O Felipão, o CSA a seleção e o Vasco da Gama
   16 de junho de 2014   │     16:13  │  4

Brasília – Em 1981 eu estava no Rio de Janeiro acompanhando o então governador Guilherme Palmeira; era uma quarta-feira e o CSA ia jogar contra o Vasco da Gama, em pleno Maracanã, acho que pela Copa Brasil.

O Guilherme tinha um compromisso à noite e não podia ir ao jogo, mas pediu que fôssemos desejar sucesso ao CSA – desejo esse que me parecia uma quimera, em todo o caso não custava nada desejar.

A dificuldade inicial foi entrar no vestiário do Maracanã, tarefa que coube ao Roberto Mendes; lembro-me que o Roberto Mendes, que morava no Rio na época, ainda ponderou para o engenheiro Rui Guerra e o coronel PM Nelson Augusto, o chefe do gabinete Militar do Guilherme, que foram incumbidos da missão.

Vocês estão pensando que estão no Mutange, é?

Mesmo assim o Roberto Mendes conseguiu com que todos nós entrássemos no vestiário do CSA para desejar boa sorte na tarefa que nos parecia impossível, que era encarar o Vasco da Gama com o Roberto Dinamite e tudo.

Pois bem, assim foi feito. O Rui Guerra deu o recado do Guilherme desejando boa sorte e coube ao capitão do CSA agradecer. O capitão do CSA era o zagueiro central chamado Luiz Felipe, que hoje é o treinador da seleção brasileira.

Lembro-me da fala do Luiz Felipe agradecendo a visita da delegação do governo alagoano:

Diga ao governador que ninguém aqui veio passear no Rio não e que a gente vai dar tudo em campo.

E assim foi feito. O Luiz Felipe bateu tanto nesse jogo que o Roberto Dinamite raramente apareceu na área e fez o gol num raro momento em que conseguiu chutar a bola, e ainda assim o jogo terminou empatado em 1 a 1.

O Luiz Felipe e o Dick fecharam a defesa e o Luiz Paulo, que era um ponta-esquerda, carioca e ex-Flamengo, se encarregava de arrumar o ataque para o Dentinho empatar o jogo.

O Luiz Felipe só virou o Felipão como técnico da seleção brasileira, mas desde antes, ao encerrar a carreira como jogador de futebol no CSA, ele já jogava no aumentativo. Não era craque, mas se impunha como xerife na área.

COMENTÁRIOS
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  1. Wellington Santos

    Querido Vilanova, só uma ressalva: não era Copa do Brasil, pois essa competição nem existia à época. No restante, perfeito!

  2. Carlos

    Recordar é viver. Bons tempos em o nosso “GLORIOSO – CSA”, era respeitado pelos adversários e colecionava títulos. Seus jogadores em campo demonstrava amor e raça no bico da chuteira. Escrevo alguns nomes que marcaram época no glorioso: “Otavio e Batoré – irmãos praxedes; Misso e Dentinho; Giraldo e Jurinha – Sergipanos; Tonho Lima e Arcanjo; Wilson e Catanha; Ferretão e Nei Conceição – O mágico que fazia a bola gruda em seus pés; O pequeno-Grandioso Jacozinho: Djair e Enio Oliveira; os irmãos Manoelzinho, Jorge Siri e Péu; Bibiu, Ze Luis,Ciro, Tadeu, Ratinho, Canhoteiro, Erick, Vick o grande Paranhos e Zé Preta, o Souza e mais tantos outros Cracs, que desfilaram no Trapichão defendo as cores do glorioso Azulão. Hoje só vem jogadores mercenários e perebentos!

  3. Luciano Raposo

    Pois é, boas lembranças de um passado de glória, sem dúvida Felipão representava a maior virtude do mais querido, União e Força, saudades, saudades e saudades de um tempo que não quer voltar mais.

  4. Dinho

    Muito oportuno seu comentário caro Vilanova. Eu fui fã de Felipão em sua passagem pelo CSA. Falo muito para meus amigos que no inicio Felipão era um DEUS nos acuda, falhava bastante, a torcida xingava, mas depois que se firmou pelo espírito de liderança, a coisa ficou invertida, era só divulgar que Felipão estava com ameaça de desfalcar o CSA por sentir alguma dor, que os torcedores começavam a rezar pela recuperação. Foi uma das grandes muralhas na defesa azulina. E o mais interessante, é que ele sempre exalta, em sua história, a passagem vitoriosa pelo CSA.

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