge da represália Às religiões afrodescendentes e, diferente do que diz a maioria dos historiadores, que têm uma perspectiva política sobre este evento, ela (a Quebra), não teve uma motivação política, senão uma perseguição intolerante da religiosidade de matriz africana, já que,de qualquer forma, sempre haveria disputa daquelas famílias tradicionais e não justificaria associar a renúncia de Malta ao governo de Alagoas por ser simpatizante de tal prática religiosa. Ressalte-se que foi a Liga dos Republicanos Combatentes que liderou o ataque a dezenas de terreiros localizados em Maceió e cidades vizinhas.

    * é estudante de História da Universidade Federal de Alagoas

Comments are closed.